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Dissertações |
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MICNÉIAS RÓBERTH PEREIRA
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IMPACTO DA RESTRIÇÃO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS NA RESISTÊNCIA À INSULINA E COLESTEROL NÃO-HDL DE INDIVÍDUOS ADULTOS COM OBESIDADE SUBMETIDOS À RESTRIÇÃO ENERGÉTICA: UM ENSAIO CLÍNICO ALEATÓRIO
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Orientador : NASSIB BEZERRA BUENO
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MEMBROS DA BANCA :
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FABIANA ANDREA MOURA
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ISABELE REJANE DE OLIVEIRA MARANHÃO PUREZA
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NASSIB BEZERRA BUENO
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Data: 07/02/2025
Ata de defesa assinada:
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O consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) está associado à desregulação metabólica e a doenças crônicas não transmissíveis. O guia alimentar para a população brasileira recomenda evitar o consumo desses alimentos para prevenir doenças, mas evidências de ensaios clínicos aleatórios nesse sentido são escassas. Este projeto tem por objetivo investigar o impacto da restrição de AUP na resistência à insulina por HOMA-IR e colesterol não-HDL (mg/dl) de indivíduos com obesidade submetidos à restrição energética (RE). Trata-se de um ensaio clínico aleatório com 12 meses de duração e dois braços de investigação. Ambos os grupos foram submetidos à RE para perda de 10% do peso inicial, baseada em calorimetria indireta e acelerometria. Porém, um foi submetido à RE com restrição de AUP (RE-AUP) e o outro à RE genérica (RE-G), ambos com acompanhamento nutricional periódico por 12 meses. Amostras de sangue foram obtidas por um profissional capacitado antes da intervenção, aos 6 e 12 meses, com os participantes em jejum de 12h. Um laboratório credenciado foi contratado para realizar as análises. Os dados foram analisados por modelos lineares mistos generalizados com os fatores fixos sendo o grupo (RE-AUP ou RE-G) e o momento de mensuração (0, 6 e 12 meses). Às variáveis dependentes foram HOMA-IR e colesterol não-HDL. 149 indivíduos iniciaram as intervenções, porém apenas 91 finalizaram o estudo. HOMA-IR e colesterol não-HDL diminuíram significativamente ao longo do tempo, porém sem diferenças entre os grupos tanto para HOMA-IR como colesterol não-HDL. Esses resultados negam a hipótese de que a restrição de AUP junto da RE é superior à RE-G na melhora da resistência à insulina e o colesterol não-HDL de indivíduos com obesidade. Espera-se que essa investigação contribua para o avanço científico acerca do impacto dos AUP na saúde metabólica, contribuindo para diretrizes na prática clínica e decisões de saúde pública em relação a este grupo de alimentos.
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Consumption of ultra-processed foods (UPF) is associated with metabolic deterioration and chronic non-communicable diseases. The food guide for the Brazilian population recommends avoiding the consumption of these foods to prevent diseases, but evidence from randomized clinical trials in this regard is scarce. This project aims to investigate the impact of UPF restriction on insulin resistance by HOMA-IR and non-HDL cholesterol (mg/dl) in obese individuals undergoing energy restriction (ER). This is a 12-month parallel randomized clinical trial with two research arms. Both groups underwent ER to lose 10% of their initial weight, based on indirect calorimetry and accelerometry. However, one underwent ER with UPF restriction (ER-UPF) and the other generic ER (ER-G), both with periodic nutritional follow-up for 12 months. Blood samples were obtained by a trained professional before the intervention, at 6 and 12 months, with the participants fasting for 12 hours. An accredited laboratory was hired to carry out the analyses. The data was analyzed using generalized linear mixed models with the fixed factors being the group (RE-UPF or RE-G) and the time of measurement (0, 6 and 12 months). The dependent variables were HOMA-IR and non-HDL cholesterol. 149 individuals started the interventions, but only 91 finished the study. HOMA-IR and non-HDL cholesterol decreased significantly over time, but there were no differences between the groups for either HOMA-IR or non-HDL cholesterol. These results deny the hypothesis that UPF restriction together with RE is superior to RE-G in improving insulin resistance and non-HDL cholesterol in obese individuals. It is hoped that this research will contribute to scientific advances on the impact of UPF on metabolic health, contributing to guidelines in clinical practice and public health decisions in relation to this group of foods.
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MÁRCIA DE OLIVEIRA LIMA
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VARIABILIDADE DO SONO ENTRE DIAS DE SEMANA E FINAIS DE SEMANA: ASSOCIAÇÃO COM ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E CONDIÇÕES CRÔNICAS EM ADULTOS BRASILEIROS
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Orientador : GIOVANA LONGO SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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GIOVANA LONGO SILVA
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RAPHAELA COSTA FERREIRA LEMOS
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RISIA CRISTINA EGITO DE MENEZES
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Data: 12/02/2025
Ata de defesa assinada:
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Paralelamente ao aumento de condições crônicas como obesidade, diabetes, hipertensão e acidente vascular cerebral, a duração média do sono vem diminuindo nas últimas décadas. Apesar de a obesidade e de doenças metabólicas possuírem etiologia multifatorial, os padrões irregulares de sono (duração, qualidade e regularidade) vêm sendo reconhecidos como fatores de risco para a ascensão dessas condições. Evidências geradas por pesquisas cronobiológicas sugerem que a variabilidade do sono, sobretudo a recuperação do sono no final de semana e o atraso do ponto médio do sono, denominados, respectivamente, como catch-up sleep (CUS) e social jetlag (SJL), pode causar o desalinhamento do sistema circadiano, que por sua vez aumentaria o risco de ganho de peso excessivo e condições crônicas relacionadas à obesidade. Diante disso, este trabalho tem como objetivo investigar a associação da variabilidade da duração e horários de sono no final de semana com o índice de massa corporal (IMC) e condições crônicas. O estudo utilizou dados da pesquisa nacional SONAR-Brasil, que explora aspectos cronobiológicos relacionados ao sono, alimentação e nutrição de adultos brasileiros. Trata-se de uma pesquisa virtual e exploratória. Participaram 2.140 brasileiros, residentes no Brasil, entre 18 e 65 anos, não grávidas. Foram excluídos 90 participantes que trabalhavam à noite ou em turnos, resultando em uma amostra de 2.050 participantes. O recrutamento ocorreu entre agosto de 2021 e setembro de 2022 e os dados foram coletados por meio do formulário Google Forms, integrado por quatro blocos: caracterização, saúde e estilo de vida, características do sono, horários de alimentação e sono. As análises foram realizadas no Software estatístico Stata/IC13. O CUS e SJL foram estudados como variáveis contínuas (em horas) e categóricas (<1 hora, 1–2 horas, >2 horas). Foram realizadas análises de regressão linear e logística para avaliar as associações entre CUS, SJL, IMC e condições crônicas, ajustadas para sexo, idade, cronotipo, exercício físico, escolaridade, qualidade da dieta e duração do sono.Houve uma associação positiva entre SJL e CUS com o IMC. Os efeitos mantiveram-se mesmo após o ajuste para a duração semanal do sono, demonstrando um aumento proporcional à magnitude da variabilidade do sono. Participantes com SJL >2h apresentaram aumento de 2,29 kg/m² no IMC (IC95%: 0,84; 3,74, p: 0,002), 129% mais chances de ter condições crônicas (IC95%: 1,16; 4,52, p: 0,01) e 119% mais chances de estar com sobrepeso (IC95%: 1,20; 3,98, p: 0,01). Indivíduos com CUS >2h apresentaram 78% mais chances de com sobrepeso (IC95%: 1,27; 2,50, p: 0,001) e aumento de 1,61 kg/m² no IMC (IC95%: 0,81; 2,40, p <0,001). Pequenas extensões do sono no fim de semana e variações de apenas 1 hora estão associadas a valores mais elevados de IMC e maiores chances de sobrepeso e condições crônicas. Esses achados sugerem a importância de promover a consistência e regularidade do sono em protocolos clínicos e diretrizes de saúde pública para prevenir e tratar a obesidade e condições relacionadas.
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In parallel to the increase in chronic conditions such as obesity, diabetes, hypertension, and stroke, the average duration of sleep has been decreasing over the past few decades. Although obesity and metabolic diseases have a multifactorial etiology, irregular sleep patterns (duration, quality, and regularity) have been recognized as risk factors for the rise of these conditions. Evidence from chronobiological research suggests that sleep variability, particulary weekend catch-up sleep (CUS) and social jetlag (SJL), may lead circadian system misalignment, which in turn would increase the risk of excessive weight gain and chronic conditions related to obesity. Therefore, this study aims to investigate the association between variability in sleep duration and timing on weekends with body mass index (BMI) and chronic conditions. The study utilized data from the national SONAR-Brazil survey, which explores chronobiological aspects related to sleep, eating, and nutrition of Brazilian adults. It is a virtual and exploratory research. Participants included 2,140 Brazilians, residing in Brazil, aged between 18 and 65 years, and not pregnant. Ninety participants who worked night shifts or rotational shifts were excluded, resulting in a final sample of 2,050 participants. Recruitment took place between August 2021 and September 2022, and data were collected through Google Forms, consisting of four blocks: characterization, health and lifestyle, sleep characteristics, and eating and sleep schedules. Data analyses were performed using Stata/IC13 statistical software. CUS and SJL were studied as continuous (in hours) and categorical variables (<1 hour, 1–2 hours, >2 hours). Linear and logistic regression analyses were conducted to evaluate the associations between CUS, SJL, BMI, and chronic conditions, adjusted for sex, age, chronotype, physical activity, education, diet quality, and sleep duration. There was a positive association between SJL and CUS with BMI. The effects persisted even after adjusting for weekly sleep duration, showing an increase proportional to the magnitude of sleep variability. Participants with SJL >2 hours had an increase of 2.29 kg/m² in BMI (95% CI: 0.84; 3.74, p: 0.002), 129% higher chances of having chronic conditions (95% CI: 1.16; 4.52, p: 0.01), and 119% higher chances of being overweight (95% CI: 1.20; 3.98, p: 0.01). Individuals with CUS >2 hours had 78% higher chances of being overweight (95% CI: 1.27; 2.50, p: 0.001) and an increase of 1.61 kg/m² in BMI (95% CI: 0.81; 2.40, p <0.001). Even small extensions of sleep on weekends and variations of just 1 hour are associated with higher BMI values and greater chances of being overweight and having chronic conditions. These findings suggest the importance of promoting sleep consistency and regularity in clinical protocols and public health guidelines to prevent and treat obesity and related conditions.
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LARYSSA CRISTIANE SILVA
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RELAÇÃO ENTRE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E COMENSALIDADE EM ADOLESCENTES BRASILEIROS: UMA ANÁLISE CONFORME RECOMENDAÇÕES DO GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA
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Orientador : ANA PAULA GROTTI CLEMENTE
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA PAULA GROTTI CLEMENTE
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JULIANA SOUZA OLIVEIRA
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NASSIB BEZERRA BUENO
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Data: 14/02/2025
Ata de defesa assinada:
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O estudo teve como objetivo avaliar a relação entre o consumo de alimentação saudável, auferida através do uso do marcador de alimentação saudável (MAS) e as práticas relacionadas a comensalidade recomendadas no Guia Alimentar para a População Brasileira (GAPB), considerando também os aspectos familiares e aspectos pessoais. Trata-se de um estudo transversal repetido, de base populacional que utilizou dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) das edições de 2012, 2015 e 2019, envolvendo escolares do 9º ano do ensino fundamental. A variável dependente foi o MAS, definida pela soma do consumo de feijão, legumes/verduras e frutas nos últimos sete dias. Para descrição da amostra foram calculadas as frequências absolutas, relativas e a variação percentual das características sociodemográficas, dos aspectos familiares e pessoais e das práticas relacionadas à comensalidade. Foram realizados três modelos de regressão binomial negativa com função de ligação log para avaliar as associações entre o MAS e as práticas relacionadas à comensalidade, aspectos familiares e aspectos pessoais. Em todos os modelos, as variáveis de ajuste foram região geográfica de residência do adolescente, o sexo, a idade (considerada como uma variável contínua) e a dependência administrativa da escola. Os resultados da análise foram apresentados por meio da razões de prevalência (RP) com seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%) para cada modelo. As análises estatísticas foram realizadas com o uso do software Stata/MP 16.0 (StataCorp LP, College Station, TX, USA), utilizando os comandos SVY/survey devido à complexidade do processo amostral da PeNSE. Foram analisados 188.374 adolescentes. Observou-se um declínio de 5,7% na prática frequente de “tomar café da manhã” e um aumento de 7,4% na prática de “almoçar ou jantar com mãe, pai ou responsável” quando comparada às respectivas prevalências nos anos de 2012 e 2019. Em relação aos três modelos finais ajustados dos fatores associados ao MAS foram observados um aumento na razão de prevalência do MAS entre adolescentes que mantinham as práticas frequentes de “tomar café da manhã” e de “comer com mãe/pai ou responsável”, e a ausência da prática de “comer assistindo TV/celular/computador”. Em conclusão, práticas de comensalidade, recomendadas pelo GAPB, são preditores de uma alimentação saudável entre adolescentes, reforçando a importância de promovê-las no contexto familiar e social.
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The study aimed to evaluate the relationship between healthy eating consumption, assessed using the Healthy Eating Marker (HEM), and commensality-related practices recommended in the Dietary Guidelines for the Brazilian Population (DGBP), also considering family and personal aspects. This is a repeated cross-sectional, population-based study that utilized data from the National Survey of School Health (PeNSE) from the 2012, 2015, and 2019 editions, involving 9th-grade elementary school students. The dependent variable was the HEM, defined by the sum of bean, vegetables, and fruits over the past seven days. To describe the sample, absolute and relative frequencies as well as the percentage variation of sociodemographic characteristics, family aspects, personal aspects, and practices related to commensality were calculated. Three Negative Binomial regression models with a log link function were performed to evaluate the associations between the HEM and practices related to commensality, family aspects, and personal aspects. In all models, the adjustment variables included the geographic region of residence, sex, age (considered a continuous variable), and the administrative dependency of the school. The results of the analysis were presented as prevalence ratios (PR) with their respective 95% confidence intervals (95% CI) for each model. Statistical analyses were conducted using Stata/MP 16.0 software (StataCorp LP, College Station, TX, USA), employing the SVY/survey commands to account for the complex sampling design of PeNSE. A total of 188,374 adolescents were analyzed. A 5.7% decline in the frequent practice of "having breakfast" and a 7.4% increase in the practice of "having lunch or dinner with a mother, father, or guardian" were observed when comparing the respective prevalences between 2012 and 2019. In the three final adjusted models of factors associated with the HEM, an increase in the prevalence ratio of HEM was observed among adolescents who maintained frequent practices of "having breakfast" and "eating with a mother, father, or guardian," as well as the absence of the practice of "eating while watching TV, using a cellphone, or a computer." In conclusion, commensality practices, as recommended by the DGBP, are predictors of healthy eating among adolescents, emphasizing the importance of promoting these practices within family and social contexts.
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BIANCA GOMES DE SOUZA
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MICROBIOTA INTESTINAL EM DESORDENS GESTACIONAIS: REVISÃO SISTEMÁTICA
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Orientador : ALANE CABRAL MENEZES DE OLIVEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ALANE CABRAL MENEZES DE OLIVEIRA
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RAPHAELA COSTA FERREIRA LEMOS
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SANDRA MARY LIMA VASCONCELOS
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Data: 18/02/2025
Ata de defesa assinada:
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O diabetes mellitus gestacional (DMG) e a pré-eclâmpsia (PE) são desordens gestacionais que cursam com inflamação e alteração da microbiota intestinal. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi investigar as características da microbiota intestinal de gestantes com PE ou DMG, identificando a similaridade entre as duas condições clínicas, e seu papel na etiologia e fisiopatologia dessas doenças. A presente revisão sistemática ocorreu através das buscas foi realizada nas bases de dados PubMed, Embase, Lilacs e Scopus. Um protocolo formal foi registrado na base de dados PROSPERO. A qualidade dos estudos selecionados foi avaliada com base no Joanna Briggs Institute. Após o procedimento de buscas, foram identificados 7.715 artigos no total. Destes, 35 estudos foram selecionados para a presente revisão, sendo 22 investigando DMG e 13 estudos com PE, com tamanho da amostra variando de de 5 a 120 mulheres. Foi observado que filo Bacteroidetes, a família Lachnospiraceae, o gênero Blautia e Ruminococcus estavam aumentadas em ambas as desordens, e a família Ruminococcaceae reduzida nas duas desordens gestacionais. A partir desses achados, é possível observar que a abundância de Bacteroidetes Blautia e Ruminococcus pode ser considerada uma assinatura bacteriana das desordens gestacionais PE e DMG. As outras cepas Lachnospiraceae e Ruminococcaceae ainda requerem análises mais minuciosas quanto ao seu papel no desenvolvimento dessas desordens, principalmente acerca dos possíveis mecanismos fisiológicos a partir da produção de metabólitos. Objetivando a prevenção dessas desordens e da ocorrência de desfechos adversos é possível ter uma perspectiva de modulação da microbiota intestinal a partir da observação de fatores como disbiose e redução de diversidade.
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Gestational diabetes mellitus (GDM) and preeclampsia (PE) are gestational disorders that involve inflammation and alteration of the intestinal microbiota. In this context, the aim of this study was to investigate the characteristics of the intestinal microbiota of pregnant women with PE or GDM, identifying the similarity between the two clinical conditions, and their role in the etiology and pathophysiology of these diseases. This systematic review was conducted through searches in the PubMed, Embase, Lilacs and Scopus databases. A formal protocol was registered in the PROSPERO database. The quality of the selected studies was assessed based on the Joanna Briggs Institute. After the search procedure, a total of 7,715 articles were identified. Of these, 35 studies were selected for this review, 22 investigating GDM and 13 studies with PE, with sample sizes ranging from 5 to 120 women. It was observed that the phylum Bacteroidetes, the family Lachnospiraceae, the genus Blautia and Ruminococcus were increased in both disorders, and the family Ruminococcaceae was reduced in both gestational disorders. From these findings, it is possible to observe that the abundance of Bacteroidetes Blautia and Ruminococcus can be considered a bacterial signature of the gestational disorders PE and GDM. The other strains Lachnospiraceae and Ruminococcaceae still require more detailed analysis regarding their role in the development of these disorders, mainly regarding the possible physiological mechanisms from the production of metabolites. Aiming at the prevention of these disorders and the occurrence of adverse outcomes, it is possible to have a perspective of modulation of the intestinal microbiota from the observation of factors such as dysbiosis and reduction of diversity.
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ABDA ALÍCIA CALHEIROS DA SILVA
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SINTOMAS DEPRESSIVOS EM PESSOAS IDOSAS ALAGOANAS: PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS
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Orientador : RISIA CRISTINA EGITO DE MENEZES
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA PAULA GROTTI CLEMENTE
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RISIA CRISTINA EGITO DE MENEZES
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VALFRIDO LEAO DE MELO NETO
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Data: 21/02/2025
Ata de defesa assinada:
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Sintomas depressivos estão entre os maiores desafios na gestão da saúde global, impondo uma grande preocupação e gastos aos serviços de saúde. A depressão afeta negativamente diversos aspectos individuais, sendo caracterizada, principalmente, pelo declínio do humor. De etiologia multifatorial, este agravo pode ser determinado por diversos aspectos, entre eles destacam-se características demográficas e sociais, presença de comorbidades, capacidade funcional e o ambiente no entorno das residências. No que diz respeito as pessoas idosas, existe um agravante, ao se considerar que a presença de sintomas depressivos pode ser confundida com alterações do humor frequentes no processo do envelhecimento, dificultando o diagnóstico precoce. Assim, este estudo tem como objetivo identificar a ocorrência de sintomas depressivos em pessoas idosas vivendo em comunidade no estado de Alagoas, bem como avaliar os fatores associados a este agravo. O estudo transversal de base populacional, composto por pessoas idosas (≥60 anos), é parte integrante da pesquisa “I Diagnóstico alagoano sobre saúde, nutrição e qualidade de vida da pessoa idosa”. A coleta de dados foi realizada por meio de visitas domiciliares utilizando questionário, previamente estabelecido, entre abr/2022 a dez/2023. A amostra final foi composta por 945 pessoas idosas residentes de onze municípios de Alagoas. A presença de sintomas depressivos foi investigada por meio da Escala de Depressão Geriátrica (EDG-15), sendo adotado valores ≥5 pontos para definir a presença destes sintomas. Foram ainda coletadas informações, por meio do autorrelato, sobre a presença de doenças crônicas como Diabetes mellitus (DM), catarata, câncer, Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e doenças cardiovasculares (presença/ausência). A capacidade funcional foi avaliada por meio de 3 itens: (i) Índice de Katz, instrumento utilizado para analisar a independência funcional; (ii) Força de Preensão Manual (FPM) – preservada ou baixa; e (iii) Velocidade da Marcha (VM) – preservada ou reduzida. O ambiente no entorno das residências para a prática de atividade física foi avaliado por meio da percepção dos participantes, sobre os aspectos de ter áreas verdes próximas ao domicílio, o trânsito de automóveis como objeção para a prática de atividade física, e a segurança noturna de vias públicas para estas mesmas práticas. Modelos de regressão logística multinível examinaram a razão de chances de sintomas depressivos segundo variáveis analisadas, considerando os efeitos do município quanto os efeitos individuais. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Alagoas (CAAE: 39960320.2.0000.5013). A prevalência de sintomas depressivos entre as pessoas idosas foi de 36,6%. Permaneceu no modelo, associado aos sintomas depressivos, apresentar diagnóstico para DM (OR:1,63, CI:1,06-2,49) e catarata (OR:1,76, CI:1,17-2,66), bem como apresentar dependência funcional para executar atividades básicas da vida diária (OR: 6,70, CI:1,21-37,14), baixa FPM (OR: 2,44, CI:1,50-3,97), e declarar o fluxo intenso de veículos como componente dificultador da prática de atividade física (OR: 1,71, CI:1,14-2,56). Desta forma, observamos que independente das características do indivíduo e do município em que reside, os sintomas depressivos em pessoas idosas se associaram às doenças crônicas, capacidade funcional reduzida e a percepção do ambiente construído para prática de atividade física.
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Depressive symptoms are among the greatest challenges in global health management, imposing great concern and expenditure on health services. Depression negatively affects several individual aspects, and is mainly characterized by a decline in mood. With a multifactorial etiology, this condition can be determined by several aspects, among which are demographic and social characteristics, presence of comorbidities, functional capacity and the environment surrounding the residences. With regard to the elderly, there is an aggravating factor, considering that the presence of depressive symptoms can be confused with frequent mood changes in the aging process, making early diagnosis difficult. Thus, this study aims to identify the occurrence of depressive symptoms in elderly people living in the community in the state of Alagoas, as well as to evaluate the factors associated with this condition. The population-based cross-sectional study, composed of elderly people (≥60 years old), is an integral part of the research “I Alagoas Diagnosis on Health, Nutrition, and Quality of Life of the Elderly”. Data collection was carried out through home visits using a previously established questionnaire, between April 2022 and December 2023. The final sample consisted of 945 elderly people residing in eleven municipalities of Alagoas. The presence of depressive symptoms was investigated using the Geriatric Depression Scale (GDS-15), with values ≥5 points being adopted to define the presence of these symptoms. Information was also collected, through self-report, on the presence of chronic diseases such as Diabetes Mellitus (DM), cataracts, cancer, Systemic Arterial Hypertension (SAH) and cardiovascular diseases (presence/absence). Functional capacity was assessed using 3 items: (i) Katz Index, an instrument used to analyze functional independence; (ii) Handgrip Strength (HGS) – preserved or low; and (iii) Gait Speed (GS) – preserved or reduced. The environment surrounding the residences for practicing physical activity was assessed through the participants' perception of the aspects of having green areas near the home, car traffic as an objection to practicing physical activity, and the nighttime safety of public roads for these same practices. Multilevel logistic regression models examined the odds ratio of depressive symptoms according to the variables analyzed, considering both the effects of the municipality and the individual effects. The research was approved by the Research Ethics Committee (CEP) of the Federal University of Alagoas (CAAE: 39960320.2.0000.5013). The prevalence of depressive symptoms among the elderly was 36.6%. The following remained in the model, associated with depressive symptoms: having a diagnosis of DM (OR: 1.63, CI: 1.06-2.49) and cataract (OR: 1.76, CI: 1.17-2.66), as well as having functional dependence to perform basic activities of daily living (OR: 6.70, CI: 1.21-37.14), low HGS (OR: 2.44, CI: 1.50-3.97), and reporting heavy traffic as a component that hinders the practice of physical activity (OR: 1.71, CI: 1.14-2.56). Thus, we observed that regardless of the characteristics of the individual and the municipality in which they reside, depressive symptoms in elderly people were associated with chronic diseases, reduced functional capacity, and the perception of the built environment for the practice of physical activity.
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ANA DEBORA SANTOS DE OLIVEIRA
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O IMPACTO DA RESTRIÇÃO ENERGÉTICA DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS NA MICROBIOTA INTESTINAL DE INDIVÍDUOS COM OBESIDADE COMPARADA A UMA RESTRIÇÃO ENERGÉTICA GENÉRICA: UM ENSAIO CLÍNICO ALEATÓRIO
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Orientador : NASSIB BEZERRA BUENO
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MEMBROS DA BANCA :
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FABIANA ANDREA MOURA
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JOSE LUIZ DE BRITO ALVES
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NASSIB BEZERRA BUENO
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Data: 25/02/2025
Ata de defesa assinada:
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A obesidade é uma epidemia global crescente, caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal, associada a distúrbios metabólicos e da microbiota intestinal. A disbiose, um desequilíbrio microbiano, pode ser influenciada por dietas ricas em alimentos ultraprocessados (AUP), que comumente são calóricos, pobres em nutrientes e relacionados a várias doenças. O Guia Alimentar da População Brasileira tem como principal recomendação evitar o consumo de AUP, no entanto, as evidências sobre os efeitos da restrição do consumo de AUP na microbiota intestinal são limitadas, e ensaios clínicos sobre a restrição de AUP são escassos. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar o impacto da restrição energética advinda de AUP na microbiota intestinal de indivíduos com obesidade em comparação com uma restrição energética genérica. Trata-se de um ensaio clínico aleatório, paralelo, com dois braços de investigação, que ocorreu no laboratório de Nutrição e Metabolismo da Universidade Federal de Alagoas. Foram incluídos indivíduos com obesidade, de ambos os sexos, com peso estável há um mês, alocados aleatoriamente em dois grupos: controle, com a restrição energética genérica (RE-G), e intervenção, com uma restrição energética advinda de AUP (RE-AUP), limitado a 5% de AUP. A microbiota intestinal foi avaliada no início e após 6 meses. Participantes coletaram amostras para extração de DNA e sequenciamento do gene 16S rRNA (V3-V4). Dados socioeconômicos, clínicos, antropométricos e de consumo alimentar também foram coletados. Os dados foram analisados através de análise de variância mista (ANOVA mista) e apresentados como média, IC95% e frequência, a depender da variável, com alfa igual a 5%. Para filo, gênero e família, aplicaram-se os métodos limma-voom e MaAsLin2, adotando-se p < 0,20 como limiar de correção de Benjamini-Hochberg. Foram aleatorizados 43 indivíduos: 22 para o grupo controle e 21 para o grupo intervenção. Após 6 meses, houve perdas de acompanhamento, e os dados completos de 34 indivíduos foram analisados. O consumo de AUP diminuiu no grupo que restringiu AUP, mas sem mudanças no grupo controle (p-interação = 0,04). A circunferência da cintura (CC) diminuiu em ambos os grupos (p < 0,01), assim como o % de gordura corporal (p < 0,01). De forma geral, houve um aumento na diversidade segundo os diversos índices usados. Por outro lado, a nível de gênero, observou-se um leve declínio na diversidade e da relação Firmicutes/Bacteroidetes ao longo do tempo, em ambos os grupos, mas essa mudança não foi estatisticamente significativa. Não houve diferenças significativas entre os grupos controle e intervenção em relação aos filos nos momentos baseline e 6 meses. A família Ruminococcaceae apresentou um aumento significativo no grupo que restringiu AUP em comparação ao grupo controle (p-interação = 0,03), assim como o gênero Faecalibacterium (p=0,02). Após ajustes de Benjamini-Hochberg para comparações múltiplas, o p-valor foi de 0,24 para MaAsLin2 e 0,10 para Limma-vom neste gênero. Esses achados destacam a complexidade das interações entre dieta, composição corporal e microbiota, sugerindo que a restrição de AUP pode ter efeitos positivos, mas limitados, na modulação da microbiota em curto/médio prazo.
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Obesity is a growing global epidemic characterized by excessive body fat accumulation, associated with metabolic disorders and gut microbiota imbalances. Dysbiosis, a microbial imbalance, can be influenced by diets rich in ultra-processed foods (UPF), which are typically high in calories, nutrient-poor, and linked to various diseases. The Brazilian Dietary Guidelines recommend avoiding UPF consumption; however, evidence on the effects of UPF restriction on gut microbiota is limited, and clinical trials on UPF restriction are scarce. Thus, the present study aimed to evaluate the impact of energy restriction from UPF on the gut microbiota of individuals with obesity compared to a general energy restriction. This was a parallel, randomized clinical trial with two study arms, conducted at the Nutrition and Metabolism Laboratory of the Federal University of Alagoas. Individuals with obesity of both sexes, with stable weight for at least one month, were randomly allocated into two groups: control, with general energy restriction (ER-G), and intervention, with energy restriction from UPF (ER-UPF), limited to 5% of total intake. Gut microbiota was assessed at baseline and after six months. Stool samples were collected for DNA extraction and sequencing of the 16S rRNA gene (V3-V4 region). Socioeconomic, clinical, anthropometric, and dietary intake data were also collected. Data were analyzed using mixed analysis of variance (mixed ANOVA) and presented as mean, 95% confidence interval (95% CI), and frequency, depending on the variable, with an alpha level of 5%. For phylum, genus, and family-level analyses, the limma-voom and MaAsLin2 methods were applied, adopting p < 0.20 as the Benjamini-Hochberg correction threshold. A total of 43 individuals were randomized: 22 to the control group and 21 to the intervention group. After six months, some participants were lost to follow-up, and complete data from 34 individuals were analyzed. UPF consumption decreased in the group that restricted UPF, but remained unchanged in the control group (p-interaction = 0.04). Waist circumference (WC) decreased in both groups (p < 0.01), as did body fat percentage (%BF) (p < 0.01). Overall, an increase in microbial diversity was observed according to various indices. However, at the genus level, a slight decline in diversity and in the Firmicutes/Bacteroidetes ratio was noted over time in both groups, but this change was not statistically significant. No significant differences were found between the control and intervention groups at the phylum level at baseline or after six months. The Ruminococcaceae family showed a significant increase in the group that restricted UPF compared to the control group (p-interaction = 0.03), as did the Faecalibacterium genus (p = 0.02). After Benjamini-Hochberg correction for multiple comparisons, the p-value was 0.24 for MaAsLin2 and 0.10 for limma-voom for this genus. These findings highlight the complexity of interactions between diet, body composition, and gut microbiota, suggesting that UPF restriction may have positive but limited effects on microbiota modulation in the short to medium term.
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LUCAS DOS SANTOS FERREIRA
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ASSOCIAÇÃO ENTRE AMBIENTE PERCEBIDO, FRAGILIDADE FÍSICA E ATIVIDADE FÍSICA NO LAZER EM PESSOAS IDOSAS NO ESTADO DE ALAGOAS
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Orientador : JOAO ARAUJO BARROS NETO
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MEMBROS DA BANCA :
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Cassiano Ricardo Rech
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JOAO ARAUJO BARROS NETO
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LUIZ RODRIGO AUGUSTEMAK DE LIMA
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Data: 25/02/2025
Ata de defesa assinada:
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A Fragilidade Física está associada a Atividade Física e as características do ambiente, deste modo se faz necessário investigar os mecanismos que perpassam a relação entre essas variáveis. O objetivo principal desta dissertação é testar a associação entre o ambiente percebido com a fragilidade física na pessoa idosa e verificar se essa associação é mediada pela atividade física no lazer. Esta dissertação está estruturada com os seguintes tópicos: apresentação, revisão de literatura, coletânea de artigos, considerações finais, referências bibliográficas, os anexos e apêndices. Em relação ao Artigo 1, utilizou-se as bases de dados PUBMED, SCOPUS, EMBASE, Web of Science, Scielo e Google Acadêmico como literatura cinzenta. Foram incluídos estudos com idosos não institucionalizados com 60 anos ou mais que testaram a relação com a vizinhança percebida e ambiente construído e com fragilidade física ou sarcopenia, bem como estudos observacionais publicados em inglês, português e espanhol. Nos resultados dezoito estudos foram incluídos na síntese qualitativa (n=102.789 participantes). Três estudos avaliaram a relação entre ambiente construído e percebido e a sarcopenia, e quinze estudos com a fragilidade física. Quanto ao delineamento dos estudos, cinco estudos foram de coorte e treze foram transversais. Os resultados constataram que a falta de acesso ao transporte público, o acesso precário a instalações recreativas, a ausência de destino, morros perigosos e a ausência de segurança no trânsito foram fatores de risco para sarcopenia. Caminhabilidade, segurança contra crimes, instalações recreativas/instalações para caminhada e ciclismo/instalações para exercícios, estética do bairro e acesso a parques e calçadas/disponibilidade de parques foram características ambientais que mostraram associações consistentes com fragilidade física. Em relação ao Artigo 2, trata-se de um estudo observacional, analítico e descritivo do tipo transversal. A amostra deste estudo é composta por pessoas idosas, de 60 anos ou mais, residentes em onze municípios do estado de Alagoas. Para avaliar o desfecho foi utilizado o fenótipo da fragilidade modificado. Para analisar a variável de mediação foi Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), apenas o domínio do lazer, e para avaliar a exposição utilizamos a Escala de Percepção do Ambiente (EPA) adaptada. Para associar as características do ambiente com a fragilidade física foi realizada uma Regressão Logística Binária, adotando intervalo de confiança de 95%, ajustado por sexo, idade, comorbidades, escolaridade e AF no lazer. Realizamos uma análise de mediação com as características do ambiente associadas com a fragilidade física e a AF no lazer. Devido a natureza das variáveis, utilizamos o estimador Weighted Least Square (WLS) nas análises. Foram analisadas 489 pessoas idosas, sendo 56,6% da amostra do sexo feminino, com idade média de 68 anos (DP=7,76), 69,3% são de baixa escolaridade e 41,1% residem em municípios de baixo Indice de Desenvolvimento Humano (IDHM). Em relação a fragilidade 48,7% são frágeis e 61,0% não fazem AF no lazer. No modelo ajustado da regressão logística a presença de áreas verdes está associada a fragilidade física (OR: 0,61; IC95%: 0,36 – 0,94). Na análise de mediação a presença de áreas verdes apresentou um efeito indireto (β=−0.055; IC95%: −0.102, −0.008) e total (β: -0.180; IC95%: -0.310, -0.051) significativo, indicando que esta associação é mediada pela AF no lazer. Porém não foi encontrada associação com a presença de calçadas (β: -0.034; IC95%: -0.072, 0.005). Concluímos que pessoas idosas que vivem em ambientes construídos com maior caminhabilidade, acesso a instalações recreativas/instalações para caminhada e ciclismo/instalações para exercícios, estética do bairro e acesso a parques e calçadas/disponibilidade de parques são menos propensos a desenvolver fragilidade física e sarcopenia. Além do que a presença de áreas verdes reduz as chances da pessoa idosa ser frágil, e pode implicar na redução da fragilidade por meio da prática de AF no lazer.
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Physical frailty is associated with physical activity and environmental characteristics, so it is necessary to investigate the mechanisms that permeate these variables. The main objective of this dissertation is to test the association between the perceived neighborhood and physical frailty in older adults, and to verify whether this association is mediated by leisure-time physical activity. This dissertation is structured with the following topics: presentation, literature review, collection of articles, final considerations, bibliographic references, annexes and appendices. Regarding Article 1, the PUBMED, SCOPUS, EMBASE, Web of Science, Scielo were data base used and Google Scholar were used as gray literature. Studies with non-institutionalized older adults, aged 60 or over that tested the relationship between perceived neighborhood and built environment and physical frailty or sarcopenia were included, as well as observational studies published in English, Portuguese and Spanish. In the results, eighteen studies were included in the qualitative synthesis (n=102,789 participants). Three studies evaluated the relationship between the built and perceived environment and sarcopenia, and fifteen studies evaluated physical frailty. Regarding the study design, five studies were cohort studies and thirteen were cross-sectional. The results found that lack of access to public transportation, poor access to recreational facilities, lack of destination, dangerous hills, and lack of traffic safety were risk factors for sarcopenia. Walkability, safety from crime, recreational facilities/walking and cycling facilities/exercise facilities, neighborhood aesthetics, and access to parks and sidewalks/availability of parks were environmental characteristics that showed consistent associations with physical frailty. Regarding Article 2, it is an observational, analytical, and descriptive cross-sectional study. The sample of this study is composed of older adults, aged 60 years or older, living in eleven municipalities in the state of Alagoas. The modified frailty phenotype was used to assess the outcome. To analyze the mediation variable, the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) was used, only in the leisure domain, and to evaluate the exposure, we used the adapted Environmental Perception Scale. To associate the characteristics of the environment with physical frailty, a Binary Logistic Regression was performed, adopting a 95% confidence interval, adjusted for sex, age, comorbidities, education level and leisure-time physical activity. We performed a mediation analysis with the characteristics of the environment associated with physical frailty and leisure-time physical activity. Due to the nature of the variables, we used the Weighted Least Square (WLS) estimator in the analyses. A total of 489 older adults were analyzed, of which 56.6% of the sample were female, with a mean age of 68 years (SD = 7.76), 69.3% had low education and 41.1% lived in municipalities with a low Human Development Index (HDI). Regarding frailty, 48.7% are frail and 61.0% do not engage in leisure-time physical activity. In the adjusted logistic regression model, the presence of green areas is associated with physical frailty (OR: 0.61; 95%CI: 0.36–0.94). In the mediation analysis, the presence of green areas showed a significant indirect (β=−0.055; 95%CI: −0.102, −0.008) and total (β: -0.180; 95%CI: -0.310, -0.051) effect. However, no association was found with the presence of sidewalks (β: -0.034; 95%CI: -0.072, 0.005). We conclude that older adults living in built environments with greater walkability, access to recreational facilities/walking and cycling facilities/exercise facilities, neighborhood aesthetics, and access to parks and sidewalks/park availability are less likely to develop physical frailty and sarcopenia. In addition, the presence of green areas reduces the chances of older adults being frail, and reduced frailty through leisure-time PA.
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JOÃO VICTOR LAURINDO DOS SANTOS
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ASSOCIAÇÃO ENTRE O CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS E DESFECHOS DE SAÚDE MENTAL: ANÁLISES SECUNDÁRIAS DE ENSAIOS CLÍNICOS
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Orientador : NASSIB BEZERRA BUENO
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MEMBROS DA BANCA :
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GABRIEL SOARES BADUE
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JULIANA CELIA DE FARIAS SANTOS
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NASSIB BEZERRA BUENO
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Data: 27/02/2025
Ata de defesa assinada:
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A saúde mental é um componente essencial do bem-estar geral, e sua relação com o consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) tem ganhado destaque nas pesquisas. Esta dissertação, composta por dois artigos, investigou essa relação em diferentes grupos populacionais, buscando preencher lacunas na literatura. O primeiro artigo, intitulado "Associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o desempenho cognitivo entre adolescentes de cidades subdesenvolvidas no Brasil", teve como objetivo avaliar a associação entre o desempenho cognitivo e o consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) em adolescentes residentes em cidades do interior do Nordeste brasileiro. Foram incluídos 116 adolescentes, com idade média de 14 anos, dos quais 50 (43,1%) apresentaram baixo desempenho cognitivo. A ingestão energética média foi de 1973,5 kcal, com 24,2% provenientes de AUP. Os participantes com baixo desempenho cognitivo consumiram 26,5% (IC95%: [22,2; 30,7]%) da ingestão energética diária de AUP, comparado a 22,5% (IC95%: [18,8; 26,2]%) daqueles com desempenho cognitivo médio-alto (P = 0,17). Não houve diferenças significativas na ingestão total de energia e macronutrientes entre os grupos. Apesar do consumo de AUP ser semelhante à média brasileira, não foi encontrada uma associação significativa entre o consumo de AUP e o desempenho cognitivo nesta amostra de adolescentes de baixa renda. O segundo artigo, intitulado "Associação entre o consumo de AUP e transtorno de ansiedade generalizada em adultos com obesidade interessados em perda de peso", teve como objetivo avaliar a relação entre os sintomas do transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e o consumo de AUP em adultos com obesidade que buscavam perder peso. O estudo transversal incluiu 148 adultos (19-59 anos) recrutados em uma universidade brasileira. O consumo alimentar foi avaliado por meio de três recordatórios de 24 horas, classificados de acordo com a classificação NOVA. O TAG foi medido utilizando a Escala de Transtorno de Ansiedade Generalizada (GAD-7). Modelos de regressão linear ajustados para fatores de confusão, como sexo, idade, status econômico e nível de atividade física, foram utilizados para analisar a associação entre os sintomas de ansiedade e o consumo de AUP. Escores mais altos na GAD-7 foram associados a um maior consumo de AUP (β = 0,445%; IC95%: 0,042–0,849; p = 0,031), representando 22,8% da ingestão energética total. Não houve associação significativa entre ansiedade e consumo de sódio, açúcar ou gordura saturada. Adultos com obesidade interessados em perder peso e que apresentavam sintomas mais elevados de ansiedade consumiram mais AUP, sugerindo uma relação entre ansiedade e padrões alimentares. Isso indica que o estado emocional pode influenciar as escolhas alimentares nesse grupo. Em síntese, o consumo de AUP impacta diferentemente cada grupo: em adolescentes de baixa renda, não houve relação com desempenho cognitivo, mas foi associado a maiores sintomas de ansiedade em adultos com obesidade. Fatores contextuais e individuais desempenham um papel crucial nessa relação, e estudos longitudinais são necessários para entender melhor as causalidades e mecanismos envolvidos.
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Mental health is an essential component of overall well-being, and its relationship with the consumption of ultra-processed foods (UPF) has gained prominence in research. This dissertation, composed of two articles, investigated this relationship in different population groups, aiming to fill gaps in the literature. The first article, titled "Association between the consumption of ultra-processed foods and cognitive performance among adolescents from underdeveloped cities in Brazil," aimed to evaluate the association between cognitive performance and the consumption of ultra-processed foods (UPF) in adolescents residing in cities in the interior of northeastern Brazil. The study included 116 adolescents, with an average age of 14 years, of whom 50 (43.1%) showed low cognitive performance. The average energy intake was 1973.5 kcal, with 24.2% coming from UPF. Participants with low cognitive performance consumed 26.5% (95% CI: [22.2; 30.7]%) of their daily energy intake from UPF, compared to 22.5% (95% CI: [18.8; 26.2]%) of those with medium-high cognitive performance (P = 0.17). There were no significant differences in total energy and macronutrient intake between the groups. Although UPF consumption was similar to the Brazilian average, no significant association was found between UPF consumption and cognitive performance in this sample of low-income adolescents. The second article, titled "Association between UPF consumption and generalized anxiety disorder in adults with obesity interested in weight loss," aimed to evaluate the relationship between symptoms of generalized anxiety disorder (GAD) and UPF consumption in adults with obesity seeking weight loss. The cross-sectional study included 148 adults (19-59 years) recruited from a Brazilian university. Food consumption was assessed using three 24-hour recalls, classified according to the NOVA classification. GAD was measured using the Generalized Anxiety Disorder Scale (GAD-7). Linear regression models adjusted for confounding factors, such as sex, age, economic status, and physical activity, were used to analyze the association between anxiety symptoms and UPF consumption. Higher GAD-7 scores were associated with greater UPF consumption (β = 0.445%; 95% CI: 0.042–0.849; p = 0.031), representing 22.8% of total energy intake. There was no significant association between anxiety and sodium, sugar, or saturated fat consumption. Adults with obesity interested in weight loss who had higher anxiety symptoms consumed more UPF, suggesting a relationship between anxiety and dietary patterns. This indicates that emotional state may influence food choices in this group. In summary, UPF consumption impacts each group differently: in low-income adolescents, there was no relationship with cognitive performance, but it was associated with higher anxiety symptoms in adults with obesity. Contextual and individual factors play a crucial role in this relationship, and longitudinal studies are needed to better understand the causalities and mechanisms involved.
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BRENA LETÍCIA GOMES DE PAIVA
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Avaliação da acurácia da circunferência do braço, isolada ou combinada com outros indicadores, como preditor de risco para sarcopenia em pessoas idosas vivendo em comunidade
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Orientador : JOAO ARAUJO BARROS NETO
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MEMBROS DA BANCA :
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ENAIANE CRISTINA MENEZES
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FABIANA ANDREA MOURA
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JOAO ARAUJO BARROS NETO
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Data: 28/02/2025
Ata de defesa assinada:
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A sarcopenia é uma doença caracterizada como um distúrbio progressivo e generalizado do músculo esquelético, altamente prevalente na população idosa. No envelhecimento, o declínio da massa muscular ocorre progressivamente, sendo acompanhada pela redução na força muscular e é associada aos riscos de quedas, limitações de mobilidade e perda de independência. Os testes para identificação da baixa massa muscular nem sempre estão acessíveis na atenção primária em saúde, dificultando o diagnóstico precoce da sarcopenia em pessoas idosas não hospitalizadas. Por outro lado, a antropometria constitui um método de baixo custo, não invasivo e de fácil aplicação, que pode ser uma alternativa mais acessível para prever a sarcopenia. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi avaliar a acurácia da circunferência do braço (CB), comparada a outros indicadores, como preditor de risco para sarcopenia em pessoas idosas vivendo em comunidade. Este estudo é derivado de um inquérito domiciliar, observacional, transversal, analítico e descritivo, de base populacional, com coleta de dados realizada entre abril de 2022 e dezembro de 2023. A amostra total foi composta por 708 indivíduos. A análise de regressão linear revelou que a CB apresentou uma associação negativa e estatisticamente significativa com a sarcopenia, demonstrando que indivíduos com menor CB apresentaram escores mais elevados de sarcopenia, semelhante à circunferência da panturrilha. A CB apresentou-se como um dos indicadores com desempenho mais relevante e com excelente capacidade discriminatória (AUC: 0,85, para ambos os sexos) e importante equilíbrio entre os valores de sensibilidade e especificidade. Os resultados indicam que a CB e a circunferência da panturrilha (CP) não apresentam diferenças significantes nas AUCs, destacando que tanto a CB como a CP possuem a mesma relevância na predição de sarcopenia. Assim como a CP, indicador mais consolidado na prática clínica e em instrumentos de triagem, a CB (a partir dos pontos de corte estabelecidos nesse estudo) pode ser um importante aliado dos profissionais de saúde na detecção do risco de sarcopenia.
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Mostrar Abstract
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Sarcopenia is a disease characterized as a progressive and generalized disorder of skeletal muscle, highly prevalent in the elderly population. In aging, the decline in muscle mass occurs progressively, accompanied by a reduction in muscle strength and is associated with risks of falls, mobility limitations and independence loss. Tests to identify low muscle mass are not always accessible in primary health care, as they require the use of dual-beam densitometry (DEXA) or bioelectrical impedance, conditions that hinder the early diagnosis of sarcopenia in non-hospitalized older adults. On the other hand, anthropometry constitutes a low-cost, non-invasive and easy-to-apply method, which can be a more accessible alternative to predict sarcopenia. The aimed of this study was to evaluate the accuracy of arm circumference, compared to other indicators, as a predictor of risk for sarcopenia in community-dwelling older adults.This study is derived from a population-based, observational, cross-sectional, analytical and descriptive household survey, with data collection between April 2022 and December 2023. The total sample consisted of 708 individuals. The linear regression analysis revealed that arm circumference (AC) showed a negative and statistically significant association with sarcopenia, demonstrating that individuals with lower AC had higher sarcopenia scores, similar to calf circumference. The ROC curve analysis indicated that, for men, the estimated cutoff point of AC was 28.0 cm and 27.0 cm for women, suggesting that AC has satisfactory accuracy in identifying individuals with and without sarcopenia, regardless of sex.AC presented itself as one of the indicators with the most relevant performance and with excellent discriminatory capacity (AUC: 0.85, for both sexes) and important balance between sensitivity and specificity values. The results indicate that AC and CP do not present significant differences in the AUCs, highlighting that both AC and CP have the same relevance in the prediction of sarcopenia. Like calf circumference, a more consolidated indicator in clinical practice and in screening instruments, arm circumference (from the cutoff points established in this study) can be an important ally for health professionals in detecting the risk of sarcopenia.
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DIANE FERNANDES DOS SANTOS
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FATORES ASSOCIADOS À COBERTURA DO PROGRAMA DE SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA A: ESTUDO TRANSVERSAL DE BASE POPULACIONAL COM CRIANÇAS INDÍGENAS DE ALAGOAS
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Orientador : HAROLDO DA SILVA FERREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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CHRISTEFANY REGIA BRAZ COSTA
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HAROLDO DA SILVA FERREIRA
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RISIA CRISTINA EGITO DE MENEZES
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Data: 24/03/2025
Ata de defesa assinada:
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A vitamina A é essencial para diversas funções metabólicas, e sua deficiência está associada a altas taxas de morbimortalidade infantil. O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A visa prevenir e controlar essa deficiência. No entanto, a efetividade do programa é limitada, especialmente em populações vulneráveis, como os povos indígenas, devido à baixa cobertura. Assim, esta pesquisa teve como objetivo identificar a taxa de cobertura do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A e analisar os fatores demográficos, socioeconômicos, ambientais e de saúde que influenciam sua adesão entre crianças indígenas do estado de Alagoas. Trata-se de um estudo transversal de base populacional, com abordagem quantitativa, envolvendo crianças de 6 a 59 meses. A coleta ocorreu de 2022 a 2023, abrangendo todas as etnias indígenas do estado. A variável dependente foi a cobertura pelo Programa, definida pelo registro da suplementação nos últimos seis meses na caderneta de saúde da criança. Para análise da associação, utilizou-se o teste qui-quadrado de Pearson e regressão de Poisson para obtenção da razão de prevalência e IC95%. A amostra foi composta por 315 crianças, a maioria com idade entre 12 e 59 meses (91,1%; n=234). As mães tinham entre 20 e 34 anos (72,6%; n=185) e possuíam mais de oito anos de estudo (65,7%; n=109). O número de membros da família foi de até quatro (61,1%; n=157), com renda entre um e dois salários mínimos (37,5%; n=95). Destaca-se que 81,5% (n=203) das mães não trabalhavam, 85,8% (n=217) recebiam benefício do governo e 50,6% (n=129) das famílias apresentavam insegurança alimentar leve. A maioria das residências eram de alvenaria (97,7%; n=250), em ruas sem pavimentação (79,7%; n=204), com mais de quatro cômodos (85,9%; n=220) e até dois dormitórios (68,7%; n=176). A água era considerada adequada para consumo (63,3%; n=162), 80,9% (n=207) tinham coleta pública de lixo e 63,7% (n=163) apresentavam destino inadequado para os dejetos. Em relação à saúde infantil, 75,4% (n=184) iniciaram o pré-natal no primeiro trimestre, a maioria não nasceu prematura (92,9%; n=236) e não apresentou baixo peso ao nascer (93,5%; n=232). No que tange ao Programa, 85,3% (n=267) das mães desconheciam sua finalidade. A taxa de cobertura foi maior entre crianças de 6 a 11 meses (91,3%; n=21), reduzindo-se progressivamente com o aumento da idade. As variáveis associadas à maior adesão foram idade entre 6 e 11 meses (RP=1,37; IC95%:1,17-1,60; p<0,001), prematuridade (RP=1,34; IC95%:1,26-1,58; p=0,001) e baixo peso ao nascer (RP=1,38; IC95%:1,19-1,62; p<0,001). Os achados evidenciam a necessidade de estratégias para aumentar a adesão ao Programa, especialmente entre crianças mais velhas, além do fortalecimento da comunicação com as mães e da melhoria do acompanhamento infantil.
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Mostrar Abstract
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Vitamin A is essential for various metabolic functions, and its deficiency is associated with high rates of infant morbidity and mortality. The National Vitamin A Supplementation Program aims to prevent and control this deficiency. However, the effectiveness of the program is limited, especially in vulnerable populations, such as Indigenous peoples, due to low coverage. Thus, this research aimed to identify the coverage rate of the National Vitamin A Supplementation Program and analyze the demographic, socioeconomic, environmental, and health factors that influence its adherence among Indigenous children in the state of Alagoas. This is a cross-sectional, population-based study with a quantitative approach, involving children aged 6 to 59 months. Data collection took place from 2022 to 2023, covering all Indigenous ethnic groups in the state. The dependent variable was program coverage, defined by the record of supplementation in the child's health booklet in the last six months. To analyze associations, Pearson's chi-square test and Poisson regression were used to obtain the prevalence ratio and 95% CI. The sample consisted of 315 children, the majority aged between 12 and 59 months (91.1%; n=234). Most mothers were between 20 and 34 years old (72.6%; n=185) and had more than eight years of education (65.7%; n=109). Families had up to four members (61.1%; n=157), with an income between one and two minimum wages (37.5%; n=95). Notably, 81.5% (n=203) of the mothers were unemployed, 85.8% (n=217) received government benefits, and 50.6% (n=129) of families experienced mild food insecurity. Most homes were made of masonry (97.7%; n=250), located on unpaved streets (79.7%; n=204), with more than four rooms (85.9%; n=220) and up to two bedrooms (68.7%; n=176). The water was considered safe for consumption (63.3%; n=162), 80.9% (n=207) had access to public waste collection, and 63.7% (n=163) had inadequate sewage disposal. Regarding child health, 75.4% (n=184) of mothers started prenatal care in the first trimester, the majority were not born prematurely (92.9%; n=236), and did not have low birth weight (93.5%; n=232). Concerning the Program, 85.3% (n=267) of mothers were unaware of its purpose. Coverage was highest among children aged 6 to 11 months (91.3%; n=21), decreasing progressively with age. Variables associated with higher adherence included age between 6 and 11 months (RP=1.37; 95%CI: 1.17-1.60; p<0.001), prematurity (RP=1.34; 95%CI: 1.26-1.58; p=0.001), and low birth weight (RP=1.38; 95%CI: 1.19-1.62; p<0.001). These findings highlight the need for strategies to increase adherence to the Program, particularly among older children, as well as strengthening communication with mothers and improving child monitoring.
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CLÁUDIA MARIA ALEXANDRE DA SILVA SANTANA
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A intervenção de oficinas culinárias na perda de peso de mulheres obesas moradoras de comunidades em vulnerabilidade social – Maceió/AL
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Orientador : TELMA MARIA DE MENEZES TOLEDO FLORENCIO
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA PAULA GROTTI CLEMENTE
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RAPHAELA COSTA FERREIRA LEMOS
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TELMA MARIA DE MENEZES TOLEDO FLORENCIO
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Data: 31/03/2025
Ata de defesa assinada:
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A obesidade é definida como uma doença crônica e um fator de riscos para outras doenças não transmissíveis, sendo considerada uma epidemia mundial e um problema de saúde pública devido ao aumento de casos nas últimas décadas, sobretudo em mulheres. Fatores como sedentarismo, vulnerabilidade social, escolhas alimentares errôneas, podem ter contribuído para este aumento. Sua etiologia é multifatorial e pode ser evitada com tratamentos nutricionais e clínicos para a perda de peso, com foco na mudança de estilo de vida, com melhoria no padrão alimentar e capacitações para melhorar as habilidades culinárias. Desta forma o presente estudo tem por objetivo avaliar a evolução de mulheres obesas em relação aos seus dados antropométricos e de habilidades culinárias antes e após a intervenção nutricional. Este estudo longitudinal quase-experimental não randomizado está inserido na pesquisa “Perfil nutricional, endócrino e saúde bucal de mulheres que vivem em aglomerados subnormais em Maceió/AL” com uma amostra composta por 25 mulheres obesas em situação de vulnerabilidade social que residem em comunidades de Maceió/AL. Foram realizados acompanhamento nutricional e oficinas culinárias a cada trinta dias durante seis meses no Centro de Recuperação e Educação Nutricional (CREN) unidade de extensão da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). O banco de dados foi processado e corrigido no Microsolt Excel e analisado com o software The Jamovi Project. No início da pesquisa, 76% das participantes apresentavam obesidade grau II e III. Após a intervenção nutricional, houve uma redução na prevalência de obesidade grau III (de 36% para 24%) e a migração de 8% das participantes para a classificação de sobrepeso. No entanto, a análise estatística pelo teste de Wilcoxon indicou ausência de diferenças significativas no peso e Índice de Massa Corporal (IMC) antes e após a intervenção (p>0,05). A avaliação do consumo alimentar revelou inadequações nutricionais, com ingestão média abaixo das recomendações. As habilidades culinárias foram analisadas por meio do Questionário Brasileiro de Avaliação das Habilidades Culinárias e Alimentação Saudável (QBHC). Após a intervenção, houve uma melhora nas escalas de atitude culinária, comportamento culinário e autoeficácia no consumo de frutas, legumes e verduras, sendo esta última significante (p=0,022). A classificação geral das habilidades culinárias aumentou de 73,6 para 75,2, indicando um impacto positivo das oficinas. Além disso, o percentual de mulheres com alto conhecimento culinário aumentou de 12% para 24%. A relação entre habilidades culinárias e diagnóstico nutricional mostrou associação significativa (p=0,038), evidenciando um aumento na proporção de participantes com obesidade grau II que desenvolveram habilidades culinárias elevadas. No entanto, não foi identificada associação significativa entre o diagnóstico nutricional e a disponibilidade de frutas, legumes e verduras, nem com o conhecimento sobre termos e técnicas culinárias. Os resultados indicam que as oficinas culinárias são uma estratégia viável para estimular mudanças nos hábitos alimentares e no desenvolvimento da autonomia culinária em mulheres em vulnerabilidade social. Apesar do impacto modesto na perda de peso, a melhora das habilidades culinárias pode favorecer a adoção de uma alimentação mais saudável. Esses resultados podem subsidiar futuras intervenções e incentivar pesquisas mais amplas para avaliar a efetividade dessas ações a longo prazo.
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Obesity is defined as a chronic disease and a risk factor for other non-communicable diseases. It is considered a global epidemic and a public health problem due to the increase in cases in recent decades, especially among women. Factors such as a sedentary lifestyle, social vulnerability and poor dietary choices may have contributed to this increase. Its etiology is multifactorial and can be prevented with nutritional and clinical treatments for weight loss, with a focus on changing lifestyle, improving eating patterns and training to improve cooking skills. The aim of this study is to evaluate the evolution of obese women in terms of their anthropometric data and cooking skills before and after nutritional intervention. This quasi-experimental, non-randomized longitudinal study is part of the research project “Nutritional, endocrine and oral health profile of women living in subnormal settlements in Maceió/AL” with a sample of 25 obese women living in socially vulnerable communities in Maceió/AL. Nutritional monitoring and cooking workshops were held every 30 days for six months at the Center for Nutritional Recovery and Education (CREN), an extension unit of the Federal University of Alagoas (UFAL). The database was processed and corrected using Microsolt Excel and analyzed using The Jamovi Project software. At the start of the study, 76% of the participants had grade II and III obesity. After the nutritional intervention, there was a reduction in the prevalence of grade III obesity (from 36% to 24%) and 8% of the participants migrated to the overweight classification. However, statistical analysis using the Wilcoxon test indicated no significant differences in weight and Body Mass Index (BMI) before and after the intervention (p>0.05). The food consumption assessment revealed nutritional inadequacies, with average intake below the recommendations. Culinary skills were analyzed using the Brazilian Questionnaire for the Evaluation of Culinary Skills and Healthy Eating (QBHC). After the intervention, there was an improvement in the scales of culinary attitude, culinary behavior and self-efficacy in the consumption of fruits and vegetables, the latter being significant (p=0.022). The overall rating of cooking skills increased from 73.6 to 75.2, indicating a positive impact of the workshops. In addition, the percentage of women with high culinary knowledge increased from 12% to 24%. The relationship between culinary skills and nutritional diagnosis showed a significant association (p=0.038), evidencing an increase in the proportion of participants with grade II obesity who developed high culinary skills. However, no significant association was found between nutritional diagnosis and the availability of fruit and vegetables, nor with knowledge of culinary terms and techniques. The results indicate that cooking workshops are a viable strategy for stimulating changes in eating habits and the development of culinary autonomy in socially vulnerable women. Despite the modest impact on weight loss, improved cooking skills may favor the adoption of a healthier diet. These results can support future interventions and encourage more extensive research to assess the long-term effectiveness of these actions.
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AMANDA CELIA MARTINS PASTL
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EFEITO DA ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL COM A CARTILHA DA DIETA CARDIOPROTETORA BRASILEIRA SOBRE PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS, LIPÍDICOS E ÍNDICES ATEROGÊNICOS EM SOBREVIVENTE DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
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Orientador : SANDRA MARY LIMA VASCONCELOS
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MEMBROS DA BANCA :
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ALANE CABRAL MENEZES DE OLIVEIRA
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RAPHAELA COSTA FERREIRA LEMOS
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SANDRA MARY LIMA VASCONCELOS
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Data: 01/04/2025
Ata de defesa assinada:
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Os eventos cardiovasculares constituem a principal causa de morte no Brasil e no mundo, destacando-se o Infarto agudo do miocárdio (IAM). O IAM resulta da evolução da placa ateromatosa que se acompanha muito frequentemente de um processo inflamatório e das dislipidemias, condições pró-aterogênicas. O presente estudo tem como objetivo avaliar se a intervenção nutricional com a cartilha cardioprotetora tem efeito nos índices antropométricos, lipídicos e aterogênicos de pacientes sobreviventes de IAM. Esta dissertação apresenta duas partes: a primeira, é um capítulo de revisão da literatura que aborda os desafios do IAM, a importância do acompanhamento dos riscos cardiovasculares pelos marcadores antropométricos e lipídicos e de como se desenvolve as orientações da Dica- Br e sobre seu conteúdo e desafios para adesão das orientações da dieta cardioprotetora brasileira. Nesta revisão foi possível observar que os estudos destacam a importância das intervenções nutricionais na prevenção das doenças cardiovasculares, embora os resultados sobre a redução de eventos cardiovasculares e mortalidade não sejam conclusivos. A adesão à dieta continua sendo um desafio, especialmente no Brasil, com lacunas na adequação alimentar e é fundamental fortalecer estratégias personalizadas e o acompanhamento contínuo para melhorar os hábitos alimentares e reduzir o risco cardiovascular. A segunda parte é composta por um artigo de resultado intitulado “Efeito da orientação nutricional por meio da Cartilha da Dieta Cardioprotetora Brasileira sobre parâmetros antropométricos, lipídicos e índices aterogênicos em sobreviventes de Infarto Agudo do Miocárdio”. Estudo realizado a partir do banco de dados de pesquisa PPSUS com uma amostra de 106 infartados do estado de Alagoas, onde foram recolhidos dados sociodemográficos, econômicos, antropométricos, clínicos, estes coletados através de um questionário. Como conclusão deste artigo, foi possível verificar que ambos os grupos reduziram LDL e colesterol Não-HDL e aumentaram o HDL, com mudanças significativas ao longo do tempo, mas sem diferenças entre os grupos. O tamanho do efeito foi pequeno em todos os casos. A análise dos índices aterogênicos mostrou diferenças entre os grupos intervenção e controle, mas sem significância estatística. Não houve diferença significativa no Índice de Castelli I e II, nem entre os grupos, nem entre os momentos. O Índice Aterogênico de Plasma e o Índice Aterogênico apresentaram diferenças significativas ao longo do tempo (p = 0,04 e p = 0,03, respectivamente), mas sem diferenças entre os grupos (p = 0,22 e p = 0,80). Conclui-se que as mudanças observadas ocorreram principalmente ao longo do tempo, sem diferença entre os grupos, sugerindo que a cartilha não teve impacto direto. Fatores como tamanho da amostra, variáveis de confusão e limitações do instrumento podem ter influenciado os resultados.
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Cardiovascular events are the main cause of death in Brazil and worldwide, with acute myocardial infarction (AMI) standing out. AMI results from the development of atheromatous plaque, which is often accompanied by an inflammatory process and dyslipidemia, pro-atherogenic conditions. The present study aims to evaluate whether nutritional intervention with the cardioprotective booklet has an effect on the anthropometric, lipid and atherogenic indices of patients who survived AMI. This dissertation has two parts: the first is a literature review chapter that addresses the challenges of AMI, the importance of monitoring cardiovascular risks through anthropometric and lipid markers, and how the Dica-Br guidelines are developed and their content and challenges for adherence to the guidelines of the Brazilian cardioprotective diet. In this review, it was possible to observe that the studies highlight the importance of nutritional interventions in the prevention of cardiovascular diseases, although the results on the reduction of cardiovascular events and mortality are not conclusive. Adherence to the diet continues to be a challenge, especially in Brazil, with gaps in dietary adequacy, and it is essential to strengthen personalized strategies and continuous monitoring to improve eating habits and reduce cardiovascular risk. The second part consists of a results article entitled “Effect of nutritional guidance through the Brazilian Cardioprotective Diet Booklet on anthropometric, lipid parameters and atherogenic indices in survivors of Acute Myocardial Infarction”. Study carried out from the PPSUS research database with a sample of 106 heart attack patients from the state of Alagoas, where sociodemographic, economic, anthropometric and clinical data were collected through a questionnaire. As a conclusion of this article, it was possible to verify that both groups reduced LDL and Non-HDL cholesterol and increased HDL, with significant changes in over time, but without differences between groups. The effect size was small in all cases. The analysis of atherogenic indices showed differences between the intervention and control groups, but without statistical significance. There was no significant difference in the Castelli Index I and II, neither between groups nor between time points. The Plasma Atherogenic Index and the Atherogenic Index showed significant differences over time (p = 0.04 and p = 0.03, respectively), but without differences between groups (p = 0.22 and p = 0.80). It is concluded that the observed changes occurred mainly over time, with no difference between groups, suggesting that the booklet had no direct impact. Factors such as sample size, confounding variables and limitations of the instrument may have influenced the results.
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CLÁUDIA DE ESPÍNDOLA MAMEDES
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ALEITAMENTO MATERNO E A OFERTA DE CHÁS ENTRE OS POVOS INDÍGENAS DE ALAGOAS
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Orientador : HAROLDO DA SILVA FERREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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BRUNA MERTEN PADILHA
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HAROLDO DA SILVA FERREIRA
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PRISCILA NUNES DE VASCONCELOS
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Data: 29/04/2025
Ata de defesa assinada:
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No Brasil, a grande biodiversidade apresenta um enorme potencial para as práticas fitoterápicas, cujo uso no tratamento de doenças reflete influências africanas, indígenas e europeias. Entre essas práticas destaca-se a oferta de chás a crianças < 24 meses. No entanto, é importante questionar em que medida essa oferta pode ser considerada terapêutica, especialmente diante dos comprovados benefícios da amamentação para a saúde, sobrevivência e desenvolvimento infantil, que deve ser incentivada, protegida e exclusiva até os seis meses de vida da criança. A presente dissertação visa contribuir com essa discussão. Para isso, encontra-se dividida em dois capítulos, sendo um de revisão da literatura e um artigo original. A revisão aborda aspectos da diversidade cultural dos povos indígenas a nível local e mundial, os benefícios do aleitamento materno e sua pequena, porém constante e crescente evolução ao longo dos anos, e a oferta e consumo de chás de ervas pelos povos tradicionais e demais populações no Brasil e no mundo. O artigo original tem por objetivo determinar a prevalência de aleitamento materno e analisar fatores associados à oferta de chás em crianças indígenas < 24 meses. Trata-se de um estudo observacional, transversal de base populacional, do tipo inquérito domiciliar, integrado a um projeto maior intitulado “Estudo de Nutrição, Saúde e Segurança Alimentar dos Povos Indígenas do Estado de Alagoas – ENSSAIA”. Para compor o universo amostral, foram contempladas todas as 11 etnias existentes no Estado de Alagoas, e a coleta de dados foi realizada através de visitas domiciliares, utilizando-se de formulários semiestruturados próprios e previamente testados em estudo piloto. Foram investigadas 124 crianças menores de 24 meses. A prática de aleitamento materno foi observada em 121 famílias, sendo o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade, praticado por apenas 7 famílias (5,83%), enquanto o aleitamento predominante teve prevalência de 92,6% e o aleitamento materno de 99,2%. Cerca de 73% (n=91) das crianças consumiram chá em algum momento da vida. A erva mais utilizada para chá foi a Camomila, seguido da Hortelã-da-folha-miúda. A oferta foi realizada, na sua maioria, às crianças na idade inferior a seis meses com a finalidade de tratar distúrbios do sistema gastrointestinal. A elevada prevalência do consumo de chás por crianças, especialmente nos primeiros seis meses de vida, revela uma prática profundamente enraizada nas tradições locais. Porém, esse hábito contrasta com as diretrizes nacionais e internacionais que recomendam o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade.
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In Brazil, the vast biodiversity presents enormous potential for phytotherapeutic practices, whose use in the treatment of diseases reflects African, Indigenous, and European influences. Among these practices, the offering of herbal teas to children under 24 months of age stands out. However, it is important to question to what extent this offering can be considered therapeutic, especially in light of the proven benefits of breastfeeding for child health, survival, and development, which should be encouraged, protected, and practiced exclusively up to six months of age. This dissertation aims to contribute to this discussion. It is divided into two chapters: one literature review and one original research article. The review addresses aspects of the cultural diversity of Indigenous peoples at both local and global levels, the benefits of breastfeeding and its small but steady and growing progress over the years, and the offering and consumption of herbal teas by traditional peoples and other populations in Brazil and around the world. The original article aims to determine the prevalence of breastfeeding and to analyze factors associated with the offering of herbal teas to Indigenous children under 24 months of age. This is a cross-sectional, population-based observational study, conducted through a household survey, and is part of a larger project entitled “Study on Nutrition, Health and Food Security of Indigenous Peoples in the State of Alagoas – ENSSAIA.” The sample universe included all 11 Indigenous ethnic groups in the state of Alagoas. Data collection was carried out through household visits using customized, semi-structured questionnaires that had been previously tested in a pilot study. A total of 124 children under 24 months of age were investigated. Breastfeeding practices were observed in 121 families, with exclusive breastfeeding up to six months practiced by only 7 (5.83%), while predominant breastfeeding showed a prevalence of 92.6% and overall breastfeeding reached 99.2%. Approximately 73% (n=91) of the children had consumed herbal tea at some point in their lives. The most commonly used herb was chamomile, followed by Hortelã-da-folha-miúda (a variety of mint). In most cases, tea was offered to children under six months of age for the purpose of treating gastrointestinal disorders. The high prevalence of tea consumption among children, especially during the first six months of life, reveals a practice deeply rooted in local traditions. However, this habit contrasts with national and international guidelines that recommend exclusive breastfeeding up to six months of age.
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CAMILA AMANCIO DOS SANTOS
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ESTADO NUTRICIONAL E CAPACIDADE INTRÍNSECA: UM ESTUDO DE PREVALÊNCIA E ASSOCIAÇÃO ENTRE DOIS IMPORTANTES INDICADORES DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA
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Orientador : JOAO ARAUJO BARROS NETO
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MEMBROS DA BANCA :
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JOAO ARAUJO BARROS NETO
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SANDRA MARY LIMA VASCONCELOS
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THATIANA REGINA FAVARO
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Data: 30/04/2025
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O processo de transição demográfica, especialmente em países em desenvolvimento, está alterando o perfil epidemiológico das populações, tornando os idosos mais suscetíveis a doenças crônicas não transmissíveis e comprometimentos nutricionais. No Brasil, 15,1% da população era idosa em 2022, com variações regionais, como 9,11% em Alagoas. O envelhecimento é um processo complexo que afeta diversas dimensões da saúde, incluindo cognição e mobilidade, resultando em fragilidade e dependência. A Organização Mundial da Saúde introduziu o conceito de capacidade intrínseca, que reflete as habilidades físicas e mentais, sendo crucial para o planejamento da atenção à saúde. A pesquisa proposta visa diagnosticar a saúde dos idosos em Alagoas, focando na prevalência de má-nutrição e dependência funcional, e sua relação com a capacidade intrínseca. Objetivo: Identificar a prevalência de má nutrição (desnutrição e excesso de peso) e dependência funcional, bem como essas condições de saúde estão associadas ao comprometimento da capacidade intrínseca de pessoas idosas residentes em comunidade no estado de Alagoas. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, observacional, de base populacional. A coleta de dados ocorreu no período Abril de 2022 à Janeiro de 2024. A amostra foi composta por 1153 pessoas de ambos os sexos e com idade ≥ 60 anos, residentes em 11 municípios do Estado de Alagoas e seguiu o modelo probabilístico e representativo da população com idade superior a 60 anos do Estado. Foram coletadas informações sobre condições de saúde, variáveis sociodemográficas e hábitos de vida. Foi ainda avaliado o estado nutricional a partir da classificação do Índice de Massa Corporal e circunferência da panturrilha. A composição corporal foi avaliada por meio da impedância bioelétrica e a funcionalidade por meio da capacidade de realização das Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD) e teste de força de preensão manual. A capacidade intrínseca foi analisada a partir da avaliação de seis domínios: audição, visão, psicológico, locomoção, cognitivo e vitalidade. Foram também coletadas variáveis referentes às condições de saúde como o número de medicações em uso e a presença de doenças crônicas. Resultados preliminares O estudo analisou 989 idosos com média de idade de 70,9 anos, revelando que 79,5% apresentavam comprometimento em pelo menos um domínio da capacidade intrínseca (CI). O grupo com CI preservada era mais jovem e tinha maior renda familiar, enquanto a maioria dos participantes era insuficientemente ativa e 16% eram fumantes. A triagem ICOPE indicou que 44,2% tinham comprometimento na vitalidade e 39,2% na saúde mental. Em relação ao estado nutricional, 17,9% estavam desnutridos e 43,5% apresentavam excesso de peso, sendo este um fator de proteção para a CI. A análise de regressão logística multinível mostrou que cada ano adicional de idade aumenta em 8% as chances de comprometimento da CI, com inatividade física e diabetes mellitus também associados a maior risco. O índice de massa livre de gordura foi identificado como um fator protetor, e o modelo final apresentaram 79% de precisão. Considerações finais O envelhecimento funcional em idosos de Alagoas é influenciado por fatores sociodemográficos, estilos de vida e condições clínicas, com alta prevalência de comprometimento da capacidade intrínseca. Variáveis como idade avançada, sexo feminino, baixa renda, tabagismo, inatividade física e diabetes estão relacionadas ao envelhecimento fragilizado. Para promover um envelhecimento saudável, é essencial implementar políticas de saúde que incentivem hábitos de vida saudáveis, avaliação contínua e ações intersetoriais para reduzir desigualdades sociais.
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The demographic transition process, especially in developing countries, is changing the epidemiological profile of populations, making the elderly more susceptible to chronic non-communicable diseases and nutritional impairments. In Brazil, 15.1% of the population was elderly in 2022, with regional variations, such as 9.11% in Alagoas. Aging is a complex process that affects several dimensions of health, including cognition and mobility, resulting in frailty and dependence. The World Health Organization introduced the concept of intrinsic capacity, which reflects physical and mental abilities, and is crucial for health care planning. The proposed research aims to diagnose the health of the elderly in Alagoas, focusing on the prevalence of malnutrition and functional dependence, and their relationship with intrinsic capacity. Objective: To identify the prevalence of malnutrition (undernutrition and overweight) and functional dependence, as well as how these health conditions are associated with the impairment of the intrinsic capacity of elderly people living in the community in the state of Alagoas. Methodology: This is a cross-sectional, observational, population-based study. Data collection took place from April 2022 to January 2024. The sample consisted of 1,153 individuals of both sexes and aged ≥ 60 years, residing in 11 municipalities in the State of Alagoas and followed the probabilistic and representative model of the population over 60 years of age in the State. Information on health conditions, sociodemographic variables, and lifestyle habits were collected. Nutritional status was also assessed based on the Body Mass Index classification and calf circumference. Body composition was assessed through bioelectrical impedance and functionality through the ability to perform Basic Activities of Daily Living (BADL) and handgrip strength test. Intrinsic capacity was analyzed based on the evaluation of six domains: hearing, vision, psychological, locomotion, cognitive, and vitality. Variables related to health conditions, such as the number of medications in use and the presence of chronic diseases, were also collected. Preliminary results The study analyzed 989 elderly individuals with a mean age of 70.9 years, revealing that 79.5% had impairment in at least one domain of intrinsic capacity (IC). The group with preserved IC was younger and had higher family income, while most participants were insufficiently active and 16% were smokers. The ICOPE screening indicated that 44.2% had impairment in vitality and 39.2% in mental health. Regarding nutritional status, 17.9% were malnourished and 43.5% were overweight, which is a protective factor for IC. Multilevel logistic regression analysis showed that each additional year of age increases the chances of IC impairment by 8%, with physical inactivity and diabetes mellitus also associated with greater risk. The fat-free mass index was identified as a protective factor, and the final model showed 79% accuracy. Final considerations Functional aging in elderly individuals in Alagoas is influenced by sociodemographic factors, lifestyles and clinical conditions, with a high prevalence of intrinsic capacity impairment. Variables such as advanced age, female gender, low income, smoking, physical inactivity and diabetes are related to fragile aging. To promote healthy aging, it is essential to implement health policies that encourage healthy lifestyle habits, continuous assessment and intersectoral actions to reduce social inequalities
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GRAZIELE ÉDILA DA SILVA
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AVALIAÇÃO DA INADEQUAÇÃO DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL SEGUNDO DIFERENTES INDICADORES: ESTUDO DE BASE POPULACIONAL EM COMUNIDADES INDÍGENAS DO ESTADO DE ALAGOAS
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Orientador : HAROLDO DA SILVA FERREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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HAROLDO DA SILVA FERREIRA
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PRISCILA NUNES DE VASCONCELOS
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RISIA CRISTINA EGITO DE MENEZES
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Data: 30/04/2025
Ata de defesa assinada:
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Uma assistência pré-natal adequada é fundamental para a saúde do binômio mãe-filho, prevenindo desfechos desfavoráveis desde a concepção até o nascimento. A falta de acesso ou a baixa qualidade desse cuidado aumenta o risco de complicações. Embora o Brasil tenha avançado no acesso e na qualidade do pré-natal, persistem disparidades entre grupos de gestantes. Mulheres com menor escolaridade, negras, pardas e indígenas apresentam piores indicadores e menor satisfação com a assistência, sendo este cenário mais pronunciado nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Diante disso, é fundamental questionar a qualidade do atendimento oferecido às mulheres indígenas, considerando suas especificidades e vulnerabilidades. Esta dissertação busca contribuir com essa discussão. Para isso, redigiu-se um capitulo de revisão da literatura que aborda a saúde indígena, as políticas públicas de saúde materno-infantil e a avaliação da assistência pré-natal e dois artigos originais. O primeiro artigo, intitulado Inadequação da atenção pré-natal segundo diferentes indicadores: estudo de base populacional em comunidades indígenas do estado de Alagoas, teve como objetivo avaliar a inadequação da atenção pré-natal em comunidades indígenas do estado de Alagoas. Trata-se de um estudo observacional, transversal de base populacional, do tipo inquérito domiciliar, integrado a um projeto maior intitulado “Estudo de Nutrição, Saúde e Segurança Alimentar dos Povos Indígenas do Estado de Alagoas – ENSSAIA”, que incluiu amostra probabilística das 11 etnias existentes no estado. Foram elegíveis mulheres indígenas com crianças ≤ 24 meses. A inadequação do pré-natal foi avaliada por dois índices: Takeda (1993), que considera o número de consultas e o início do pré-natal, e Silveira et al. (2001), que inclui também a realização de exames. Foram avaliadas 108 mães de crianças para o índice de Takeda e 81 pelo de Silveira et al. A prevalência de inadequação foi de 3% segundo Takeda e 13,6% segundo Silveira. Os resultados indicam que a inadequação da assistência pré-natal nas mulheres indígenas é elevada, principalmente quando avaliados critérios mais abrangentes, ressaltando a necessidade de qualificar o atendimento, respeitando as especificidades desse e garantindo melhores condições de saúde. O segundo artigo, Prevalência de inadequação da assistência pré-natal no Brasil: uma revisão sistemática, teve como objetivo traçar um panorama da qualidade do pré-natal oferecido no país, por meio do índice proposto por Takeda, considerando distintas localidades ao longo dos anos, além de identificar os fatores que contribuíram para as mudanças observadas. A revisão incluiu 13 estudos (9 artigos e 4 dissertações), selecionados por meio de buscas nas bases de dados do PubMed, National Library of Medicine, do Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e catalogo de tese e dissertações da CAPES, com descritores “pré-natal”, “qualidade do pré-natal” e “Brasil”, limitando a busca a textos completos e publicações a partir de 1993. A prevalência de inadequação variou de 12% a 63%, sendo mais elevada em estudos que utilizaram prontuários ou múltiplos instrumentos de coleta de dados, e menor naqueles baseados exclusivamente em entrevista. Com exceção de dois estudos, as maiores inadequações foram observadas após o ano de 2011. Conclui-se que, ao longo dos anos, as políticas públicas voltadas à assistência pré-natal, focadas nas especificidades das gestantes, contribuíram para a redução da inadequação. Esse cenário reforça a importância de manter e ampliar essas ações para garantir um cuidado qualificado e equitativo à saúde materna.
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Adequate prenatal care is essential for the health of the mother-child binomial, preventing unfavorable outcomes from conception to birth. Lack of access or poor quality of this care increases the risk of complications. Although Brazil has made progress in access to and quality of prenatal care, disparities persist between groups of pregnant women. Women with less education, black, mixed race and indigenous women have worse indicators and less satisfaction with care, and this scenario is more pronounced in the North and Northeast regions of Brazil. In view of this, it is essential to question the quality of care offered to indigenous women, considering their specificities and vulnerabilities. This dissertation seeks to contribute to this discussion. To this end, a chapter reviewing the literature addressing indigenous health, public policies on maternal and child health and the evaluation of prenatal care was written, as well as two original articles. The first article, entitled Inadequate prenatal care according to different indicators: a population-based study in indigenous communities in the state of Alagoas, aimed to assess the inadequacy of prenatal care in indigenous communities in the state of Alagoas. This was an observational, cross-sectional, population-based study of the household survey type, integrated into a larger project entitled “Study of Nutrition, Health and Food Security of Indigenous Peoples of the State of Alagoas – ENSSAIA”, which included a probabilistic sample of the 11 ethnic groups existing in the state. Indigenous women with children ≤ 24 months were eligible. Inadequate prenatal care was assessed using two indices: Takeda (1993), which considers the number of consultations and the start of prenatal care, and Silveira et al. (2001), which also includes the performance of exams. A total of 108 mothers of children were assessed using the Takeda index and 81 using the Silveira et al. The prevalence of inadequate prenatal care was 3% according to Takeda and 13.6% according to Silveira. The results indicate that inadequate prenatal care for indigenous women is high, especially when more comprehensive criteria are assessed, highlighting the need to improve the quality of care, respecting its specificities and ensuring better health conditions. The second article, Prevalence of inadequate prenatal care in Brazil: a systematic review, aimed to outline an overview of the quality of prenatal care offered in the country, using the index proposed by Takeda, considering different locations over the years, in addition to identifying the factors that contributed to the changes observed. The review included 13 studies (9 articles and 4 dissertations), selected through searches in the databases of PubMed, National Library of Medicine, Scientific Electronic Library Online (SciELO), Virtual Health Library (BVS) and CAPES catalog of theses and dissertations, with descriptors “prenatal”, “quality of prenatal care” and “Brazil”, limiting the search to full texts and publications from 1993 onwards. The prevalence of inadequacy ranged from 12% to 63%, being higher in studies that used medical records or multiple data collection instruments, and lower in those based exclusively on interviews. With the exception of two studies, the greatest inadequacies were observed after 2011. It is concluded that, over the years, public policies aimed at prenatal care, focused on the specificities of pregnant women, contributed to the reduction of inadequacy. This scenario reinforces the importance of maintaining and expanding these actions to ensure qualified and equitable care for maternal health.
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THALITA SOUTO DOS SANTOS
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Eficácia da intervenção nutricional individualizada no perfil metabólico e nutricional de mulheres em vulnerabilidade social com excesso de peso
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Orientador : TELMA MARIA DE MENEZES TOLEDO FLORENCIO
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA PAULA GROTTI CLEMENTE
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RAPHAELA COSTA FERREIRA LEMOS
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TELMA MARIA DE MENEZES TOLEDO FLORENCIO
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Data: 05/05/2025
Ata de defesa assinada:
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Mudanças nos hábitos alimentares dos brasileiros resultaram no aumento do consumo de alimentos ultraprocessados e na redução da prática de atividade física, contribuindo para o crescimento da obesidade e de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). A obesidade, uma condição multifatorial, envolve fatores genéticos, metabólicos, neuroendócrinos e ambientais, impactando especialmente mulheres em vulnerabilidade social. O estudo avaliou a eficácia de uma intervenção nutricional individualizada no perfil metabólico e nutricional de mulheres em situação de vulnerabilidade social com excesso de peso. Trata-se de estudo longitudinal realizado com 25 mulheres entre 18 e 59 anos, com índice de massa corporal (IMC) ≥ 25 kg/m². Foram coletados dados socioeconômicos, antropométricos, bioquímicos e seus hábitos alimentares. As participantes tinham média de 41 anos, baixa escolaridade e renda, e alta prevalência de sedentarismo (72%). Antes da intervenção, apresentavam glicose e insulina elevadas e alterações em marcadores tireoidianos. Após a intervenção, houve redução significativa na circunferência da cintura (CC), quadril (CQ) e no Índice de Adiposidade Corporal (IAC), sem mudança significativa no IMC. O padrão alimentar era inadequado, com alto consumo de alimentos ultraprocessados e frituras. A intervenção nutricional individualizada resultou em melhorias na composição corporal destas mulheres, com reduções nas medidas de cintura, quadril e IAC, apesar da ausência de mudança significativa no IMC. Os dados bioquímicos indicaram resistência à insulina e disfunções tireoidianas, comuns em quadros de obesidade. O padrão alimentar inadequado e as barreiras socioeconômicas afetaram a adesão ao tratamento. Os resultados mostram a necessidade de estudos com maiores amostras para embasamento de estratégias eficazes no enfrentamento da obesidade e suas comorbidades.
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Changes in Brazilians' eating habits have led to an increased consumption of ultra-processed foods and a reduction in physical activity, contributing to the rise in obesity and noncommunicable diseases (NCDs). Obesity, a multifactorial condition, involves genetic, metabolic, neuroendocrine, and environmental factors, with a particular impact on women in social vulnerability. This study evaluated the effectiveness of an individualized nutritional intervention on the metabolic and nutritional profile of overweight women in socially vulnerable situations. This was a longitudinal study conducted with 25 women aged 18 to 59 years, with a body mass index (BMI) ≥ 25 kg/m². Socioeconomic, anthropometric, biochemical data and dietary habits were collected. Participants had a mean age of 41 years, low education and income levels, and a high prevalence of physical inactivity (72%). Before the intervention, they presented elevated glucose and insulin levels, as well as alterations in thyroid markers. After the intervention, there was a significant reduction in waist circumference (WC), hip circumference (HC), and Body Adiposity Index (BAI), with no significant change in BMI. The dietary pattern was inadequate, marked by high consumption of ultra-processed foods and fried items. The individualized nutritional intervention resulted in improvements in body composition, with reductions in WC, HC, and BAI, despite no significant change in BMI. Biochemical data indicated insulin resistance and thyroid dysfunctions, which are common in obesity. Inadequate dietary habits and socioeconomic barriers negatively impacted treatment adherence. The findings highlight the need for studies with larger samples to support the development of effective strategies to combat obesity and its comorbidities.
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RAFAELLY DA SILVA ALVES
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Efeitos da suplementação com própolis vermelha no perfil metabólico e na composição corporal de mulheres obesas: aspectos metodológicos para o desenvolvimento de um suplemento alimentar e placebo
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Orientador : MONICA LOPES DE ASSUNCAO
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MEMBROS DA BANCA :
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JOSE ROBERTO DE OLIVEIRA FERREIRA
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MONICA LOPES DE ASSUNCAO
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THAYSA BARBOSA CAVALCANTE BRANDAO
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Data: 05/05/2025
Ata de defesa assinada:
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A própolis, uma substância resinosa produzida por abelhas a partir de exsudatos de plantas, é amplamente reconhecida na medicina tradicional por suas propriedades cicatrizantes, antioxidantes e anti-inflamatórias. A própolis vermelha de Alagoas (PVA) é um tipo raro de própolis encontrada nos manguezais alagoanos, destacando-se por sua composição única, rica em benzofenonas preniladas, isoflavonas e ácido caféico, compostos bioativos com atividades antimicrobianas e antioxidantes comprovadas. Os reconhecidos efeitos positivos da própolis para a saúde têm impulsionado a realização de ensaios clínicos e o desenvolvimento de diferentes formas farmacêuticas, exigindo cada vez mais a adoção de métodos rigorosos para o seu controle de qualidade. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo desenvolver um suplemento alimentar à base de PVA e cápsulas placebo para uso em um ensaio clínico. A formulação proposta em cada cápsula de PVA foi de 250mg de extrato de PVA, 250mg de celulose microcristalina e 50mg de carboximetilcelulose. Para as cápsulas placebo, sem princípio ativo, foram utilizados os mesmos excipientes e adicionados corantes alimentícios para equivalência metodológica no cegamento do ensaio clínico. Para o estudo foi utilizado o extrato hidroalcóolico a 11%. Inicialmente, o excesso de solvente presente no extrato foi removido por meio do rotaevaporador. Em seguida, foram realizadas as etapas de granulação úmida, secagem e calibração em moinho. O granulado de PVA e pó placebo foi acondicionado em cápsulas tamanho 00 com o auxílio de encapsuladora semiautomática. Para assegurar a qualidade e eficácia do suplemento, foram realizados testes de umidade, doseamento, peso médio das cápsulas, identificação por espectroscopia UV-Vis e teste de variação do peso. Ensaios de dissolução foram conduzidos nos meios gástricos e entéricos, com a adição de enzimas pepsina e amilase, além do suplemento enzimático Creon. O teor de umidade e doseamento do granulado encontrado foi de 3,64% e 47,31%, respectivamente. O peso médio das cápsulas não ultrapassou os limites de variação de ±5%. O teste de variação de peso apresentou resultados satisfatórios com todas as cápsulas dentro da faixa L1 (±15% de variação). O ensaio de identificação por técnica UV-Vis do extrato, granulado e cápsula tiveram os seus picos de absorbância entre 250 e 350nm. Os ensaios de dissolução evidenciaram que o uso de enzimas pancreáticas e surfactantes podem favorecer a liberação do extrato de própolis no trato gastrointestinal, especialmente no meio entérico. Os resultados obtidos sugerem que os métodos de controle de qualidade aplicados na produção das cápsulas placebo e do suplemento alimentar à base de PVA mostraram-se adequados para assegurar a segurança, a qualidade e o potencial efeito terapêutico, aspectos fundamentais para a confiabilidade metodológica do ensaio clínico.
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Propolis, a resinous substance produced by bees from plant exudates, is widely recognized in traditional medicine for its healing, antioxidant and anti-inflammatory properties. The red propolis of Alagoas (PVA) is a rare type of propolis found in the mangroves of Alagoas and stands out for its unique composition, rich in prenylated benzophenones, isoflavones and caffeic acid, bioactive compounds with proven antimicrobial and antioxidant activities. The recognized positive effects of propolis on health have prompted clinical trials and the development of different pharmaceutical forms, increasingly requiring the adoption of rigorous quality control methods. In this context, this study aimed to develop a food supplement based on PVA and placebo capsules for use in a clinical trial. The formulation proposed for each PVA capsule was 250mg of PVA extract, 250mg of microcrystalline cellulose and 50mg of carboxymethylcellulose. For the placebo capsules, with no active ingredient, the same excipients were used and food coloring was added for methodological equivalence in the blinding of the clinical trial. The 11% hydroalcoholic extract was used for the study. Initially, the excess solvent present in the extract was removed using a rotaevaporator. This was followed by wet granulation, drying and calibration in a mill. The PVA granules and placebo powder were packed into size 00 capsules using a semi-automatic encapsulator. To ensure the quality and efficacy of the supplement, moisture tests, dosage, average capsule weight, identification by UV-Vis spectroscopy and weight variation tests were carried out. Dissolution tests were carried out in gastric and enteric media, with the addition of the enzymes pepsin and amylase, as well as the enzyme supplement Creon. The moisture content and dosage of the granules found was 3.64% and 47.31%, respectively. The average weight of the capsules did not exceed the variation limits of ±5%. The weight variation test showed satisfactory results with all the capsules within the L1 range (±15% variation). The UV-Vis identification test of the extract, granules and capsules showed absorbance peaks between 250 and 350nm. The dissolution tests showed that the use of pancreatic enzymes and surfactants can favor the release of propolis extract in the gastrointestinal tract, especially in the enteric environment. The results obtained suggest that the quality control methods applied in the production of the placebo capsules and the PVA-based food supplement were adequate to ensure safety, quality and the potential therapeutic effect, which are fundamental aspects for the methodological reliability of the clinical trial.
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HUGO VINICIUS ROCHA DE ALMEIDA
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MEDIDA DA ATIVIDADE FÍSICA DE ADOLESCENTES COM APLICATIVO PARA SMARTPHONE “É MASSA!”: UM ESTUDO DE VALIDAÇÃO
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Orientador : LUIZ RODRIGO AUGUSTEMAK DE LIMA
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MEMBROS DA BANCA :
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FILIPE ANTONIO DE BARROS SOUSA
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Jeffer Eidi Sasaki
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LUIZ RODRIGO AUGUSTEMAK DE LIMA
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Data: 23/05/2025
Ata de defesa assinada:
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Introdução: A atividade física (AF) na adolescência é relevante, pois está associada a desfechos de saúde de ordem física, mental e metabólica, e pode ser reproduzido na fase adulta. O que justifica monitorar tal comportamento nessa população. Dentre os diversos instrumentos, aplicativos móveis para smartphone (APP) têm sido sugeridos para isso, inclusive a partir da estimativa de passos, que se mostra uma unidade fundamental de movimento humano e tem relações estabelecidas com a saúde. Porém, a validade de APP em adolescentes é inconclusiva. Objetivo: Avaliar a validade de critério do tipo concorrente do APP “É MASSA” na medida da contagem de passos de AF estruturadas e vida livre. Métodos: Pesquisa metodológica com adolescentes de projetos da Universidade Federal de Alagoas. Dividido em Etapa 1: testar a validade APP para estimar passos em AF estruturadas e comparar com observação direta em ambiente de laboratório. Etapa 2: testar a validade do APP para estimar passos de AF em vida livre em comparação com acelerômetros. Utilizaram-se média, desvio-padrão e diferença média dos métodos. A média de passos foi comparada utilizando U de Mann-Whitney. Para análise de concordância, foram utilizados o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) e análise de resíduos de Bland-Altman. Na análise de erro, usou-se o erro percentual absoluto médio (MAPE) e erro típico de medida (ETM). Considerou-se intervalo de confiança (IC) de 95% e p = 0,05 nas análises, realizadas no R (4.4.2). Resultados: Foram recrutados 83 adolescentes entre 13 e 19 anos, 67 cumpriram a Etapa 1 e 56 na Etapa 2. Na etapa 1, valores de média e desvio padrão de cadência de passos por estágios variam de 76,1 (8,8) a 167,4 (9,3) passos.min-1 e 76,2 (8,19) – 162, 4 (10,2), para APP e observação direta, respectivamente. A diferença entre as médias variou de p = <0,02 a 0,17. O CCI -0, 05 a 0,82, porém, foi moderado a bom para os estágios 4 e 6km/h (0,54 e 0,82, respectivamente). O viés médio variou de -1,88 a -12,65 passos.min-1. O MAPE variou de 1,99% a 10,30% nas AF avaliadas. Na Etapa 2, a média e desvio padrão da contagem de passos, em média, dos quatro dias de uso, foram de 5389,5 (3107,4) para o APP e 7361,4 (3922,6) para o ACC (p= 0,06). O CCI foi 0, 71 e o viés médio foi -1971,8, MAPE = 26,97%. Conclusão: O APP em atividade estruturada possui validade de critério para medidas passos em comparação com a observação direta, especialmente nas velocidades 4 e 6 km/h. Contudo, possui baixa validade em contexto de vida livre, principalmente, considerando o viés médio e o MAPE, embora tenha demonstrado correlação intraclasse significativa.
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Introduction: Physical activity (PA) in adolescence is relevant because it is associated with physical, mental, and metabolic health stages, and can be reproduced in adulthood. This justifies monitoring such behavior in this population. Among the various instruments, mobile applications for smartphones (APPs) have been suggested for this purpose, including estimating steps, which is a fundamental unit of human movement and has conditioning relationships with health. However, the validity of the APP in adolescents is inconclusive. Objective: To evaluate the validity of competing criteria of the APP “É MASSA” in measuring the counting of structured and free-living PA steps. Methods: Methodological research with adolescents from projects at the Federal University of Alagoas. Divided into Stage 1: testing a validity APP to estimate steps in structured PA and comparing it with direct observation in a laboratory environment. Stage 2: testing the validity of the APP to estimate free-living PA steps in comparison with accelerometers. Mean, standard deviation, and mean difference of the methods were used. The mean number of steps was compared using Mann-Whitney U. For agreement analysis, the intraclass brightness coefficient (ICC) and Bland-Altman residual analysis were used. In the error analysis, we used the mean absolute percentage error (MAPE) and the typical measurement error (TEM). A 95% confidence interval (CI) and p = 0.05 were considered in the analyses, performed in R (4.4.2). Results: Eighty-three adolescents between 13 and 19 years old were recruited, 67 completed Stage 1 and 56 in Stage 2. In stage 1, mean and standard deviation values of step cadence for changes varied from 76.1 (8.8) to 167.4 (9.3) steps.min-1 and 76.2 (8.19) – 162.4 (10.2), for PPA and direct observation, respectively. The difference between the means ranged from p = <0.02 to 0.17. The ICC -0.05 to 0.82, however, was moderate to good for the 4 and 6 km/h objectives (0.54 and 0.82, respectively). The average path ranged from -1.88 to -12.65 steps.min-1. The MAPE ranged from 1.99% to 10.30% in the evaluated PA. In Stage 2, the mean and standard deviation of the step count, on average, of the four days of use, were 5389.5 (3107.4) for the APP and 7361.4 (3922.6) for the ACC (p = 0.06). The ICC was 0. 71 and the average bias was -1971.8, MAPE = 26.97%. Conclusion: The APP in structured activity has criterion validity for measured steps compared to direct observation, especially at speeds of 4 and 6 km/h. However, it has low validity in the free-living context, especially considering the mean bias and MAPE, although it has demonstrated significant intraclass demonstrations.
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MIKÉSSIA MIRANDA DE LACERDA
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CONSUMO ALIMENTAR DE CRIANÇAS INDÍGENAS: ESTUDO DE BASE POPULACIONAL NO ESTADO DE ALAGOAS
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Orientador : HAROLDO DA SILVA FERREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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HAROLDO DA SILVA FERREIRA
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BRUNA MERTEN PADILHA
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PRISCILA NUNES DE VASCONCELOS
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Data: 02/06/2025
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Introdução: Os povos originários encontram-se particularmente submetidos a maior vulnerabilidade social, situação que é refletida em diversos indicadores de saúde, a exemplo das maiores taxas de mortalidade precoce. Entre as crianças, são relativamente altas as prevalências de carências nutricionais, como anemia e desnutrição crônica. A interação com a população não indígena vem causando modificações no estilo de vida desses povos, particularmente em relação aos seus hábitos alimentares, observando-se redução no consumo dos alimentos tradicionalmente usados em comunidades indígenas. Diversos estudos têm demonstrado que, na população geral, vem ocorrendo um aumento substancial no consumo de alimentos ultraprocessados e que estes constituem importantes fatores de risco para diversas enfermidades. Dessa forma, preocupa a possibilidade de que tal fato também venha ocorrendo no âmbito dos povos indígenas, particularmente entre as crianças. Todavia, isso não está devidamente explorado na literatura científica. Diante disso, esse estudo tem por objetivo identificar o consumo alimentar de crianças indígenas menores de 24 meses residentes nas comunidades indígenas do estado de Alagoas. Métodos: Trata-se de um estudo transversal de base populacional, realizado com amostra probabilística de crianças (n=149) oriundas das 11 etnias existentes no estado de Alagoas. A amostra incluiu todas as crianças elegíveis das aldeias sorteadas e presentes no domicílio por ocasião da coleta de dados, realizada entre setembro de 2022 e novembro de 2023. Por meio de visitas domiciliares, coletaram-se dados socioeconômicos, de saúde da mãe e da criança. O consumo alimentar da criança foi avaliado com base em marcadores do Ministério da Saúde, com ênfase em alimentos ultraprocessados. A análise dos dados foi feita no Stata 18.0, utilizando-se regressão de Poisson para estimar razões de prevalências brutas e ajustadas, organizadas em modelo hierarquizado. O estudo foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Resultados: A maioria vivia em famílias de baixa renda e em situação de insegurança alimentar. Observou-se introdução precoce de alimentos em 32,4% das crianças menores de seis meses e consumo de ultraprocessados em 67,6% das maiores de seis meses. Crianças de 12 a 24 meses consumiram mais ultraprocessados que as de 6 a 12 meses. Apenas a idade materna acima de 34 anos se associou com menor consumo de ultraprocessados na análise bruta, mas perdeu significância na análise ajustada. Conclusão: O estudo revelou alto consumo de alimentos ultraprocessados e baixa diversidade alimentar. Verificou-se associação entre menor consumo de ultraprocessados e maior idade materna. Os achados evidenciam a necessidade de políticas públicas adaptadas às especificidades culturais e territoriais, além de mais pesquisas que aprofundem o entendimento sobre a alimentação infantil indígena.
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ABSTRACT Introduction: Indigenous peoples are particularly subject to greater social vulnerability, a situation reflected in various health indicators, such as higher rates of early mortality. Among children, the prevalence of nutritional deficiencies, such as anemia and chronic malnutrition, is relatively high. Interaction with the non-Indigenous population has led to changes in the lifestyle of these peoples, particularly regarding their eating habits, with a noticeable reduction in the consumption of foods traditionally used in Indigenous communities. Several studies have shown a substantial increase in the consumption of ultra-processed foods in the general population, which are important risk factors for various diseases. This raises concerns that the same trend may be occurring among Indigenous populations, especially among children. However, this issue is not adequately explored in the scientific literature. Therefore, this study aims to identify the dietary intake of Indigenous children under 24 months of age living in Indigenous communities in the state of Alagoas, Brazil. Methods: This is a population-based cross-sectional study conducted with a probabilistic sample of children (n=149) from the 11 Indigenous ethnic groups present in the state of Alagoas. The sample included all eligible children from the selected villages who were present in the household at the time of data collection, which took place between September 2022 and November 2023. During home visits, data on socioeconomic conditions, maternal and child health were collected. Children’s dietary intake was assessed based on markers from the Brazilian Ministry of Health, with an emphasis on ultra-processed foods. Data analysis was performed using Stata 18.0, applying Poisson regression to estimate crude and adjusted prevalence ratios, organized in a hierarchical model. The study was approved by the National Research Ethics Committee. Results: Most children lived in low-income families and under conditions of food insecurity. Early introduction of food was observed in 32.4% of children under six months of age, and ultra-processed food consumption was found in 67.6% of those older than six months. Children aged 12 to 24 months consumed more ultra-processed foods than those aged 6 to 12 months. Only maternal age over 34 years was associated with lower consumption of ultra-processed foods in the crude analysis, but this association lost significance in the adjusted analysis. Conclusion: The study revealed a high consumption of ultra-processed foods and low dietary diversity. A lower consumption of ultra-processed foods was associated with older maternal age. The findings highlight the need for public policies that are culturally and territorially adapted, as well as further research to deepen the understanding of Indigenous child nutrition.
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MIKÉSSIA MIRANDA DE LACERDA
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CONSUMO ALIMENTAR DE CRIANÇAS INDÍGENAS: ESTUDO DE BASE POPULACIONAL NO ESTADO DE ALAGOAS
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Orientador : HAROLDO DA SILVA FERREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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BRUNA MERTEN PADILHA
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HAROLDO DA SILVA FERREIRA
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PRISCILA NUNES DE VASCONCELOS
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Data: 02/06/2025
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Introdução: Os povos originários encontram-se particularmente submetidos a maior vulnerabilidade social, situação que é refletida em diversos indicadores de saúde, a exemplo das maiores taxas de mortalidade precoce. Entre as crianças, são relativamente altas as prevalências de carências nutricionais, como anemia e desnutrição crônica. A interação com a população não indígena vem causando modificações no estilo de vida desses povos, particularmente em relação aos seus hábitos alimentares, observando-se redução no consumo dos alimentos tradicionalmente usados em comunidades indígenas. Diversos estudos têm demonstrado que, na população geral, vem ocorrendo um aumento substancial no consumo de alimentos ultraprocessados e que estes constituem importantes fatores de risco para diversas enfermidades. Dessa forma, preocupa a possibilidade de que tal fato também venha ocorrendo no âmbito dos povos indígenas, particularmente entre as crianças. Todavia, isso não está devidamente explorado na literatura
científica. Diante disso, esse estudo tem por objetivo identificar o consumo alimentar de crianças indígenas menores de 24 meses residentes nas comunidades indígenas do estado de Alagoas. Métodos: Trata-se de um estudo transversal de base populacional, realizado com amostra probabilística de crianças (n=149) oriundas das 11 etnias existentes no estado de Alagoas. A amostra incluiu todas as crianças elegíveis das aldeias sorteadas e presentes no domicílio por ocasião da coleta de dados, realizada entre setembro de 2022 e novembro de 2023. Por meio de visitas domiciliares, coletaram-se dados socioeconômicos, de saúde da mãe e da criança. O consumo alimentar da criança foi avaliado com base em marcadores do Ministério da Saúde, com ênfase em alimentos ultraprocessados. A análise dos dados foi feita no Stata 18.0, utilizando-se regressão de Poisson para estimar razões de prevalências brutas e ajustadas, organizadas em modelo hierarquizado. O estudo foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Resultados: A maioria vivia em famílias de baixa renda e em situação de insegurança alimentar. Observou-se introdução precoce de alimentos em 32,4% das crianças menores de seis meses e consumo de ultraprocessados em 67,6% das maiores de seis meses. Crianças de 12 a 24 meses consumiram mais ultraprocessados que as de 6 a 12 meses. Apenas a idade materna acima de 34 anos se associou com menor consumo de ultraprocessados na análise bruta, mas perdeu significância na análise ajustada. Conclusão: O estudo revelou alto consumo de alimentos ultraprocessados e baixa diversidade alimentar. Verificou-se associação entre menor consumo de ultraprocessados e maior idade materna. Os achados evidenciam a necessidade de políticas públicas adaptadas às especificidades culturais e territoriais, além de mais pesquisas que aprofundem o entendimento sobre a alimentação infantil indígena.
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Introduction: Indigenous peoples are particularly subject to greater social vulnerability, a situation reflected in various health indicators, such as higher rates of early mortality. Among children, the prevalence of nutritional deficiencies, such as anemia and chronic malnutrition, is relatively high. Interaction with the non-Indigenous population has led to changes in the lifestyle of these peoples, particularly regarding their eating habits, with a noticeable reduction in the consumption of foods traditionally used in Indigenous communities. Several studies have shown a substantial increase in the consumption of ultra-processed foods in the general population, which are important risk factors for various diseases. This raises concerns that the same trend may be occurring among Indigenous populations, especially among children. However, this issue is not adequately explored in the scientific literature. Therefore, this study aims to identify the dietary intake of Indigenous children under 24
months of age living in Indigenous communities in the state of Alagoas, Brazil. Methods: This is a population-based cross-sectional study conducted with a probabilistic sample of children (n=149) from the 11 Indigenous ethnic groups present in the state of Alagoas. The sample included all eligible children from the selected villages who were present in the household at the time of data collection, which took place between September 2022 and November 2023. During home visits, data on socioeconomic conditions, maternal and child health were collected. Children’s dietary intake was assessed based on markers from the Brazilian Ministry of Health, with an emphasis on ultra-processed foods. Data analysis was performed using Stata 18.0, applying Poisson regression to estimate crude and adjusted prevalence ratios, organized in a hierarchical model. The study was approved by the National Research Ethics Committee. Results: Most children lived in low-income families and under conditions of food insecurity. Early introduction of food was observed in 32.4% of children under six months of age, and ultra-processed food consumption was found in 67.6% of those older than six months. Children aged 12 to 24 months consumed more ultra-processed foods than those aged 6 to 12 months. Only maternal age over 34 years was associated with lower consumption of ultra-processed foods in the crude analysis, but this association lost significance in the adjusted analysis. Conclusion: The study revealed a high consumption of ultra-processed foods and low dietary diversity. A lower consumption of ultra-processed foods was associated with older maternal age. The findings highlight the need for public policies that are culturally and territorially adapted, as well as further research to deepen the understanding of Indigenous child nutrition.
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