INVESTIGAR, COMUNICAR E PREVENIR: ATIVIDADE INVESTIGATIVA DE BIOLOGIA NA PREVENÇÃO À GRAVIDEZ
Educação Sexual; Prevenção à gravidez; Ensino por Investigação.
A ciência Biologia não pode ser interpretada a partir de aspectos fisicalistas, pois, tratando-se
da ciência da vida, nem sempre será aplicável ao mundo inanimado. Para tanto, reconhece-se
que as especificidades da Biologia como ciência única devem ser refletidas no seu ensino
escolar. A Educação Sexual, trabalhada na Biologia, inclui aspectos ligados à Saúde
Reprodutiva, como a gravidez precoce. Entidades, como as Organização das Nações Unidas e
Organização Pan-Americana da Saúde, propõem-se a pesquisar os índices de gravidez na
juventude e encontram números alarmantes para eles. A gravidez precoce pode ser um dos
fatores de evasão escolar, problema complexo que assola a juventude brasileira. A fim de
atender as propostas da Organização das Nações Unidas, por meio dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável voltados à saúde e educação, torna-se salutar a promoção da
Alfabetização Biológica (AB) dos discentes nesse tema. Sugere-se então, a abordagem de
Ensino por Investigação, por meio de uma Atividade Investigativa (AI), a fim de responder à
pergunta: “De que maneira uma Atividade Investigativa (AI) pode sensibilizar estudantes do
Ensino Médio para prevenção à gravidez?”. O objetivo da pesquisa foi investigar de que
maneira uma Atividade Investigativa (AI) pôde sensibilizar estudantes do Ensino Médio para
prevenção da gravidez. Para isso, foram aplicadas em uma turma de 2ª série do Ensino Médio
de uma escola pública de Alagoas em 2024, a AI Investigação para Prevenção. A
metodologia foi a abordagem de pesquisa qualitativa, a partir de um estudo de caso, mediante
pesquisa exploratória. A coleta de dados ocorreu por meio da AI e dos fanzines e os dados
coletados foram analisados por Análise de conteúdo quanto aos métodos de contracepção e a
partir dos conhecimentos apresentados, verificado o nível de Bioalfabetização dos estudantes.
A partir dos resultados encontrados nas etapas iniciais da AI, foi possível verificar que os
estudantes estavam majoritariamente em nível de AB entre o analfabetismo biológico e a AB
funcional. Nas etapas de Sistematização Formal de Conhecimento e de Aprofundamento,
alguns estudantes puderam transicionar de nível e tinham conhecimentos a nível estrutural e
para alguns tópicos, multidimensional. Todas as categorias de métodos contraceptivos
emergiram em alguma das etapas da AI, ainda que não contempladas na íntegra por todos os
grupos. É importante salientar que os fanzines produzidos variaram entre si e destacar que
apenas um grupo produziu uma revista com informações mais completas e sem consulta à
Internet, apenas com as anotações feitas durante a aula de Sistematização formal de
conhecimento. Argumenta-se que mais importante que definir se a AI contemplou todos os
estudantes quanto ao desenvolvimento de hábitos e conhecimentos preventivos a serem
aplicados e difundidos, é reconhecer as limitações da abordagem e métodos propostos para
temáticas não experimentais e próximas da realidade dos estudantes. No entanto, observa-se
que, individualmente, muitos estudantes compreenderam a importância da prevenção à
gravidez e, a longo prazo, identificaram o potencial da AI podendo influenciar positivamente
na redução do abandono escolar e a infrequência associados à gravidez precoce.