PROBLEMATIZAÇÃO DA EXPERIÊNCIA E ETICIDADE PARRÉSICA NOS PROCESSOS EDUCATIVOS
Filosofia da educação; sistemas pedagógicos; cuidado de si; parrésia.
A dimensão epistemológica dos processos educativos e a orientação prática subjacente à Educação qualificam-se, sob o prisma ético, à medida que os problemas teorizados e os problemas experienciados pelos docentes e discentes se entrelaçam e constituem um plexo com sentido formativo e preparatório aos desafios da vida. Para a consecução dos objetivos do trabalho, foi realizada pesquisa qualitativa, aplicada e exploratória, mediante pesquisa bibliográfica das obras de Michel Fabre no campo da problematização da experiência na Educação, bem assim das obras correspondentes ao pensamento ético de Michel Foucault, em precisão, as dedicadas ao estudo da Antiguidade grega e romana no âmbito do cuidado de si e da parrésia ética. A partir destas obras que serviram como fio condutor inicial dos estudos, notadamente, A Hermenêutica do sujeito (1981-1982), O governo de si e dos outros (1982- 1983), A coragem da verdade: o governo de si e dos outros II (1983-1984) e as conferências proferidas em Berkeley (1983), foram pesquisadas fontes histórico-filosóficas primárias e secundárias que, no campo ético, desvelam diferentes concepções semânticas da parrésia, tais a parrésia socrática, cínica, estoica e plutarquiana, destacando-as com o fito de articular essa ferramenta conceitual como possibilidade educativa voltada à concepção e à prática de elementos indutores e catalisadores da problematização da experiência - a exemplo das categorias metadiscursivas do grito, do riso e do esquecimento -, concomitantemente à elaboração dos respectivos embasamentos teóricos que permitam a utilização pedagógica desses meios irreverentes e escassos nos espaços educativos, assim quanto necessários contra uma Educação logocêntrica e rarefeita de encontros de subjetividades autênticas, benevolentes e corajosas em uma dimensão de prudencialidade regulatória da vida.