Dimensão subjetiva da realidade de docentes acerca da inclusão de universitários com deficiência durante e pós-pandemia da COVID-19
Dimensão Subjetiva da Realidade; Docência; Inclusão; Educação Superior.
A pandemia da COVID-19 causou danos incalculáveis e irreparáveis na Educação Superior. Desde o fechamento das universidades devido às medidas de distanciamento social até as implementações de novas formas de ensino (período letivo excepcional - PLE, ensino remoto e ensino híbrido), ocorreram mudanças em diferentes âmbitos do processo de ensino e aprendizagem. Com isso, se faz necessário discutirmos estas novas realidades do contexto educacional, suas implicações e seus desafios para a Educação Superior, de modo particular os docentes e o processo de inclusão de universitários com deficiência. Desse modo, essa dissertação busca compreender a dimensão subjetiva da realidade educacional trazendo reflexões sobre as significações, nesse caso, o docente, incluindo elementos de sua subjetividade, unidos e se relacionando com aspectos objetivos e materiais (BOCK; GONÇALVES, 2009). A dissertação se fundamenta teórica e metodologicamente na Psicologia Sócio-Histórica de Vygotski (2000; 2001; 2004). Para darmos conta dos objetivos propostos, essa pesquisa foi desenvolvida com os docentes de uma instituição de Educação Superior Pública. A produção de informações se deu através de dois instrumentos, o questionário aplicado de forma online e a entrevista semiestruturada. O questionário estava distribuído em 4 seções: 1 – apresentação da pesquisa; seção 2 – termo de acordo; seção 3 – dados pessoais; seção 4 – Docência durante e pós-ensino remoto implementado em decorrência da pandemia da COVID-19. O outro instrumento utilizado foi a entrevista semiestruturada, sendo um instrumento rico para produzir as informações referentes aos movimentos constitutivos das significações dos professores. Para análise dos dados do questionário utilizamos a Análise de Conteúdo (MINAYO, 2001; 2007) e para análise das entrevistas está sendo utilizado os Núcleos de Significação (AGUIAR; OZELLA, 2013). Nos resultados iniciais evidenciam os desafios dos docentes na vivência do ensino remoto, em relação à precarização do trabalho docente, com cargas horárias extensas e dobradas, uso excessivo das plataformas de aprendizagem, formação adequada para o uso das tecnologias, preparação das aulas para além de aulas excludentes e a inclusão dos universitários com deficiência. Surgindo assim várias dificuldades específicas, como: metodologia e ferramenta adequada; falta de recursos para o aluno; concentração nas aulas devido o contexto inseguro e instável da pandemia; a avaliação da aprendizagem insuficiente e ineficaz; a falta de apoio institucional, de modo particular do Núcleo de Acessibilidade; não contar com a presença de algum bolsista para auxiliar as alunas na realização de algumas atividades; não terem sido informados com antecedência sobre a presença de estudantes com deficiência em suas turmas, para tentar adequar melhor o planejamento a esta realidade.