Potencial de leveduras ambientais como produtoras de biossurfactantes e degradação de hidrocarbonetos derivados do petróleo
Biorremediação, Fungi, Biossurfactantes, microbiologia ambiental, biotecnologia microbiana.
A crescente demanda por soluções sustentáveis para a remediação de ambientes contaminados motivou a investigação do potencial de leveduras ambientais na produção de biossurfactantes/bioemulsificantes e na degradação de hidrocarbonetos derivados do petróleo. Foram isoladas e triadas leveduras ambientais quanto à capacidade emulsificante, utilizando o índice de emulsão (IE) como critério inicial. Quatro isolados com IE ≥ 50% (BRT 372, BRT 391, BRT 411 e BRT 672) foram selecionados para análises posteriores. A metodologia incluiu testes de emulsificação de diferentes hidrocarbonetos, avaliação da estabilidade em distintas condições de pH, salinidade e temperatura, análises de propriedades tensoativas, crescimento microbiano em diferentes fontes de carbono e ensaios de biodegradação com DCPIP. Adicionalmente, foi avaliada a compatibilidade entre os isolados visando a montagem de um consórcio microbiano. Os resultados demonstraram elevada capacidade emulsificante frente a diversos hidrocarbonetos (especialmente xilol e tolueno), além de estabilidade em condições extremas. Embora os sobrenadantes não apresentassem atividade tensoativa significativa, o biossurfactante cru de BRT 672 apresentou tensão superficial de 37 mN/m. Todos os isolados foram capazes de crescer utilizando hidrocarbonetos como única fonte de carbono, e os testes com DCPIP confirmaram sua atividade biodegradadora. A ausência de antagonismo entre os isolados permite a formação de um consórcio eficiente, reforçando o potencial biotecnológico dessas leveduras na biorremediação de ambientes contaminados por derivados do petróleo.