PROFISSIONAIS DE APOIO DA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE MACEIÓ: IDENTIDADE(S), FORMAÇÃO E PROFISSIONALISMO
Educação Infantil; Profissionais de apoio; Formação profissional; Identidades; Profissionalismo.
O cotidiano da Educação Infantil é constituído com a participação de profissionais que ocupam diversos cargos e funções – docentes ou não – e que compartilham dos processos de educação e de cuidado como dimensões indissociáveis da primeira etapa de Educação Básica. A pesquisa intitulada “Profissionais de apoio da rede municipal de Educação Infantil de Maceió: identidade(s), formação e profissionalismo”, teve como objetivo investigar o perfil dos(as) profissionais de apoio que atuam com as crianças de até os 5 anos e 11 meses de idade no município de Maceió. Pela premissa de que o desenvolvimento integral das crianças desde bebês ocorre nas interações e brincadeiras com seus pares e adultos, tendo o cuidar e o educar como tarefas indissociáveis, o presente estudo buscou lançar o olhar para o perfil dos(as) profissionais de apoio na Educação Infantil da rede municipal de Maceió, no tocante à formação, à identidade(s) e ao profissionalismo, considerando produções que tratam da formação de profissionais da Educação Infantil (KRAMER, 2006, 2011; CERISARA, 1999; NUNES, CORSINO e DIDONET, 2011), além dos documentos legais acerca da primeira etapa de Educação Básica brasileira, dos achados sobre formação, valorização e carreira de funcionários da Educação Infantil no Brasil (BRASIL, 2004, 2005, 2009) e as contribuições de Penteado (2019) acerca de profissionais de apoio na educação. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, realizada sobre e com profissionais de apoio da Educação Infantil da rede municipal de Maceió, pautada na abordagem de pesquisa narrativa, tendo como instrumentos de construção dos dados: questionários, na primeira fase, e entrevistas semiestruturadas, na segunda fase. Para o tratamento dos dados, foram adotados os procedimentos propostos por Bardin (2011), para analisar o conteúdo das entrevistas e questionários. Os resultados mostram, além de outras percepções, que a maioria dos(as) profissionais de apoio tem o Ensino Médio concluído, mas não passou por formação/orientação inicial para o trabalho que considerasse as especificidades do cotidiano de uma instituição de Educação Infantil. Tais profissionais demonstraram interesse na participação em formações para qualificação profissional, consideram a remuneração salarial inadequada e entendem suas atribuições como importantes para o desenvolvimento das crianças nas instituições de Educação Infantil. Por fim, destaca-se que o fato de que o vínculo empregatício terceirizado é apontado como principal fator que contribui para a precarização do trabalho desses profissionais na educação pública.