ANÁLISE METABOLÔMICA E SUA ASSOCIAÇÃO COM A CARGA EXTERNA EM JOGADORES PROFISSIONAIS DE FUTEBOL
Metabolômica; futebol; treinamento
O futebol é um esporte que requer esforços intermitentes de alta intensidade com períodos mais longos de atividade de baixa intensidade durante as partidas. As exigências físicas da modalidade diferem entre a posição específica do jogador e seu papel desempenhado no campo. Deste modo, o gerenciamento da carga externa e interna é essencial para otimizar processos de treinamento e recuperação de forma individualizada respeitando as exigências de cada função na partida. O presente estudo tem como objetivo verificar a sensibilidade da metabolômica realizada por ressonância magnética nuclear (RMN) na urina como potencial métrica de carga interna, na sua capacidade de identificar diferentes posições dos jogadores profissionais de futebol que manifestaram diferentes cargas externas após as partidas de futebol. Este é um estudo descritivo observacional longitudinal, que incluiu 12 jogadores de futebol profissional, com uma amostra de 49 observações individuais obtidas a partir de seis jogos da temporada. As posições estudadas foram definidas como: zagueiros centrais (ZC), laterais (LA), meio-campistas central (MC), meio-campistas aberto ou lateral, (MA) e atacante (AT). Os dados de carga de treinamento (externa e interna) foram divididos por posição de jogo (ZC= 9; LA=9; MC=14; MA=12; AT=5). As cargas externas foram determinadas por meio de um aparelho ground positional system (GPS), enquanto a metabolômica por RMN na urina realizada através da coleta de urina dos jogadores 24 horas após as seis partidas de futebol foi usada como potencial métrica de carga interna. A abordagem metabolômica foi não direcionada/ global, realizada por RMN. Foram realizadas análises multivariadas, que geraram gráficos de scores e loading da análise discriminante por mínimos quadrados parciais (PLS-DA). As métricas de carga externa treinamento eram diferentes em relação a posição de jogo, os MC apresentavam maiores valores de distância total, distância relativa, player load e distância abaixo de 20 km/h; ZC de velocidade máxima; e LA de distância de sprints. Nas 24 horas após os jogos, os metabólitos com maior VIP-scores eram: metilguanidina, trimetilamina, 4-hidroxifenilacetico, piruvato, glicose, formato, glicina, dimetilglicina, tirosina e uracil. As descobertas apontaram alterações no metabolismo dos carboidratos e ciclo de TCA, aminoácidos e peptídeos, piridiminas, nas vias de corpos cetônicos discriminando um perfil metabólico de recuperação após jogo dependente da posição do jogador. Desse modo, os perfis metabólicos de MC estavam mais relacionados ao dano muscular, marcadores inflamatórios, e de LA e ZC com o metabolismo energético e estresse oxidativo. O estudo ressalta a importância de uma abordagem personalizada no monitoramento de carga e recuperação, considerando as exigências particulares de cada posição de jogo.