SONO E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL NO PRIMEIRO ANO DE VIDA: ESTUDO DE UMA COORTE DE NASCIMENTOS
Privação do Sono. Índice de Massa Corporal. Obesidade Pediátrica. Criança.
O excesso de peso tem se configurado como um grave problema de saúde pública global, apresentando aumento contínuo em sua prevalência. Sabe-se ainda que a epidemia da obesidade é comprovadamente acompanhada por uma tendência na redução da duração do sono, sendo demonstrado em estudos internacionais e nacionais que a privação do sono é um fator de risco para o ganho de peso excessivo em adultos e crianças. Dessa forma, a dissertação tem como problema de interesse a relação entre o sono e o índice de massa corporal no primeiro ano de vida e baseia-se nos aspectos fisiológicos do sono do lactente, recomendações de sono, relações mecanicistas entre o sono e o excesso de peso na infância e em documentos e ações compactuadas no âmbito da saúde pública que enfocam a qualidade do sono. No artigo científico, analisou-se a relação entre a duração média do sono, dos despertares noturnos e da latência do sono com a média do IMC aos 6 e 12 meses de idade e sua variação no período de 6 meses de seguimento. Nas análises de regressão linear univariada e multivariada da média do IMC, foi identificada associação negativa (p<0.05) com a duração do sono após ajuste para variáveis maternas e de nascimento. Em razão de um crescente corpo de evidências que demonstram as relações entre o sono e o ganho de peso excessivo, a qualidade do sono se configura como um importante microdeterminante comportamental da gênese da obesidade. No entanto, ainda são escassas no país ações que consideram o componente sono nos cuidados integrais á saúde da criança.