LINGUAGEM E DISCURSO: A CONSTITUIÇÃO DE AUTORIA PELA CONTRAPALAVRA
Escrita; Discurso; Contrapalavra; Autoria.
pela contrapalavra em uma turma de 5º ano do Ensino Fundamental. Dessa forma, problematizou-se: qual o papel da palavra outra para a constituição da palavra própria? Qual o papel do outro e da escrita situada na formação do sujeito autor? Trata-se de uma investigação de natureza qualitativa (BAUER; GASKEL, 2002), de base analítico-discursiva (BAKHTIN, 2011). Para realização da referida investigação, utilizou-se diferentes estratégias e instrumentos para o levantamento dos dados: 1) Auto-observação; 2) observações e participações nas aulas; 3) gravações e transcrições das eventicidades discursivas entre alunos, como também, entre alunos e professor pesquisador; e 4) anotações sobre intervenções em práticas de produção textual. Buscou-se ancoragem na teoria dialógica de Mikhail Bakhtin e do Círculo para análise dos dados. E, fundamentando-se nessa ideia, procurou-se teorizar ideias outras, a partir da perspectiva dialógica da linguagem na construção do ser em evento. Essa interação de vozes dialógicas trouxe como resultado o enriquecimento teórico para abordagem das categorias de análise: inacabamento discursivo; emolduramento; contrapalavra; o terceiro sujeito do discurso; exotopia e formação do sujeito (BAKHTIN, 2011). Em tese o inacabamento e o emolduramento da discursividade geram a contrapalavra, através da qual, o sujeito compreende o enunciado e responde ativamente, desenvolvendo autoria. O outro assume um lugar significativo na reelaboração dos sentidos através da prática da tomada e devolução da palavra, que permitem a reorganização das ideias do autor. Em visão excedente, o outro possui papel relevante e determina a cadeia ininterrupta do discurso alheio.