A (IN)VISIBILIDADE DAS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA: NARRATIVAS NO CAMPO DA EDUCAÇÃO FORMAL E EXISTÊNCIAS
O estudo buscou refletir sobre o cotidiano das pessoas em situação de rua, na cidade de Maceió, procurando compreender a sua condição de (in)visibilidade através de imagens fotográficas e diálogos, assim, trazendo à tona as suas histórias de vida e experiência no campo da educação formal, numa perspectiva ética, estética e política. Dessa forma, constitui-se em pensar a seguinte problemática: como e o que narram as pessoas em situação de rua sobre suas histórias de vida e escolar, no uso de imagens fotográficas, levando em consideração o contexto social e político? Esta tese parte da hipótese de que as pessoas em situação de rua, são (in)visibilizadas, enquanto sujeitos portadores e produtores de culturas, ou seja, enquanto sujeitos que possuem saberes e histórias de vida. Do ponto de vista metodológico, optamos, pelos estudos voltados para o Cotidiano e pela perspectiva teórica-metodológica de Boaventura de Sousa Santos (2010), tendo como instrumento de coleta de dados a fotografia, tiradas pelas pessoas em situação de rua e pelo pesquisador. As imagens fotográficas foram tiradas nos bairros de Jatiúca, Pajuçara, Pinheiro e Mangabeiras, todos localizados na cidade de Maceió. As memórias de vida e escolar, forjadas nessas imagens puderam nos trazer indícios sobre as experiências (LARROSA, 1996) desses sujeitos praticantes que se (re)inventam em suas narrativas, ou seja, potencializa a existência desses sujeitos na sociedade, uma vez que possibilita dar voz e vez a essas pessoas. Mais ainda: revelam, na pluralidade de seus saberes, as astúcias de interesses e de desejos diferentes (CERTEAU, 2009). Trazemos para dialogar nesta pesquisa, autores como Certeau (2009), Santos (20010), Larrosa(1996), entre outros, para articular conceitos e fundamentos teóricos-metodológicos que podem sustentar nossas discussões e, sobretudo, nossas demandas de querer olhar o mundo pelo seu avesso. Os resultados preliminares sinalizam que as pessoas em situação de rua têm histórias de vida e escolar diversas, mas (in)visivibilizadas pela sociedade moderna ocidental, visto que são sujeitos expostos a condição de vulnerabilidade social, econômica e cultural. É possível perceber a partir das imagens fotográficas e diálogos que esses sujeitos buscam, de certo modo uma "justiça social", como também podemos dizer uma "justiça cognitiva", vez que as lembranças rememoradas remetem a episódios positivos, de resistência cotidiana, atravessados em suas trajetórias de vida e escolar.
Pessoas em situação de rua. Educação formal. Imagens. Memórias Narrativas.