RELAÇÃO ENTRE O CONSUMO DE MICRONUTRIENTES E O CRESCIMENTO ADEQUADO DE CRIANÇAS BENEFICIÁRIAS PELO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA
Crianças; Consumo alimentar; Micronutrientes; Nível socioeconômico
O Fundo das Nações Unidas para a Infância introduziu o conceito de pobreza alimentar infantil definido como a incapacidade das crianças de consumir uma dieta de qualidade e diversificada. Este cenário propicia a baixa ingestão de nutrientes essenciais na infância como de ferro, zinco, cálcio, vitamina A, vitamina C e vitamina D. No Brasil, como estratégia de enfrentamento a subnutrição e promoção da saúde infantil, institui-se em 2003, o Programa Bolsa Família (PBF), considerado um dos maiores programas de transferência de renda do mundo. O objetivo desse estudo foi avaliar consumo de micronutrientes na infância, em crianças pertencentes a famílias beneficiárias do PBF. Trata-se de um estudo com delineamento transversal, realizado entre fevereiro de 2024 a agosto de 2024 com crianças menores de seis anos, inscritas no PBF do município de Cajueiro, Alagoas. Para a avaliação do consumo alimentar aplicou-se com a mãe, ou responsável do sexo feminino o recordatório 24 horas da criança. A correlação entre os nutrientes avaliados (ferro, zinco, cálcio, vitamina A, vitamina C e vitamina D), expressos de forma contínua, com a estatura adequada das crianças, classificada por meio do índice antropométrico E/I, foi analisada por meio de regressão logística. Foram avaliadas 168 crianças, 53 % eram do sexo masculino, 75% apresentaram idade igual ou superior a 24 meses e 15,5% das famílias estavam em situação de pobreza. Observou-se que 10,1% das crianças apresentavam peso inadequado para idade e 11% E/I inadequada. Os resultados de mediana e amplitude interquartil demonstraram heterogeneidade nos padrões alimentares das crianças. Através da análise de regressão logística multivariável foi constatada relação significativa entre o consumo dos micronutrientes: ferro, cálcio, zinco, vitamina A e vitamina C e estatura adequada.