Estresse Acadêmico e Mal-estar Psicológico: Uma perspectiva de técnicos administrativos em educação.
estresse, saúde mental, saúde do trabalhador, escala de estresse acadêmico.
A presente dissertação teve como objetivo geral investigar o estresse acadêmico entre os Técnicos-administrativos em Educação (TAEs) de Instituições de Ensino Superior (IES) no Brasil. Os objetivos específicos implicaram em: a) inventariar os fatores estressores e as estratégias de aumento de bem-estar entre técnicos-administrativos em TAEs de universidades públicas brasileiras; b) levantar evidências psicométricas da Escala de Estresse Acadêmico (EEA-TAE) para o contexto dos TAEs. Para tanto, dois estudos empíricos foram realizados. No artigo 1 (N = 191), a amostra de TAE de universidades públicas brasileiras responderam a um questionário sociodemográfico e duas perguntas abertas envolvendo dois eixos temáticos: fatores estressores dos últimos cinco meses e estratégias utilizadas para gerar bem-estar. O primeiro eixo apontou para estressores institucionais, interpessoais no ambiente de trabalho, dificuldades financeiras e de saúde e sobrecargas múltiplas. Para o segundo eixo, os dados indicaram múltiplas formas e estratégias de lidar com estresse (e.g., estratégias cognitivas, atividade física e bem-estar mental, lazer e entretenimento). No artigo 2 (N = 191), levantou-se evidências psicométricas da Escala de Estresse Acadêmico (EEA-TAE) para o contexto dos TAEs. Os sujeitos responderam a EEA-TAE, a Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21), a Escala Breve de Resiliência (BRS), Escala de Satisfação com a Vida (ESV) e perguntas demográficas. Primeiramente, a EEA-TAE demonstrou evidências de validade de conteúdo. Em seguida, os dados suportaram a plausibilidade da solução unifatorial da medida. Análises via Teoria de Resposta ao Item demonstraram que os itens da EEA-TAE discriminam adequadamente os participantes e exigiram de baixa a moderada quantidade de traço latente para serem endossados. Quanto as evidências de validade baseada nas relações com variáveis externas, A EEA-TAE apresentou relação mais evidente com maiores níveis de depressão, conforme esperado, mas de igual modo se relacionou com ansiedade, estresse e satisfação com a vida. Conclui-se, primeiramente, que há uma diversidade de fontes de estresse enfrentadas pelos TAEs que são específicas da relação desta categoria com a estrutura de funcionamento das IES. Ainda, ratificaram-se as evidências que corroboram que a EEA-TAE possui qualidade psicométrica nesta população. Estudos futuros podem se voltar para o planejamento de intervenções de curto, médio e longo prazos dada a identificação de estressores específicos deste estrato populacional noâmbito das universidades brasileiras.