PPGNUT PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO FACULDADE DE NUTRIÇÃO Telefone/Ramal: 3214-1158-

Banca de QUALIFICAÇÃO: ANA BEATRIZ FERREIRA SANTOS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANA BEATRIZ FERREIRA SANTOS
DATA : 25/09/2024
HORA: 14:30
LOCAL: Sala de reuniões da Fanut
TÍTULO:

ORIGENS DESENVOLVIMENTISTAS DA OBESIDADE E SUAS COMORBIDADES EM MULHERES INDÍGENAS DE ALAGOAS: UMA ABORDAGEM CASO-CONTROLE


PALAVRAS-CHAVES:

Povos Indígenas. Mulheres. Obesidade. Fatores de risco


PÁGINAS: 45
RESUMO:

Introdução: No Brasil, a população adulta se apresenta fortemente acometida pela obesidade, sobretudo as mulheres. Apesar disso, na região Nordeste, um importante contingente dessas mulheres sobreviveu à desnutrição no início da vida (DEP-I-VIDA), dada a fome crônica que prevalecia na região em passado recente. É possível que essas pessoas apresentem características decorrentes da programação metabólica resultante das adaptações do organismo para sobreviver à carência nutricional. Assim, estariam mais susceptíveis a diversos agravos à saúde, uma condição atualmente definida como Origens Desenvolvimentistas da Saúde e Doença (DOHaD), que se baseia na hipótese de que fatores ambientais, atuando no início da vida (da concepção até os dois anos de idade) aumentam a vulnerabilidade às doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) na vida adulta. Para avaliar se houve desnutrição nos primeiros 1000 dias de vida, dispõe-se do Índice Perímetro Cefálico-para-Estatura - IPCE. A obesidade também afeta de forma importante a população indígena e, com relação à desnutrição infantil, esses povos são ainda mais afetados do que a população geral. Assim, é plausível supor que muitas mulheres indígenas portadoras de obesidade foram desnutridas na infância e, pelos motivos expostos, estariam mais vulneráveis às DCNT. Todavia, nenhum estudo fora realizado para testar essa hipótese. Objetivo: Avaliar a prevalência de obesidade e suas comorbidades em mulheres indígenas segundo a exposição à desnutrição no início da vida. Métodos: Trata-se de um estudo do tipo caso-controle, com amostra probabilística representativa das 11 etnias indígenas existentes em Alagoas. Foram elegíveis as mulheres (19 a 59 anos) residentes nas comunidades sorteadas (uma por etnia). A coleta de dados foi realizada, por meio de entrevistas durante visitas domiciliares. Foram coletados dados socioeconômicos, demográficos, antropométricos, de pressão arterial e bioquímicos. Além da caracterização sociodemográfica das participantes, foi possível o diagnóstico da obesidade, hipertensão arterial (HAS), dislipidemias e diabetes. Os grupos foram constituídos conforme a presença (casos) ou não (controles) desses desfechos. Os casos e o controles foram comparados conforme a DEP-I-VIDA, definida por IPCE > 1,028. A análise estatística será realizada com a aplicação de testes paramétricos ou não paramétricos, conforme a normalidade da distribuição. Será utilizado estatística multivariável para controle de possíveis fatores de confundimento, bem como para definir possíveis associações estatísticas. Para isso, utilizar-se-á a razão de prevalência e respectivo IC95%, calculados por regressão de Poisson com ajuste robusto da variância. Resultados: Foram investigadas 741 mulheres. As prevalências observadas foram 34,28% para obesidade, 33,56% para HAS, 1,81% para hiperlipidemia, 3,05% para hipercolesterolemia. As mulheres com essas condições foram expostas a DEP-I-VIDA de forma significantemente superior aos seus pares sem as respectivas condições: obesidade (50,30% vs. 29,55%; p<0,001); HAS (46,71% vs. 29,68%; p<0,001); hiperlipidemia (4,94% vs. 0,98%; p=0,018); hipercolesterolemia (7,32 vs. 1,93%; p=0,012). Conclusão: A DEP-I-VIDA se constitui em fator de risco para DCNT em mulheres indígenas de Alagoas. Este estudo reforça a necessidade de um compromisso contínuo com a promoção da saúde e da equidade em populações sob vulnerabilidade social, garantindo a segurança alimentar de modo a eliminar a fome e suas consequências deletérias para a saúde ao longo da vida.


MEMBROS DA BANCA:
Externo(a) ao Programa - 3304616 - EWERTON AMORIM DOS SANTOS - nullPresidente - 1120877 - HAROLDO DA SILVA FERREIRA
Externo(a) ao Programa - 1364684 - MARIA IZABEL SIQUEIRA DE ANDRADE - null
Notícia cadastrada em: 18/09/2024 10:38
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