Implicações da puberdade no autismo
Autismo. Corpo. Puberdade. Psicanálise.
O autismo, desde seu surgimento como categoria nosológica em 1943, impulsiona pesquisas nas mais diversas áreas. Na psicanálise, os debates sobre o autismo incidem, principalmente, sobre o diagnóstico diferencial; a relação com a linguagem, com o Outro e com o corpo. O presente estudo explora a problemática do corpo no autismo, concernente à puberdade, com ênfase na constituição do corpo e na relação com o Outro. Considera a puberdade e o despertar para o mal-estar, presente em todo e qualquer sujeito, logo, interroga-se se esse despertar também se apresenta no autismo. Assim, objetiva analisar as implicações da puberdade no autismo com base no referencial teórico da psicanálise lacaniana. De modo mais específico, busca-se delimitar quanto ao autismo: a relação com o Outro, a constituição do corpo, e os impasses acerca da puberdade. Para tanto, será realizada uma pesquisa teórica em psicanálise, que utilizará ainda autobiografias de autistas como ferramenta metodológica, visto que a escrita no autismo serve para testemunhar algo do seu funcionamento subjetivo e dos impasses encontrados. Diante do material selecionado, serão utilizadas técnicas próprias da pesquisa teórica, que consistem na leitura prévia, leitura seletiva, analítica e interpretativa dos textos.