POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO INTEGRAL NO BRASIL: CONCEPÇÕES, CONTRADIÇÕES, TENSÕES E PROPOSIÇÕES EM MOVIMENTO.
A presente pesquisa tem como objeto de estudo a perspectiva histórica da educação integral no Brasil cujo esforço é investigar as questões histórico-conceituais dessa política a partir de sua implantação na educação publica. Assim, o objeto de estudo são as políticas de educação integral. O objetivo geral configura-se em: analisar o contexto histórico-social, político e cultural do projeto de formação humana inscrito na concepção de educação integral, bem como problematizar as contradições e as tensões de modo a pensar novas dinâmicas em relação a esta política na contemporaneidade. Para dar conta do objeto geral, apresentamos os seguintes objetivos específicos: 1 Contextualizar a perspectiva histórica do conceito de educação integral adotado no Brasil; 2 Realizar o levantamento acerca dos principais documentos que fundamentam a política de educação integral no pais; 3 Identificar as diferentes concepções acerca da perspectiva da política de educação integral. 4 Analisar a concepção de formação humana nas políticas de educação integral contraposta a concepção em omnilateralidade em Marx (1974; 1996) e Gramsci (1978). É consenso entre os estudiosos da área Moll (2012) e Cavaliere (2002; 2014; 2020) que a educação integral é um direito relacionado à questão da cidadania, entretanto a tese que formulamos desenha-se da seguinte forma: “a política de educação integral implanta no Brasil não traduz, necessariamente, uma formação humana em que o sujeito/discente e o sujeito/docente sejam considerados participeis no campo do diálogo, da reflexão, do afeto, do lúdico, da aprendizagem e da estética.” No esteio da tese duas questões se interpõem: 1 Que tipo de formação humana é promovida na política de formação integral vigente? 2. Existe algum tipo de relação entre o conceito de formação humana na política de educação integral e o conceito de omnilateralidade em Marx e escola Unitária em Gramsci? Posto isto, o percurso metodológico que norteia esta investigação tem na pesquisa documental sua centralidade, compreendendo-a como uma pesquisa que constrói “interpretações” para identificar ou construir “significados” Lankshear; Knobel (2008). O método de apreensão do real é o Materialismo Histórico dialético. De modo preliminar, chegamos as seguintes conclusões: as políticas de educação integral submetidas à lógica do capital conduzem à formação unilateral por meio de um modelo educacional fragmentado e descontinuado. A sociedade capitalista distingue o intelectual do trabalhador, dicotomiza a relação entre administração e força de trabalho, direção e execução. As referências teóricas que orientam a educação integral no Brasil distanciam-se do conceito de omnilateralidade em Marx, pela politecnia, alicerçada em três pilares: formação intelectual, corporal e tecnológica; e da Escola Unitária em Gramsci, que retoma a escola humanista, de unidade entre teoria e prática, na formação de dirigentes dos subalternos para a conquista da hegemonia.
Politicas de Educação Integral – concepções, contradições e tensões - Formação Omnilateral - Escola Unitária.