Narrativas de inclusão na escola e no trabalho: escutando os protagonistas.
Deficiência Intelectual. Produção de sentidos. Escolarização; Trabalho.
A entrada e permanência no mercado de trabalho para pessoa com deficiência depende de fatores como a efetivação das políticas Públicas e o processo de inclusão. No entanto, pesquisas apontam que dentre esse grupo as pessoas que apresentam deficiência intelectual (DI) são as menos absorvidas no mercado, por isso acreditamos que a escola tem papel primordial em melhorar este cenário. Esta pesquisa de caráter qualitativo e de abordagem histórico-dialética narram as histórias de vida de cinco pessoas com deficiência intelectual enquanto sujeitos que constroem significados a partir da sua experiência de escolarização e práticas profissionais. Fundamentamos este estudo dentro da perspectiva da psicologia educacional escolar crítica como proposta para a compreensão da produção de sentido resgatada nessas narrativas. As narrativas foram analisadas pela metodologia dos núcleos de significação de Aguiar e Ozella. Em linhas gerais, evidenciaram-se que o contexto de trabalho pode favorecer o desenvolvimento da autonomia, satisfação pessoal e independência de pessoas que apresentam deficiência. Reforça a importância implementação de estratégias de qualificação profissionais oriundas especialmente do espaço escolar, fornecendo dados empíricos que possam contribuir com o planejamento e a implementação de políticas públicas de inclusão. Novos estudos sobre o eixo educação-trabalho precisam ser melhor explorados à luz do modelo social e da discussão sobre cidadania e direitos das pessoas com DI. As análises apontaram como a precarização da educação e do trabalho são aspectos comuns da nossa sociedade, mas também têm consequências e impactos diferenciados para a vida e protagonismo de seus participantes.