INCLUSÃO E AGÊNCIA DO UNIVERSITÁRIO COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: CONSTITUINDO PRÁTICAS COLABORATIVAS
Agência. Universitário com deficiência. Educação Superior. Práticas colaborativas.
O objetivo basilar desta dissertação é desenvolver e analisar práticas colaborativas que expandem a agência de universitários com deficiência de uma instituição pública do ensino superior, sem perder de vista o contexto sociohistórico e o processo vivido pelos envolvidos. Trata-se de um estudo empírico, fundamentado nos pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia Sócio-Histórica, que tem no seu âmago o compromisso ético-político com a transformação e a justiça social, a partir de uma construção colaborativa. Trazemos para a centralidade a discussão de agência, por entender que contribui para o desenvolvimento humano assim como para o devir pessoal e coletivo, consequentemente, aponta para transformação de realidades. Os dados foram produzidos durante treze encontros com um grupo de dez universitários(as) com deficiência. As informações produzidas foram organizadas em quatro eixos temáticos, interpretadas e analisadas à luz dos pressupostos teóricos adotados. Os resultados apontaram que a agência da pessoa com deficiência tende a ser cooptada no ambiente acadêmico, visto a forte presença de práticas capacitistas e excludentes que insistem em restringir, excluir e invisibilizar esse grupo. Embora inseridos nesse contexto, os participantes buscam resistir, agir e reivindicar seus direitos, evidenciando comportamentos agentivos. Observamos que o movimento colaborativo desta pesquisa possibilitou a criação de uma rede apoio, de união entre os pares e a expansão de agência, o que nos parece uma alternativa para o enfrentamento das estruturas capacitistas do ambiente acadêmico e transformação dessa realidade. Por fim, reconhecemos que ainda há um longo processo a ser percorrido para a efetiva inclusão, mas para as mudanças começarem acontecer depende de esforços múltiplos, contínuos e coletivos, o que envolve compromisso com a justiça social. Por fim, essa é uma reflexão/ação constante que devemos fazer enquanto sujeito social e crítico.