ESTUDO DA ELETRO E FOTOELETROOXIDAÇÃO DO CLORIDRATO DE TETRACICLINA UTILIZANDO ÂNODOS DIMENSIONALMENTE ESTÁVEIS (ADE®)
Tetraciclina. Eletro-oxidação. Fotoeletroquímica. Poluentes emergentes. Ânodos dimensionalmente estáveis. Processo Oxidativo Avançado
A grande demanda de resíduos farmacêuticos no meio ambiente têm se tornado uma preocupação ambiental, principalmente no caso dos antibióticos, que apresentam elevada persistência e baixa biodegradabilidade. Dentre esses compostos, o cloridrato de tetraciclina (TCH) destaca-se por seu amplo uso na medicina humana, veterinária e na agricultura, sendo frequentemente detectado em corpos hídricos. A sua presença no ambiente está associada ao aumento da resistência bacteriana e à toxicidade para organismos aquáticos, o que evidencia a urgência no desenvolvimento de métodos eficientes para sua remoção. Neste contexto, o presente trabalho avaliou a degradação eletroquímica e fotoeletroquímica da TCH utilizando ânodos dimensionalmente estáveis (ADE®), com aplicação de diferentes densidades de corrente (12,5; 25; 50 e 100 mA cm⁻²) e solução de NaCl como eletrólito de suporte. A degradação do poluente foi monitorada por espectrofotometria UV-Vis, com análises cinéticas e formação de subprodutos avaliadas ao longo de 720 minutos. Também foram conduzidos ensaios de fotólise com luz solar, para comparar a eficiência dos diferentes métodos aplicados. Os resultados indicaram que a eficiência do processo eletroquímico está diretamente relacionada à densidade de corrente aplicada, sendo observada uma maior taxa de degradação e mineralização do TCH em correntes mais elevadas. A combinação da eletro-oxidação com a exposição à luz solar potencializou a formação de espécies oxidantes reativas, como radicais hidroxila e cloro ativo, favorecendo a degradação não apenas do composto original, mas também de seus subprodutos intermediários. Por outro lado, a fotólise isolada não demonstrou resultados satisfatórios na remoção do poluente, mesmo com variações na concentração do eletrólito. Diante disso, conclui-se que os processos de eletro-oxidação, sobretudo quando associados à radiação solar simulada, constituem alternativas promissoras, eficientes e ambientalmente sustentáveis para a degradação de poluentes emergentes em sistemas aquáticos. Os dados obtidos reforçam o potencial de aplicação de tecnologias baseadas em ADE® no tratamento de efluentes contendo fármacos, contribuindo para a mitigação dos impactos ambientais causados por esses compostos.