Inibidores de checkpoint imunológico em pacientes oncológicos sob a perspectiva da atenção farmacêutica – uma revisão integrativa
Atenção farmacêutica, câncer, imunoterapia, inibidores de checkpoint imunológico, toxicidade
A atenção farmacêutica está inserida no cuidado do paciente com diagnóstico de
câncer através de diversas vertentes, desde o controle dos medicamentos
antineoplásicos até o acompanhamento clínico dos pacientes e das implicações do
tratamento oncológico. Dentre as novas possibilidades terapêuticas promissoras na
área oncológica destaca-se a utilização dos inibidores de checkpoint imunológico
(ICIs), que são um tipo de imunoterapia utilizando anticorpos monoclonais utilizados
no tratamento de diversos tipos de tumores. No entanto, embora promissores, a
toxicidade dos ICIs, como os eventos adversos relacionados ao sistema imunológico
(irEAs), pode impactar no desfecho do tratamento. O farmacêutico é o profissional que
busca prevenir, identificar e resolver problemas relacionados a medicamentos, sendo,
assim, essencial para o cuidado do paciente oncológico em tratamento com ICIs. O
objetivo principal deste trabalho foi avaliar a contribuição do farmacêutico no
monitoramento terapêutico do paciente oncológico em tratamento com ICIs. Foi
realizada uma revisão integrativa de estudos sobre pacientes oncológicos tratados
com ICIs e que tiveram a participação do farmacêutico, nas bases de dados: Pubmed,
Scopus, Embase e Web of Science. Foram obtidos 2152 estudos, dos quais, 52
estudos foram selecionados para avaliação do texto completo com base em critérios
de inclusão e exclusão. Após essa análise, 8 estudos foram selecionados e incluídos
nesta revisão integrativa, que contaram com um total de 739 participantes, sendo 68%
de participantes do sexo masculino e 32% do sexo feminino. Em seis estudos, a média
de idade dos participantes foi acima de 60 anos. O câncer de pulmão foi o tipo de
câncer mais presente, seguido do melanoma. As toxicidades imunológicas dos ICIs
foram observadas em diversos sistemas do organismo. A atenção farmacêutica esteve
presente no cuidado ao paciente, desde a orientação ao paciente, cuidadores,
médicos e equipe multidisciplinar, monitoramento e manejo das toxicidades,
realização de consultas farmacêuticas, recomendação de medicamentos isentos de
prescrição, ações que contribuíram para a identificação precoce das toxicidades e
melhora dos sintomas. As publicações avaliadas apresentaram dados importantes que
podem contribuir para o desenvolvimento de uma atenção farmacêutica personalizada
para o monitoramento terapêuticos de pacientes em tratamento oncológico com ICIs.
Contudo, percebe-se ainda uma limitação nos detalhes de algumas informações,
sinalizando para uma necessidade de realização de estudos cada vez mais
específicos para esse perfil de pacientes. Assim, conclui-se que a atenção
farmacêutica no âmbito da imunoterapia oncológica com ICIs é capaz de proporcionar
impactos positivos tanto para as instituições de saúde, através da redução de custos
ou minimizando desperdícios, como, principalmente, para os pacientes, no desfecho
do tratamento e na melhora da qualidade de vida.