TRATAMENTO ACOPLADO DE SORO DO LEITE: DIGESTÃO ANAERÓBICA E UTILIZAÇÃO DO DIGESTATO PARA O CO-CULTIVO MICROALGA-FUNGO
indústria de laticínios, legislação ambiental, tratamento aeróbio
A descarga não controlada de poluentes, como produtos químicos tóxicos, resíduos industriais ou materiais que prejudicam a qualidade da água, do solo ou do ar, pode causar danos significativos ao meio ambiente, à saúde humana e à fauna e flora local. A indústria de laticínios gera uma grande quantidade de soro de leite como subproduto de seus processos de fabricação, que possui alto potencial poluidor devido às suas características físico-químicas. Neste contexto, a biorremediação surge como uma solução viável para superar esse desafio, proporcionando uma abordagem eficiente e econômica para a remoção total ou parcial dos poluentes presentes no soro do leite. A digestão anaeróbica é um método utilizado para tratamento do soro do leite pois gera biogás (valor energético), no entanto, um digestato residual com elevadas cargas de nitrogênio e fósforo, e residual carga orgânica, que ainda inapta seu descarte em corpos hídricos. Os consórcios de fungos filamentosos e microalgas estão ganhando destaque devido à grande capacidade de remoção de matéria orgânica e melhor assimilação de nitrogênio e fósforo no tratamento destes efluentes, sem a necessidade de adição de produtos químicos e com um baixo consumo de energia. Assim, este trabalho terá como finalidade a avaliação do tratamento do soro do leite a partir de digestão anaeróbica e utilização do digestato residual no cultivo de microalgas e fungos filamentosos, verificando as vantagens de utilizar esses microrganismos para a estabilização de contaminantes, principalmente Demanda Química de Oxigênio (DQO), Nitrogênio Total (NT) e Fósforo Total (FT). Para isso, será adotado uma metodologia baseada em três etapas: coleta e caraterização do soro do leite, seleção das cepas de microalgas e fungos filamentosos e realização da digestão anaeróbica do soro do leite e obtenção dos digestatos e tratamento aeróbio do digestato utilizando o consórcio microalga-fungo. Os resultados terão em vista os valores mínimos de remoção solicitados na Resolução CONAMA nº 430/2011 e nº 357/2005 como também caracterizar a potencialidade do método para promover a remoção dos poluentes visando sempre a adequação aos parâmetros mínimos para descarte.