BALIZANDO OS SENTIDOS: INSURGÊNCIAS LGBTQIAPN+ NAS BANDAS DE FANFARRA DE ALAGOAS (2000-2023)
fanfarra; gênero; LGBTQIAPN+; perfechatividades.
Neste trabalho, analisei as narrativas insurgentes LGBTQIAPN+ em bandas da categoria fanfarra, marcial ou banda show, entre 2000 e 2023, quando fizeram parte das atrações dos festejos cívicos no estado de Alagoas. Por meio do corpo de dança, os balistas – termo êmico referente a homens cisgêneros jovens que dançam nas bandas – recriam o gênero na articulação entre vestimentas, gestos e performances dançantes, perfechatividades nas ruas. O termo perfechatividade é a junção da performance (arte) à fechação, enquanto performatividade de gênero (Judith Butler, 2019). Nas artes, os limites que separam a fechação, que existe na performance, e a performance, que existe na fechação, são diluídos. Fora desse contexto, é percebida a maximização e a contenção da alteridade fechativa em lugares determinados, a exemplo da vida familiar ou outros espaços, que não geram segurança em corpos LGBTQIAPN+. Desse modo, há denúncia da performance como encenação e a performatividade como subjetividade dos balistas, corpos que remetem às dissidências sexuais no contexto do agreste alagoano, região onde a presente pesquisa foi realizada.