Banca de QUALIFICAÇÃO: IARA KATIELLE PEREIRA DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : IARA KATIELLE PEREIRA DA SILVA
DATA : 25/09/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Online
TÍTULO:

HISTÓRIAS E SOCIABILIDADES NEGRAS NA MACEIÓ DE OUTRORA (1889-1912): Poder, estigmas culturais e conflitos étnicos-religiosos


PALAVRAS-CHAVES:

Intolerância Religiosa; Quebra de Xangô; Pós-abolição e Racismo Estrutural


PÁGINAS: 74
RESUMO:

Esta dissertação investiga as sociabilidades negras em Maceió entre os anos de 1889 à 1912, problematizando como as permanências escravistas, os estigmas culturais e os mecanismos de controle social moldaram suas experiências de liberdade da população negra no pós-abolição. A problemática central orienta-se pela compreensão de que, apesar da abolição e da instauração da República, as transformações jurídicas e urbanas não resultaram em cidadania plena para essa população, mas em novas formas de marginalização e criminalização de seus modos de vida, culminando no episódio conhecido como Quebra de Xangô, em 1912. O estudo ancora-se na perspectiva da história política e social e mobiliza referências como E. P. Thompson, Sidney Chalhoub, Michel de Certeau, Aníbal Quijano e Franz Fanon, dialogando ainda com a historiografia recente sobre o pós-abolição em Alagoas. As fontes analisadas incluem periódicos alagoanos e regulamentos jurídicos. A análise do discurso jornalístico, em especial, revela tanto a exaltação da abolição como marco civilizatório quanto a simultânea criminalização da população liberta, vista como ameaça à ordem social. As práticas cotidianas e religiosas da população negra em Maceió configuraram importantes espaços de resistência e afirmação cultural, ainda que submetidos à repressão e ao silenciamento. Nesse sentido, o Quebra de Xangô de 1912 é interpretado não apenas como resultado de disputas políticas, mas como expressão da intolerância religiosa e da violência estrutural contra a população negra. A dissertação está organizada em três capítulos. O primeiro examina o contexto do pós-abolição na Maceió oitocentista, abordando a formação urbana, os impactos da legislação republicana e os limites da cidadania para a população negra, o segundo análise os mecanismos de controle social e a repreensão legal as responsabilidades negras, explorando as tensões nos espaços urbanos e o papel da imprensa periódica na construção de uma imaginário excludente. O terceiro discute o Quebra de Xangô de 1912, compreendido como o desdobramento de um processo histórico marcado por intolerância religiosa, repressão e resistência, interpretando-o como um verdadeiro "barril de pólvora" social que expôs as contradições da modernidade republicana em Alagoas. Os resultados apontam que as práticas cotidianas e religiosas da população negra em Maceió configuraram importantes espaços de resistência e afirmação cultural, ainda que submetidos à repressão e ao silenciamento. Nesse sentido, o Quebra de Xangô de 1912 é interpretado não apenas como resultados de disputas políticas, mas como expressão da intolerância religiosa e da violência estrutural contra as sociabilidades negras. Assim, o trabalho contribui para o campo das relações raciais e da história política, ao valorizar o protagonismo da população negra na construção da vida social de Maceió e ao propor novas leituras sobre as historicidades do pós-abolição em Alagoas.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1723538 - IRINEIA MARIA FRANCO DOS SANTOS
Interno(a) - 1138290 - DANILO LUIZ MARQUES
Interno(a) - ***.795.140-** - LUANA TEIXEIRA - UFPE
Interno(a) - 3384999 - WILLIAN ROBSON SOARES LUCINDO
Externo(a) à Instituição - CLEBIO CORREIA DE ARAUJO - UNEAL
Notícia cadastrada em: 10/09/2025 10:29
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