TRAMAS ENTRE DEALERS E FACÇÕES NO COMÉRCIO E CONSUMO DE MACONHA E OUTRAS DROGAS EM MACEIÓ.
Consumo e tráfico de drogas; Facção; Dealer; rede de proteção
A partir de interlocução com comerciantes, consumidores e pessoas encarceradas proponho uma etnografia do consumo e da venda de drogas ilícitas em Maceió. Abordo as sociabilidades em rodas de maconha, festas privadas e em rolês de homens e mulheres que consomem maconha, especiarias da planta e outras drogas. Isso inclui as formas de consumo, a exemplo da copada de haxixe1, do baseado imperial2 ou do brisadeiro3. Analiso ainda a venda, a compra e o consumo de drogas sintéticas e dos remédios sem receitas associados às redes de comércio da maconha. Diante dessas dimensões, procuro compreender como grupos de classe média constroem e reiteram distinções em relação aos comerciantes e consumidores de drogas das classes populares. Etnógrafo relações de compra e venda entre os dealers4 e clientes que se veem situados socialmente na classe média. Discorro sobre o repertório moral e as práticas de distinção dos dealers - associados à figura do "playboy” - e do “traficante de biqueira5”. A construção de fronteiras de distinção social expressa nesses dois arquétipos mostraram-se relevantes para compreender os sentidos atribuídos pelos dealers ao seu corre.
Ademais, exploro a construção e a manutenção de redes de proteção que atravessam o mercado de drogas ilícitas, evidenciando três grupos: as famílias, as facções e os brothers, uma “família da rua”. Problematizo neste trabalho como relações afetivas, comerciais e de proteção são produzidas no mercado de drogas atravessados pela atuação de dealers e traficantes de biqueiras.