A produção textual no contexto da educação de jovens, adultos e idosos: um estudo de aspectos da textualidade e do léxico nas narrativas de experiência pessoal
Partindo do conceito de produção textual escrita como uma prática em que há uma relação dialógica com o mundo, com a história e com os indivíduos e suas experiências pessoais, este trabalho busca descrever e analisar a produção textual no que se refere à organização estrutural do texto, aos aspectos de textualidade e à escolha do léxico que compõem a escrita do gênero narrativas de experiência pessoal de alunos da EJAI (Educação de Jovens, Adultos e Idosos). Com isso, objetivamos promover a prática da escrita do gênero narrativo de experiência pessoal, contemplando as escolhas lexicais quanto à funcionalidade comunicativa e a forma de composição desse gênero. Adotamos como uma das bases teóricas as categorias da estrutura narrativa propostas por Labov (1967) o Resumo, a Orientação, a Complicação, a Avaliação, a Resolução e a Finalização (Coda), como também a experiência do Ateliê de Escrita defendida por MARQUESE et al (2017) & orgs., observando a funcionalidade comunicativa desse gênero e se utilizando de recursos didáticos que permitam ao aprendiz identificar as bases de suas habilidades de forma consciente e concreta em relação aos aspectos linguísticos, sociais e discursivos. Como fundamentação teórica, autores como Antunes (2010), Koch (2014), Koch & Elias (2010), Vygotsky (1991) refletiram sobre a sequenciação do texto escrito numa visão interacionista e de interdependência entre suas partes; no estudo do gênero do discurso na perspectiva da construção dos processos enunciativos e na formação do plano composicional, foram selecionados os trabalhos de Bakhtin (1992, 2010, 2016), Bezerra (2009), Marcuschi, (2008), Marcuschi (2010) e Koch (2006); para o delineamento dos componentes estruturais da narrativa e da hierarquização das informações na atividade de escrita na escola, escolhemos os fundamentos teóricos de Labov & Waletzky (1967), de Dolz, Gagnon e Decândio (2010), ao mesmo tempo em que recorremos mais uma vez a Bakhtin (2016), agora nas relações dialógicas entre os sujeitos na narrativa; para entendermos a lógica da formação/organização da escrita, os sentidos e a coerência na escolha do léxico, aplicamos as concepções de Fávero & Koch (2012), Vygotsky (2001b) e Koch & Elias (2018). Como metodologia de investigação, buscamos os trabalhos de Thiollent (1986) e Tripp (2005) sobre pesquisa-ação; finalmente, recorremos ao Ateliê de Escrita de Marquese et al (2017), como suporte metodológico nas atividades de produção dos alunos de uma turma de EJA de uma escola pública de Maceió.
Ensino de Escrita. Narrativa de experiência pessoal. Coerência. Léxico