TECNOLOGIA, UBERIZAÇÃO E PRECARIZAÇÃO ESTRUTURAL: TRÍADE DAS ATUAIS FORMAS DE EXPLORAÇÃO E CONTROLE DO TRABALHO
Trabalho; Tecnologia; Uberização; Controle; Precarização.
A presente dissertação “Tecnologia, uberização e precarização estrutural: tríade das atuais formas de exploração e controle do trabalho”, resultante de uma pesquisa de natureza bibliográfica e documental, analisa a função da técnica na reprodução da sociabilidade capitalista e os impactos do desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação – TICs, expressas nos processos de uberização, como uma “nova” forma de exploração e controle do trabalho. Ancorada nos pressupostos da teoria social de Marx, focaliza-se o estudo no fenômeno da uberização para desvendar as atuais modalidades de trabalho que, mediante o uso das plataformas digitais, se concretizam com o impulsionamento das Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs aplicadas ao trabalho e sua intrínseca relação com a Economia do Compartilhamento, com a Reforma Trabalhista brasileira para verificar por que e como se ampliam as formas de subordinação e controle do trabalho na contemporaneidade. Entende-se que a reestruturação produtiva iniciada nos anos de 1980, em face da crise estrutural do capital de 1970 leva ao avanço dos processos de flexibilização e terceirização, alterando significativamente contratos, relações e condições de trabalho, tornando-os cada vez mais precários. Pressupõe-se, desse modo, que o fenômeno da uberização constitui-se no contexto de agravamento do desemprego estrutural, o qual entroniza o desenvolvimento tecnológico, o empreendedorismo, a flexibilidade produtiva, mascarando a condição de exploração e controle de trabalhadores. É sobre a diversidade e complexidade desses processos no capitalismo contemporâneo que a pesquisa realizada procura desvendar a funcionalidade do desenvolvimento tecnológico à reprodução do capital e do capitalismo em crise. Recorre-se aos fundamentos ontológicos do trabalho, a função da tecnologia nos processos de produção e gestão do trabalho no contexto do capitalismo concorrencial e monopolista para explicitar por que e como se constitui a subordinação do trabalhador nas modalidades de trabalho. São destacados os determinantes econômico-sociais da crise estrutural, os processos de flexibilização e apresentado dados que demonstram o crescimento desenfreado das plataformas digitais (empresas-aplicativo), com a inserção dos trabalhadores no processo de uberização e a urgência de tornar cada vez menos perceptível o controle do trabalho, os processos de precarização, as tendências regressivas que revelam as contradições imanentes da reprodução do capital.