PLURIDISCURSIVIDADE E PLURIESTILISMO: TEXTO EM SEU USO FILOSÓFICO-PEDAGÓGICO NOS DIÁLOGOS FILOSOFICOS NA ESCOLA (SALA DE AULA DE FILOSOFIA)
Dialogismo. Ensino. Filosofia. Pluriestilismo. Pluridiscursividade. Texto.
O trabalho promove uma reflexão sobre o texto em sua natureza filosófica, nas suas dimensões pluridiscursivas e pluriestilísticas, para o trabalho filosófico e pedagógico em sala de aula. A experiência como professor de filosofia inspirou a questionar porque as dificuldades dos estudantes em se apropriarem dos textos filosóficos e acharem a disciplina enfadonha e refletir sobre o papel do professor como motivador do filosofar, muito mais que um simples comentador e intérprete. motivo que levou à percepção que muitas vezes o lidar com o texto do livro didático ou da história da filosofia concentrava-se mais em uma dogmática do que em uma proposta dialógica, considerando o que ensina Merleau-Ponty (2018), em Fenomenologia da Percepção ao afirmar que nada existe que não possa questionado, inquirido, posto em dúvida, investigado, porque a filosofia está em nós e sempre filosofamos, como afirma Heidegger (2009) em sua obra Introdução à filosofia. Considerando que o estudante é convidado para o filosofar, haja vista sua natureza histórica, social e cultural, temos como objetivos específicos: (1) refletir sobre o advento do texto escrito, evolução e paradigmas dialógicas que surgem com a leitura em seus limites e desenvolvimento do letramento; (2) discutir o texto a partir de sua natureza linguística e filosófica, apreendendo como um fenômeno social e dialógico; (3) conceituar pluridiscursividade e pluriestilismo do texto na perspectiva dos gêneros do discurso e do enunciado; (4) esboçar as possibilidades dialógicas de trabalho com o texto em sala de aula a partir do dialogismo Batista (2016), Scliar (2020), Benito-Vessels (2007), Marcuschi (1993), Orlandi (2008), Pizanni (1998), Thomas (2005), Walther-Bense (2010), Evelett (2019), Benveniste (2014) entre outros; filosofia, ensino de filosofia e filosofia da linguagem: Merleau-Ponty (1974, 2014), Flóres (2002), Bakhtin (2015, 2017, 2018, 2019), Deleuze (2017) Ponzio e Petrilli (2007), Kohan (2011), Arpini, Licata e Kohan (2002) e outros. Na circunstância do século XXI, em que o sistema educacional se encontra pautado pela escrita e pela leitura (decodificação da escrita), que se desenvolve a partir de práticas de letramento que se inicia na tenra idade, período em que os processos comunicativos com a ajuda das novas tecnologias de informação e comunicação se manifestam como lugares de diálogos, de encontros e de trocas de saberes, o texto escrito é a experiência fundante da aprendizagem em sala de aula.