Concepção e estratégias para implantação dos bancos de leite humano em Alagoas: análise da evolução histórica e dos indicadores de seu funcionamento.
Banco de Leite Humano; Aleitamento materno; Mortalidade Infantil
A Rede de Bancos de Leite Humano (rBLH) promove, protege e apoia a amamentação, além de realizar a coleta, o processamento e a distribuição do leite humano (LH) para Unidades de Terapia Intensiva Neonatal. Essas ações contribuem para a redução da mortalidade infantil. O registro dos BLHs em Alagoas permite o compartilhamento de informações com a sociedade, a construção de um histórico para análise de impacto e resultados, além de subsidiar o monitoramento e a implementação de estratégias. Este estudo registra a concepção, implantação e evolução dos indicadores de funcionamento dos BLHs em Alagoas. Além disso, a pesquisa abordou a origem dos BLHs, suas características conforme a RDC 171 e as certificações anuais formalizadas pela rBLH. Para isso, foi realizada uma análise retrospectiva e descritiva, baseada em registros documentais de órgãos oficiais, instituições mantenedoras, publicações na internet e visitas aos BLHs. A rBLH em Alagoas é composta por cinco BLHs: BLH1 (Dr. Carlos R.C. Perdigão), BLH2 (Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes), BLH3 (Santa Casa de Misericórdia, São Miguel dos Campos), BLH4 (Ivete França Lima, Arapiraca) e BLH5 (Dra. Kátia Born, Palmeira dos Índios). Além dos BLHs, há dois postos com unidades cadastradas na Santa Casa Nossa Senhora da Guia e na Unidade Básica de Referência Hamilton Falcão, e está sendo implantado um novo posto em Maceió. Em 1988, o coeficiente de mortalidade infantil em Alagoas foi de 100,28 por mil nascidos vivos, reduzido para 11,76 em 2020, o que representa uma queda de 88%. Esse dado evidencia a contribuição da rBLH no estado. Os resultados indicaram uma redução no volume de LH coletado e distribuído, possivelmente devido a subnotificação nos sistemas de produção, ao encerramento de convênios com o Corpo de Bombeiros, a ausência de campanhas contínuas, a falta de recursos humanos e a carência de ações para sensibilizar a população e estabelecer parcerias. Esse cenário causou redução da coleta, enquanto o número de receptores aumentou e superou o de doadoras. O estudo pode contribuir para a elaboração de um planejamento estratégico voltado ao fortalecimento da rBLH em Alagoas.