Práticas de resistências de mulheres idosas na Educação de Jovens e Adultas/os
A presente pesquisa se encontra imersa no processo educacional de mulheres idosas que, atualmente, encontram-se inseridas na Educação de Jovens e Adultas/os (EJA), em um interior da zona da mata alagoana. Esse direcionamento tem a ver com o fato do espaço escolar nem sempre ter se constituído como de direito para as mulheres. Essa compreensão engloba também que a categoria gênero é insuficiente para abarcar outras dimensões que tornam simbolicamente o espaço negado, como no caso de mulheres negras e indígenas. Como sustentação teórica, prioriza-se pelo diálogo com os feminismos subalternos e outros conhecimentos não-hegemônicos. Têm-se como objetivo compreender práticas de subjetivação e resistência de mulheres idosas da Educação de Jovens e Adultas/os associadas ao processo de escolarização, bem como compreender as percepções dessas mulheres sobre o gênero, analisar os encontros de saberes/fazeres no processo de escolarização, identificar como o processo de educação reflete nas relações sociais das mulheres idosas e, por fim, analisar as contribuições da educação de jovens e adultas em relação ao processo de envelhecimento. A pesquisa qualitativa se apresenta como metodologia estruturante, tendo em vista que considera a implicação subjetiva e social da pesquisadora e das mulheres com quem se realiza a pesquisa de campo. Como alicerces metodológicos, serão utilizadas a observação participante e a entrevista em profundidade. O cuidado com os registros vivenciados no campo será realizado através das gravações dos encontros e a produção de diários de campo. O material produzido será analisado a partir da análise do discurso tendo por base teóricas feministas que discutem sobre linguagem. Esse estudo se apresenta como uma via para compreender a discussão de gênero e outros vetores de poder, como raça, região, classe social, dentre outros, em sua amplitude e as implicações dentro do âmbito educacional a partir das narrativas de mulheres idosas – considerando-as como autoras de suas próprias histórias. Além disso, possibilita a investigação das contribuições da inserção na EJA ao processo de envelhecimento, bem como as práticas de subjetivação e resistência dessas mulheres frente às opressões que estão submetidas.
Envelhecimento; Mulheres idosas; Educação de Jovens e Adultos; Feminismos subalternos.