Com o aumento da demanda do petróleo e seus derivados, houve a necessidade de expandir a exploração para ambientes cada vez mais desafiadores. No Brasil, a exploração em ambiente marítimo (offshore) se deu início na década de 70, e com o passar dos anos, a perfuração foi se distanciando da costa e para profundidades cada vez maiores. Em 2019, a produção de petróleo e gás atingiu a marca de 3 milhões de barris, majoritariamente de águas profundas e ultraprofundas. Como o custo para manter as operações de uma sonda de perfuração no mar pode chegar centenas de milhares de dólares por dia, deixar as operações de perfuração mais eficientes, como por exemplo na fase de início de poço, pode reduzir esse tempo de sonda e, deste modo, trazer expressiva economia na perfuração como um todo. A fase de início de poço consiste basicamente no assentamento do revestimento condutor, e dentre as diversas formas de assentamento pode-se destacar a técnica de jateamento do solo, utilizada quando os sedimentos do solo marinho se encontra na forma de lama fina, referente à interface solo-água. A água seria o fluido jateado ideal, por ser barata e não nociva ao meio ambiente e ao solo. Entretanto, às vezes é necessário inserir aditivos no fluido para que ele interaja quimicamente com o solo ou para aumentar viscosidade ou densidade, resultando em um carreamento de detritos muito melhor. O sucesso da operação depende da composição e das propriedades do fluido escolhido que, por sua vez, depende do tipo solo a ser perfurado. Os solos podem ser classificados como arenoso, siltoso ou argiloso, e, dentre esses, os solos argilosos se destacam por estarem presentes em grande volume no assoalho marinho. Eles podem ser representados através de um modelo elastoplástico, que descreve o comportamento de materiais sólidos em regime plástico. A modelagem e simulação numérica podem ser utilizadas como ferramenta para prever o comportamento do solo, do fluido e dessa interação solo-fluido, tendo em vista os altos custos de perfuração de um poço de petróleo. Nesta dissertação, pretende-se analisar através da simulação numérica o ambiente de instalação do revestimento condutor submetido ao processo de jateamento, variando parâmetros operacionais como a velocidade de jato e posição da broca em relação ao condutor, e parâmetros reológicos como a densidade e viscosidade do fluido jateado.