Teletrabalho e ensino remoto emergencial: desafios à saúde do professor frente à pandemia do vírus Sars-Cov-2 (Novo Coronavírus)
Docência no ensino superior; Ensino Remoto Emergencial; Teletrabalho; Pandemia vírus Sars-CoV-2 (Novo Coronavírus); Saúde do Professor; Precarização do trabalho.
No primeiro trimestre de 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença (Covid-19) causada pelo Novo Coronavírus constituía uma emergência de saúde pública de importância internacional, caracterizada como uma pandemia. Desde então, por recomendação dos órgãos internacionais (OMS, 2020), nacionais de vigilância em saúde (MS, 2020) e organizações não governamentais (ANF, 2020), diversas leis, decretos, resoluções, portarias e medidas provisórias foram publicadas em nível Federal, Estadual e Municipal (BRASIL, 2020) recomendando medidas de isolamento social. Assim, em consonância com essas publicações, diversas atividades presenciais nas Instituições de Ensino Superior (IES) sofreram alterações significativas nas rotinas outrora desenvolvidas. Um dos pontos de influência nessas alterações se deu por ocasião da recomendação por parte do Ministério da Educação (MEC), do Conselho Nacional de Educação (CNE) e dos Conselhos Estaduais de Educação (CEE) pela adoção do Ensino Remoto Emergencial (ERE). Desta feita, iniciou-se, junto às representações de classe docente e às instituições de ensino superior, sucessivas discussões acerca da re/adaptação para o modelo de aulas remotas por meio do regime de teletrabalho, utilizando plataformas digitais de videoconferências. O que, por sua vez, ocasionou diversas denúncias de entidades e associações sindicais de classe docente sobre o aprofundamento da precarização das condições de trabalho, tendo como destaque o adoecimento mental e físico de docentes no processo de (re)adaptação para o enquadramento ao Ensino Remoto Emergencial e Regime de Teletrabalho. Portanto, diante dos impactos e demandas produzidas pela pandemia Sars-CoV-2 (Novo Coronavírus) na educação superior presencial, esta pesquisa busca responder à seguinte pergunta: Quais os impactos e implicações da adoção das novas práticas oriundas do Ensino Remoto Emergencial durante a pandemia Sars-CoV-2 (Novo Coronavírus) na saúde do professor do ensino superior, tomando como elemento de análise a narrativa docente? Deste modo, esta pesquisa tem como objeto de estudo compreender a percepção dos impactos na saúde dos professores do ensino superior de uma universidade pública na cidade de Maceió-AL frente às novas rotinas. O estudo está pautado nos seguintes percursos metodológicos: pesquisa qualitativa do tipo de Pesquisa Narrativa (PN), sob a perspectiva de Schütze (2010) aliada aos procedimentos de coleta de dados oriundas da Teoria Fundamentada dos Dados (TFD), a saber a técnica da Entrevista Qualitativa Intensiva (CHARMAZ, 2009). As narrativas capturadas a partir das entrevistas serão organizadas sob a perspectiva da Análise de Conteúdo de Bardin (2016). Considerando as intenções da pesquisa, a abordagem adotada e os instrumentos escolhidos, compreendemos ser esta uma alternativa viável para os fins a que se presta o estudo. (GANCHO, 2006; MUYLAERT, 2014).