Resistência Residual ao Colapso de Tubos Desgastados e Corroídos: uma Abordagem Baseada em Dados de Inspeção e Modelagem Numérica
Integridade de Poços, Colapso de Tubulares, Instabilidade, Perfilagem de Poços, Confiabilidade Estrutural
Este trabalho propõe uma metodologia de estimativa de resistência residual de tubos danificados por desgaste e/ou corrosão em poços de petróleo, compreendendo a inspeção geométrica dos elementos e sua modelagem numérica, numa abordagem probabilística. O objetivo é fornecer uma avaliação robusta da integridade estrutural de tubulares em ambiente de alta complexidade e risco, como é o caso da região do pré-sal brasileiro. Colunas de revestimento e de produção/injeção são importantes elementos de barreira de segurança, desempenhando funções estruturais cruciais e isolando poço e formação para evitar fluxo de fluido inesperado. O desgaste e a corrosão nesses tubulares ocorrem durante diferentes operações ao longo de seu ciclo de vida, sendo considerados de forma conservadora na fase de projeto, de modo a evitar situações de perda de integridade. No entanto, há muita incerteza nessas previsões. Equipamentos modernos de inspeção disponíveis no mercado, como ferramentas de perfilagem ultrassônica e eletromagnética, têm permitido avaliar o estado real dos tubos em serviço. O raio do tubo, a espessura e a perda de massa são os parâmetros medidos ao longo das colunas do poço. A interpretação adequada desses dados permite identificar os danos nos tubos e ainda quantificar as correspondentes severidades. Propõe-se uma metodologia para caracterização da geometria da seção transversal de tubos com base em dados de inspeção, na presença de incertezas de medição. Para estimar a resistência residual ao colapso dos tubos utilizam-se modelos bidimensionais não lineares do Método dos Elementos Finitos. Apresenta-se ainda uma análise probabilística da geometria residual de tubos danificados, adotando-se como variáveis aleatórias parâmetros da configuração do dano, como sua profundidade máxima e a posição. Os resultados alcançados permitem concluir que a configuração geométrica inicial do tubo danificado pode levar a resistências residuais com variações significativas, para diferentes parâmetros de dano, como profundidade, raio, posição e distribuição. Vale ressaltar que os modelos analíticos encontrados na literatura consideram esses fatores de forma parcial, mas não em sua totalidade. Desenvolve-se um estudo de caso com dados reais para demonstrar a aplicação da metodologia proposta, comparando os resultados com valores de referência.