Os efeitos da videomodelação na implementação do ensino incidental por professores
Ensino incidental, professores, Transtorno do Espectro Autista, videmodelação
As intervenções baseadas na Análise do Comportamento Aplicada (ABA) são caracterizadas por serem intensivas e demandarem profissionais capacitados para a sua condução. Por essa razão, atualmente, observa-se um aumento de estudos que têm ensinado a aplicação de procedimentos de ensino baseados na ABA para professores, pais e profissionais que atuam com pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Um desses procedimentos é o ensino incidental, o qual pode ser aplicado durante a rotina da criança em diversos contextos, sendo que professores, pais e profissionais devem arranjar o ambiente de modo que ela se sinta motivada a iniciar uma interação. O objetivo do presente trabalho foi verificar a eficácia da videomodelação para ensinar professores a aplicar o procedimento de ensino incidental. Três estudos serão conduzidos, sendo que o primeiro, que já foi finalizado, consistiu de uma revisão sistemática da literatura sobre o ensino da aplicação do ensino incidental, a partir das recomendações do PRISMA. As buscas foram realizadas nas bases de dados PycoInfo, Pubmed, Web of Science, Education Resources Information Center (ERIC) e Periódicos Capes com a palavra de busca “incidental teaching”. Foram encontrados 776 artigos, sendo que 31 atenderam aos critérios de inclusão. Professores foram os participantes mais frequentes nos estudos encontrados, seguidos de pais e auxiliares de ensino de crianças com TEA. A maior parte dos estudos utilizou delineamento de linha de base múltipla entre participantes e o Behavioral Skills Training (BST) como procedimento de ensino. Grande parte dos estudos ensinou a aplicação do ensino incidental no contexto do ensino de comportamento verbal vocal. Os resultados mostraram que diversas populações aprenderam a aplicar o ensino incidental. Além disso, demonstraram que houve um aumento na integridade da aplicação e na frequência de utilização, bem como a manutenção e a generalização da aplicação. O Estudo 2, que está em andamento, consiste na confecção e na validação de um vídeo para ensinar a aplicação do ensino incidental. Inicialmente, foi realizada uma análise de tarefas para identificar os passos necessários para uma aplicação correta do ensino incidental. Esta análise resultou em 25 passos. Posterior a isso, foi confeccionado um vídeo o qual descreve os 25 passos necessários para uma aplicação correta do ensino incidental e exemplifica a aplicação por meio da demonstração de um episódio de ensino incidental. A primeira versão do vídeo será analisada pelos docentes que farão parte da banca do exame de qualificação da pesquisadora, o que funcionará como a validação de seu conteúdo. O Estudo 3, que terá início após a validação do vídeo, consistirá na apresentação do mesmo para professores para ensiná-los a aplicar o ensino incidental. Espera-se que este trabalho contribua para a literatura sobre o ensino da aplicação de procedimentos baseados na ABA para professores de crianças com TEA por meio da análise dos efeitos de um único procedimento, a videomodalação, o que contrasta com a maior parte dos estudos da área que têm utilizado o BST, o qual consiste em um conjunto de procedimentos.