As prisões espaciais do trabalho – Precariedade estrutural do trabalho na forma-conteúdo espacial cidade pequena (Monte Alegre de Sergipe/SE e Batalha/AL, 1960-2023)
Precariedade estrutural do trabalho; Cidades pequenas; Espaço geográfico
Esta pesquisa tem por objeto a relação entre precariedade estrutural do trabalho e a forma-conteúdo espacial cidade pequena. Logo, é uma pesquisa de Sociologia do Trabalho na confluência com a Geografia das Redes de Cidades, com a Geografia das Cidades Pequenas e a Geografia do Trabalho. A pesquisa toma o espaço geográfico como mediação particularizadora das relações de produção capitalistas que se dão nas cidades pequenas, cujo mundo do trabalho tem sido ignorado sistematicamente pela Sociologia do Trabalho. O universo empírico pesquisado é o do conjunto das relações de trabalho precárias vigentes nas cidades pequenas de Monte Alegre de Sergipe/SE, no Alto Sertão Sergipano, e Batalha/AL, no Médio Sertão Alagoano, entre 1960 e 2023. A pesquisa sustenta duas teses: o espaço geográfico é elemento objetivo ineliminável da realidade social e, por atravessar e participar da constituição de todas as ações, relações, processos e estruturas sociais, ele é mediação particularizadora de toda e qualquer relação e processo social; segundo, quanto maior o grau de centralidade urbana da cidade, quanto mais complexas as atividades econômicas do espaço da cidade e da sua hinterlândia e quanto maior a capacidade de os capitais locais destas cidades e do poder político local reterem a renda drenada das suas hinterlândias, menor os cinco principal indicadores de precariedade laboral (grau de renda do trabalho, grau de informalidade do trabalho, grau de instabilidade ocupacional, grau de dependência de rendas externas ao trabalho e grau de dependência da Administração Pública Municipal em relação às Transferências Correntes, e grau de mobilidade espacial da força de trabalho local). A pesquisa sustenta quatro hipóteses que buscam verificar a realidade das teses, sustentando-se no uso de dados secundários quantitativos estatísticos e secundários qualitativos historiográfico, bem como no uso de dados primários qualitativos produzidos a partir da realização de entrevistas semiestruturada com 70 trabalhadores precários, 32 entrevistados em Monte Alegre/SE e 38 em Batalha/AL.