O Maracatú Feminino nas Terras Maceioenses: uma Etnografia Audiovisual do Grupo Yá Dandara
Maracatú; gênero e práticas culturais; etnografia (áudio)visual; Alagoas
O trabalho apresenta uma etnografia (áudio)visual sobre o grupo Maracatu Yá Dandara, coletivo feminino de percussão em Maceió, Alagoas. A autora, integrante do grupo desde sua fundação em 2022, investiga as dinâmicas internas, os processos de pertencimento e construção coletiva, e as experiências sensoriais vividas pelas mulheres do grupo. O Maracatu Yá Dandara surge como espaço de protagonismo feminino, promovendo oficinas e eventos que valorizam a cultura afro-brasileira e a ancestralidade, com destaque para o Festival Yá Dandara. A pesquisa adota metodologias da antropologia visual e sensorial, utilizando registros fotográficos, audiovisuais e experiências corporais para compreender o papel do corpo, do território e da memória na produção de conhecimento. O texto discute conceitos de cultura, identidade, gênero e feminilidade, abordando o impacto histórico da Quebra de Xangô de 1912 e a “reinvenção” do maracatu em Alagoas. O trabalho também analisa o papel do gênero como fator de distinção dentro do maracatu, destacando o protagonismo das mulheres e a construção de redes de solidariedade e cuidado, com destaque aos marcadores raciais. A autora explora o agenciamento do ensino-aprendizagem a partir da maestria popular, relacionando práticas educativas formais e informais, e o reconhecimento estatal de mestres da cultura “popular”. Por fim, a pesquisa propõe a produção de um filme etnográfico como resultado e continuidade metodológica, buscando registrar e valorizar as experiências vividas pelo grupo, e contribuir para a historiografia cultural do maracatu feminino em Alagoas.