PEDALANDO NA UBERIZAÇÃO: ENTREGADORES BIKEBOYS MACEIOENSES ENTRE A “VIRAÇÃO” E O GERENCIAMENTO ALGORÍTMO (2023-2024)
Uberização; Plataformização do trabalho; Bikeboys; Juventude
periférica; Autonomia.
A uberização é conceituada como uma nova forma controle e gerenciamento do trabalho associado a um processo de informalização, que leva à constituição do trabalhador sob demanda. O contexto de surgimento dessas empresas de plataforma faz parte das reformulações econômicas e sobremaneira morais do capitalismo do final da década de 70.Com base nesse contexto, a presente dissertação tem por objetivo analisar as condições de trabalho, as trajetórias sócio-ocupacionais e de vida de entregadores bikeboys por aplicativos em Maceió-AL. Ao passo que nossa problematização, a partir desses atores sociais, se dará por meio de quatro principais eixos: 1) dinâmicas do ofício de entrega 2) trajetórias sócio- ocupacionais 3) “viração”, flexibilização e precariedade do trabalho 4) autonomia, liberdade e gerenciamento algorítmo 5) estratégias e microresistências desenvolvidas e agenciadas em seu ofício. Realizaremos essa pesquisa por meio de entrevistas semiestruturadas, diário de campo e revisões de literatura. O foco privilegiado de observação é os três bairros de maior fluxo de entregas desses bikeboys: Ponta Verde, Jatiúca e Mangabeiras. De modo geral, analisaremos como o trabalho plataformizado de delivery é apresentado, desenvolvido e vivenciado por jovens entregadores - geralmente provenientes de classes populares, residentes em zonas periféricas e sem altas qualificações - que possivelmente já foram socializados num contexto
onde o trabalho formal e protegido já não se apresenta como uma horizonte concreto. Cenário onde os discursos dominantes procuram constantemente reforçar a associação entre juventude e trabalho flexível, especialmente no contexto do empreendedorismo.