A CONTRARREFORMA DO ENSINO MÉDIO NO CONTEXTO DO ESTADO BRASILEIRO NEOLIBERAL
O presente trabalho teve como objetivo analisar os pressupostos políticos e econômicos da contrarreforma do ensino médio do ano de 2017, no que refere à formação do trabalhador, relacionando-a com os princípios e fundamentos do modelo de acumulação flexível do capital no que baseiam a formação do trabalhador. Tivemos como questões norteadoras da pesquisa: (1) Qqual a relação estabelecida entre trabalho e educação na sociedade capitalista? (2) Quais as reformas educacionais referentes à formação do trabalhador nos anos de 1990 e o papel do Estado nesse cenário neoliberal? (3) Qual conjuntura política, social e econômica que ocorreu a reforma do ensino médio no ano de 2017? (4) Quais são as relações estabelecidas entre a contrarreforma do ensino médio de 2017 e o modelo de acumulação flexível do capital tendo em vista a formação do trabalhador? Para a realização da pesquisa foi utilizado o método materialista histórico dialético (MARX, 1818- 1883). Tratou-se de uma pesquisa documental, na qual foram analisadoas obras e documentos que se constituíram nas seguintes fontes: Lei 13.415 de 2017, resolução nº 3 de 2018/MEC e trabalhos publicados recentemente que versam sobre a contrarreforma de 2017 (artigos, dissertações, teses e livros). O materialismo histórico dialético permitiu à uma análise da estrutura e da dinâmica das categorias: trabalho e educação, reforma educacional, Estado e neoliberalismo, bem como compreender as relações estabelecidas entre si, as determinações, as contradições e as transformações sociais. Tivemos como referência teórica: Marx (2004; 2007; 1998, 2017), Engels (2007), Saviani (2008), Frigotto (2006), Kuenzer (1997), Diógenes (2013). Os resultados parciais podem assim ser definidos: a contrarreforma do ensino médio de 2017 visa uma adaptação do trabalhador ao modelo de acumulação flexível do capital, para isso limitará ainda mais a formação dos sujeitos dependentes do sistema público de ensino, impondo uma redução no currículo através dos chamados itinerários formativos, focados em uma formação fragmentada, com base no comportamento esperado para trabalhadores através de competências, habilidades e flexibilização.
Política educacional, Trabalho Educação, Reforma, Estado.