Dilemas e tensões: o ensino em tempo integral entre os estudantes oriundos de famílias pobres ou extremamente pobres de Maceió.
ensino em tempo integral; estratificação social, desigualdades educacionais.
Este trabalho objetiva compreender as dificuldades de adesão por parte dos estudantes do 3o ano do ensino médio, oriundos de famílias pobres ou extremamente pobres, às rotinas escolares propostas pelo Programa Alagoano de Ensino Integral (pALei). A expansão do número de matrículas no ensino em tempo integral aponta para a relevância política e governamental desta política educacional, tanto na esfera federal quanto na estadual, bem como na sociedade alagoana no geral. Entretanto, em razão da necessidade de ampliação da jornada escolar cria-se uma tensão entre os estudantes e a referida política, sobretudo àqueles oriundos de famílias pobres ou extremamente pobres, uma vez que eles ficam sem tempo para exercer alguma atividade que possa lhes fornecer renda. Como pressuposto, pode-se dizer que esta tensão se acentua no 3o ano do ensino médio, pois os estudantes contam, em média, com 17 anos de idade e se veem obrigados a obter renda e ajudar suas famílias. A pesquisa lançará mão de literatura sociológica (LAHIRE, 1995; HASEMBALG e SILVA, 2003; DAYREL e NOGUEIRA, 2012) para adentrar no debate sobre a relação família/escola no que diz respeito aos aspectos ligados a estratificação social, mobilidade e renda, focalizando o contexto alagoano; bem como de técnicas específicas, tais como, entrevistas, uso de fontes documentais sobre a política de ensino integral no Brasil e Alagoas, fontes quantitativas secundárias, questionário socioeconômico e survey.