ACESSO AO EXAME CITOPATOLÓGICO: barreiras e possibilidades na Atenção Primária à Saúde de Palmeira dos Índios, Alagoas.
Acesso aos serviços de saúde; teste de Papanicolaou; neoplasias do colo uterino; atenção primária à saúde
Introdução: O acesso aos serviços de saúde refere-se à capacidade das pessoas de obterem os cuidados e serviços de saúde necessários quando precisam. A Atenção Primária à Saúde (APS) tem o papel de desenvolver estratégias para prevenção do câncer do colo do útero, sendo a realização periódica do exame citopatológico a estratégia mais adotada para o seu rastreamento. Objetivos:Conhecer as barreiras de acesso ao exame citopatológico na atenção primária no município de Palmeira dos Índios, Alagoas, na percepção das usuárias. Método:Trata-se de estudo descritivo exploratório com abordagem quantitativa. A amostra foi composta por 90 mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos, selecionadas por meio dos relatórios do Programa Previne Brasil do Ministério da Saúde, utilizando ocritério da amostragem por conveniência. Os dados coletados foram analisados pelo programa JASP versão 0.18.3, sendo estimada a prevalência de não adesão, as razões de prevalência (RP) e seus respectivos intervalos de confiança (IC) de 95,0%. O teste do qui-quadrado de Pearson foi empregado para avaliação da significância estatística das associações, adotando-se como significativos os valores de p<0,05. Resultados: Foi encontrada uma boa adesão ao exame citopatológico nos últimos 3 anos (80,46%), entretanto, a maioria das mulheres afirmou ter realizado em consultório particular (64,20%). Questões relacionadas à organização do serviço de saúde como a falta de privacidade, a demora na entrega do resultado e o fato de ser um profissional do sexo masculino responsável pela coleta, contribuem para essa realidade. As que nunca realizaram o exame (6,90%) apontam como principais motivos o fato de estarem bem de saúde (40%), além da vergonha ou falta de tempo (13,33%). Houve deficiência no conhecimento sobre exame, pois embora a maioria considerasse o exame importante (98,89%), muitas (18,52%) não sabiam o real motivo para a sua realização e 35,56% referiu querer receber mais informações sobre o tema. Conclusão: Muitas mulheres até realizam o exame, porém optam em fazer no serviço privado, possuem vínculo fragilizado com a equipe saúde da família e necessitam de mais informações sobre o tema. Faz-se necessário a (re)organização do processo de trabalho, considerando as reais necessidades das mulheres do território, seu modo de vida, seus costumes e crenças.