Associação entre doenças respiratórias virais e anemia em pacientes pediátricos
Infecções virais, pediatria, anemia, pneumonia
Objetivo: Verificar a associação entre desfechos clínicos e anemia em crianças e adolescentes internados com infecção respiratória viral, observando características clínicas e sociodemográficas relacionadas. Método: Estudo de coorte observacional e retrospectiva com análise de prontuários de 290 pacientes pediátricos internados em hospital público, entre junho de 2023 e maio de 2024. Amostras respiratórias foram coletadas por swab nasofaríngeo, testadas para vírus como Influenza, SARS-CoV-2, e outros, sendo incluídos pacientes com infecção viral respiratória detectada em painel viral respiratório e com hemograma coletado no internamento. Outras variáveis analisadas incluíram dados demográficos, gestacionais e exposições ambientais. Os desfechos observados foram tempo de internamento, necessidade de oxigenoterapia, complicações, alterações radiológicas, uso de antibióticos, necessidade de UTI, uso de fármacos vasoativos e óbito. Resultados: Cerca de 55,5% dos participantes eram do sexo masculino, com média de idade de 32 meses. Anemia foi encontrada em 54,1% dos pacientes, com hemoglobina média de 9,8 mg/dl (desvio-padrão de 1,31 mg/dl). O SARS-CoV-2 foi o vírus mais frequentemente isolado (37,2%), seguido pelo rinovírus (32,8%) e vírus sincicial respiratório (10,7%). Os pacientes com anemia apresentaram uma maior probabilidade de internamento por mais que cinco dias (RR: 1.62; IC95%: 1,27 – 2,07; p<0,01) mesmo após a análise multivariada (RR: 1.67; IC95%: 1,15 – 2,42; p<0,01). Outros desfechos clínicos não se mostraram estatisticamente significativos. Conclusões: Em pacientes internados com infecção viral respiratória, ter anemia esteve associado a uma maior probabilidade de um internamento prolongado.