MICROBIOTA INTESTINAL EM DESORDENS GESTACIONAIS: REVISÃO SISTEMÁTICA
Microbiota intestinal; Gravidez de alto risco; Diabetes gestacional; Pré-eclâmpsia.
O diabetes mellitus gestacional (DMG) e a pré-eclâmpsia (PE) são desordens gestacionais que cursam com inflamação e alteração da microbiota intestinal. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi investigar as características da microbiota intestinal de gestantes com PE ou DMG, identificando a similaridade entre as duas condições clínicas, e seu papel na etiologia e fisiopatologia dessas doenças. A presente revisão sistemática ocorreu através das buscas foi realizada nas bases de dados PubMed, Embase, Lilacs e Scopus. Um protocolo formal foi registrado na base de dados PROSPERO. A qualidade dos estudos selecionados foi avaliada com base no Joanna Briggs Institute. Após o procedimento de buscas, foram identificados 7.715 artigos no total. Destes, 35 estudos foram selecionados para a presente revisão, sendo 22 investigando DMG e 13 estudos com PE, com tamanho da amostra variando de de 5 a 120 mulheres. Foi observado que filo Bacteroidetes, a família Lachnospiraceae, o gênero Blautia e Ruminococcus estavam aumentadas em ambas as desordens, e a família Ruminococcaceae reduzida nas duas desordens gestacionais. A partir desses achados, é possível observar que a abundância de Bacteroidetes Blautia e Ruminococcus pode ser considerada uma assinatura bacteriana das desordens gestacionais PE e DMG. As outras cepas Lachnospiraceae e Ruminococcaceae ainda requerem análises mais minuciosas quanto ao seu papel no desenvolvimento dessas desordens, principalmente acerca dos possíveis mecanismos fisiológicos a partir da produção de metabólitos. Objetivando a prevenção dessas desordens e da ocorrência de desfechos adversos é possível ter uma perspectiva de modulação da microbiota intestinal a partir da observação de fatores como disbiose e redução de diversidade.