Migração Forçada: uma análise a partir da subsidência do solo em bairros de Maceió/AL
Migrações, pessoas deslocadas internas, vulnerabilidade, território.
Após as fortes chuvas de verão em 2018 que atingiram a cidade de Maceió, diversos moradores do bairro Pinheiro relataram o surgimento de rachaduras, fissuras e afundamento do solo em imóveis e vias públicas. Após esses acontecimentos, o Serviço Geológico do Brasil, a partir de estudos na área, constatou que o processo de subsidência estava ocorrendo de forma contínua e que a mineração foi a principal responsável pelo desencadeamento desse processo. A subsidência, que inicialmente se restringia ao bairro do Pinheiro, se estendeu para os bairros do Bom Parto, Mutange, Bebedouro e Farol, localizados em uma área central da cidade de Maceió. Estima-se, de acordo com diversas fontes, que cerca de sessenta mil moradores foram atingidos de forma direta e tiveram que deixar seus domicílios após iminente tragédia socioambiental. Posteriormente à confirmação de culpa por parte da Braskem, um acordo foi firmado entre o MPF, MPE e mineradora. Dentre as principais ações que foram acordadas, duas destacam-se: a interrupção das atividades extrativas e a realocação dos moradores atingidos. Diante das questões apresentadas, a presente pesquisa teve como objetivo central analisar o processo de migração forçada dos moradores atingidos, avaliar a opinião socioambiental da população diretamente e indiretamente afetada e examinar a redistribuição territorial dos antigos moradores no período que corresponde de 2018 a 2023.