PARÂMETROS CLÍNICOS DA CARDIOPATIA CONGÊNITA, ÂNGULO DE FASE E ANÁLISE VETORIAL DE IMPEDÂNCIA BIOELÉTRICA EM ADOLESCENTES
Cardiopatias congênitas; Adolescentes; Composição corporal; Ângulo de Fase; Bioimpedância.
As cardiopatias congênitas (CC) são anomalias cardíacas e vasculares que causam alterações funcionais e estruturais de complexidade variada, geralmente identificadas na infância. Ao nível celular a redução do fluxo sanguíneo e oxigenação pelas CC pode potencializando déficits nutricionais, que pode ser interpretado pelo ângulo de fase (AnF) e a análise do vetor de impedância bioelétrica (BIVA). As CC frequentemente limitam a atividade física habitual e impactam o condicionamento físico (aeróbico e muscular), o que pode agravar indicadores de saúde. Este estudo, teve como objetivo analisar a associação entre os aspectos clínicos da CC e os valores de AnF e BIVA em adolescentes com cardiopatia congênita. Trata-se de um estudo transversal, realizado no serviço de referência para tratamento no Estado de Alagoas. A população estudada foi composta por 92 adolescentes com CC entre 12 e 18 anos. Foram realizadas medidas bioimpedância tetrapolar (resistência e reatância) para cálculo do AnF e BIVA. Dados das CC foram obtidas em entrevista e em prontuário médico. Foram coletados também dados sociodemográficos (sexo, renda, escolaridade do responsável, local de procedência, idade, tempo de tela) e medidas antropométricas (estatura, peso, perímetros e dobras cutâneas corporais). No presente estudo, foi observado associação negativa entre a AnF e complexidade da CC na análise bruta (β=-0,73; p=0,01), com um R2adj que explicou 15% da variação e na análise ajustada por sexo, maturação somática e atividade física. A BIVA demonstrou deslocamento significativo (p= 0,0036) do vetor para o quadrante de desidratação e menor massa celular corporal, no grupo de alta complexidade e para o grupo com histórico de cateterismo, que indica padrão de desidratação, mas massa celular corporal preservada ((p= 0,011 e p =????, respectivamente). Conclui-se que o AnF se associou aos aspectos clínicos da patologia, como a complexidade da CC e histórico de procedimento de cateterismo, demonstrando o menor AnF em casos de maior gravidade da CC. Esses achados reforçam a relevância da bioimpedância como ferramenta de monitoramento no acompanhamento clínico de adolescentes com CC.