O Programa de Educação de Educação Integrada (PEI) do Mobral no sertão alagoano: a história narrada pelos sujeitos "anônimos"

Esta dissertação tem como objetivo compreender, por meio das memórias dos sujeitos sertanejos, como as ações de continuidade da escolarização implementadas pelo Mobral/Programa de Educação Integrada (PEI), contribuíram, ou não, para a construção de percursos de permanência escolar. Situa-se em um dos sertões alagoano, especificamente, na cidade de Santana do Ipanema, no período de 1973 a 1985 – época de criação do PEI, e insere-se no contexto dos estudos que vêm sendo realizados pelo Grupo de Pesquisa Multidisciplinar em Educação de Jovens e Adultos (Multieja) sobre a história da Educação de Adultos e de Jovens e Adultos (EDA/EJA), no Estado de Alagoas. Parte da seguinte problematização: Até que ponto o Programa de Educação Integrada (PEI) do Mobral, enquanto possibilidade de continuidade da escolarização, contribuiu para a permanência escolar dos sujeitos sertanejos? Na tentativa de “responder” à questão elencada e “alcançar” o objetivo proposto, apoiamo-nos nos pressupostos teórico-metodológicos da História oral, tendo como técnica de coleta de dados as entrevistas com enfoque temático, que se constituíram nas fontes orais, enfatizando as narrativas memorialísticas, além dos documentos pertencentes aos órgãos oficiais locais e ao acervo digital do Centro de Referência e Memória da Educação Popular e Educação de Jovens e Adultos (CReMEJA) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). As narrativas dos sujeitos mostraram que o PEI permitiu a continuidade da escolaridade, mas que não garantiu a permanência noutros níveis escolares – a pós-permanência –, e que a construção dos percursos escolares desafiou uma ordem social injusta, que buscava conformá-los a uma naturalização da realidade sertaneja.

Mobral. Programa de Educação Integrada (PEI). Permanência Escolar. Memória. Sertão Alagoano.