PRÁTICAS DE LETRAMENTOS E ENSINO DE LEITURA NO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: UM OLHAR SOBRE O FAZER PEDAGÓGICO DE UMA PROFESSORA DE LÍNGUA MATERNA
Práticas de Letramentos. Alfabetização. Leitura. Ensino de Língua Materna.
Esta pesquisa versa sobre práticas de letramentos e ensino de língua materna de uma professora/alfabetizadora, com foco nas práticas de leitura em uma turma do 3º ano do Ensino Fundamental. O construto teórico encontra-se organizado a partir da convergência dos estudos que discorrem sobre os processos de alfabetização e de letramento no contexto brasileiro (SOARES, 2004; 2006; 2007; KLEIMAN, 2005, ROJO, 2009), em diálogo com alguns pressupostos dos “Novos” Estudos do Letramento (STREET, 1984, 2013, 2014), de modo a refletir sobre as concepções teóricas norteadoras das práticas pedagógicas correlacionadas ao ensino de Língua Portuguesa (TRAVAGLIA, 1996; 2009; GOMES, 2010, 2014, 2017, DORETTO; BELOTI 2011), à abordagem dos gêneros textuais (MARCUSCHI, 2008; ANTUNES, 2009; BRASIL, 2017) e às atividades de leitura e de escrita. Metodologicamente, este estudo caracteriza-se como uma pesquisa do tipo qualitativa (MINAYO, 2011; DAWSON, 2009), realizada sob um viés etnográfico, tendo em vista que se utiliza da orientação metodológica da perspectiva sociocultural e que se adotam procedimentos de coleta de dados, tais como: observação in loco, diário de campo, análise documental, questionários e entrevistas. Os resultados parciais da pesquisa indicam que as práticas de letramento observadas têm como objeto de ensino/aprendizagem a apropriação do sistema alfabético-ortográfico, sem levar em consideração os diversos contextos sociais e culturais de usos da língua. Desse modo, foi possível identificar que a alfabetização (faceta linguística) da aprendizagem da língua escrita é o foco do ensino de Língua Portuguesa na turma do 3º ano do Ensino Fundamental. Outrossim, observamos indícios de que a concepção de linguagem como instrumento de comunicação norteia as práticas da professora/alfabetizadora de modo predominantemente. Logo, essa concepção teórica associa-se à ideia de letramento autônomo e tem implicações na prática pedagógica, mais especificamente no direcionamento do trabalho com a língua materna e o ensino de leitura no contexto escolar.