PERFIL CLÍNICO, EPIDEMIOLÓGICO E LABORATORIAL DOS EVENTOS TROMBOEMBÓLICOS EM PACIENTES ADULTOS COM COVID-19: REVISÃO SISTEMÁTICA DE ESTUDOS DE COORTE
COVID-19. Eventos tromboembólicos. Fatores de risco. Tromboprofilaxia. Mortalidade.
Introdução: A COVID-19, causada pelo SARS-CoV-2, está associada a um estado de hipercoagulabilidade decorrente de inflamação endotelial, ativação plaquetária e desequilíbrio entre coagulação e fibrinólise. Esses mecanismos resultam em eventos tromboembólicos venosos e arteriais, que agravam o prognóstico e aumentam a mortalidade. Embora diversas revisões abordem a incidência desses eventos, persistem lacunas quanto à caracterização integrada dos fatores clínicos, laboratoriais e epidemiológicos relacionados à trombose em pacientes com COVID-19. Assim, o objetivo deste estudo foi identificar e sintetizar, por meio de revisão sistemática, os fatores clínicos, epidemiológicos e laboratoriais associados ao desenvolvimento de eventos tromboembólicos e à mortalidade em adultos com COVID-19. Métodos: Revisão conduzida segundo as diretrizes PRISMA 2020 e Cochrane Handbook. Foram incluídos estudos observacionais do tipo coorte (prospectiva ou retrospectiva) publicados entre janeiro/2020 e outubro/2025, que compararam pacientes com e sem evento tromboembólico confirmado. As buscas foram realizadas nas bases LILACS, PubMed, MEDLINE, SCOPUS, EMBASE e BDENF. Aplicaram-se critérios de inclusão e exclusão, resultando na seleção dos estudos. As variáveis extraídas incluíram, amostra, local do estudo, incidência de eventos, uso de anticoagulação, tromboprofilaxia, idade, sexo, fatores de risco, mortalidade e biomarcadores. A qualidade metodológica foi avaliada pela escala Newcastle–Ottawa. Resultados: Os fatores de risco mais prevalentes foram idade avançada, hipertensão arterial, diabetes mellitus, AVC, dislipidemia, doença arterial coronariana, doença renal crônica, câncer e tabagismo. Os eventos mais relatados foram tromboembolismo venoso, trombose venosa profunda, embolia pulmonar e trombose arterial, associados à elevação de D-dímero, tempo de protrombina e proteína C-reativa, além de maior mortalidade. Conclusão: Os eventos tromboembólicos estão significativamente relacionados à COVID-19, apresentando ampla variação conforme comorbidades e características clínicas. A adoção de protocolos de tromboprofilaxia e o fortalecimento de políticas públicas são essenciais para reduzir complicações e óbitos em populações vulneráveis.