ANEMIA EM PESSOAS IDOSAS DO ESTADO DE ALAGOAS: ESTUDO TRANSVERSAL SOBRE OS FATORES CLÍNICOS, SOCIODEMOGRÁFICOS E FÍSICOS-FUNCIONAIS ASSOCIADOS
Envelhecimento. Doenças hematológicas. Vulnerabilidade em saúde.
O envelhecimento populacional nem sempre tem sido sinônimo de viver bem e saudável já que entre as pessoas idosas a progressão de doenças crônicas é por vezes debilitante. Estas podem residir em instituições de longa permanência para idosos (ILPI) ou em comunidade, que abrange todos cujo domicílio fixo não é ILPI. Neste contexto, a anemia ganhou espaço de investigação em virtude da sua correlação com patologias frequentes na geriatria. Visando contribuir com a discussão do problema, esta dissertação apresenta o artigo original de um estudo transversal cujo objetivo foi avaliar a frequência e os fatores associados a anemia na pessoa idosa residente em comunidade no estado de Alagoas. A amostra foi de natureza não-probabilística por conveniência do macroprojeto I Diagnostico Alagoano de Saúde, Nutrição e Qualidade de vida da Pessoa idosa. Foram incluídas pessoas idosas domiciliadas em Alagoas, de ambos os sexos. Por meio de visita domiciliar, foram coletados dados sociodemográficos, econômicos, condições de saúde e hábitos, feitas avaliação física-funcional e coletas de sangue para o diagnóstico de anemia e descrição do status nutricional de micronutriente. a amostra foi composta por 423 (67,80%) mulheres, com média da idade igual 71 anos (±8,5 DP; Md: 70), predominantemente pessoas negras (n = 474; 77,10%), com baixa escolaridade (n = 416; 68,8%). A prevalência de anemia foi 15,20% (n = 95) e, após análise de regressão, foi associada a associada a idade (OR = 1,06; p 0,02), inadequação da circunferência da panturrilha (OR = 4,29; p < 0,01) e a cinética de ferro (ferro: OR = 2,45; p = 0,04; ferritina: OR = 5,28; p = 0,04). Os achados corroboram o risco de anemia da pessoa idosa e à necessidade de ampliar a investigação sobre a sua ocorrência, bem como as repercussões na saúde dessa população em comunidade.