PARA ONDE VAI? UMA ANÁLISE SOBRE A MOBILIDADE SETORIAL DE UM GRUPO DE TRABALHADORES MANUAIS DO SETOR CANAVIEIRO DE ALAGOAS
cana-de-açúcar; mercado de trabalho; reestruturação produtiva; Alagoas.
O processo de reestruturação produtiva impulsionado pelo método capitalista vem transformado a realidade das indústrias e, por consequência das regiões onde estão instaladas. Para o setor sucroalcooleiro não foi diferente, pressões por competitividade, com a retirada da regulamentação de preços do governo federal, e por sustentabilidade, pela sociedade em geral, as usinas, oriundas de engenhos familiares, precisaram, ao longo das décadas, se transformar em unidades industriais, tendo de modernizar seus processos produtivos para competirem com o mercado externo. O objetivo deste estudo é compreender os reflexos do acirramento dessa competividade e da implantação da mecanização no sistema de plantio e colheita da cana na parcela mais vulnerável dessa equação, que consiste nos trabalhadores manuais desse setor, especificamente na região de Alagoas, no sentido de entender o caminho percorrido por esses trabalhadores, em termos de mobilidade setorial, na última década (2011-2020). Para isso, a partir do Cadastro Nacional de Atividade Econômica (CNAE), foram selecionadas atividades específicas do setor sucroalcooleiro, assim como, ocupações correlatas ao trabalho manual no canavial, a partir do Cadastro Brasileiro de Ocupações (CBO), identificando quantos trabalhadores formais permaneciam no setor da cana alagoano até 2011 e, partir deste ano até 2020, o caminho que percorreram em relação ao setor econômico ao qual foi empregado.