TRATAMENTO DO SORO DO LEITE POR SIMBIOSE MICROALGA-LEVEDURA
soro do leite, microalgas, leveduras, tratamento de efluentes
O crescimento do setor industrial, especialmente na indústria alimentícia, tem sido uma alavanca importante para o desenvolvimento econômico. Contudo, o aumento da produção também resulta em grandes volumes de resíduos líquidos e sólidos que precisam ser tratados cuidadosamente antes do descarte para evitar danos ao meio ambiente, como do solo e da água. No Brasil, as fábricas de laticínios tem experimentado um crescimento significativo, mas enfrenta os mesmos desafios relacionados ao descarte de resíduos. O soro do leite, um subproduto da produção de queijo, é gerado em grandes quantidades e apresenta alta carga orgânica, tornando-se um potencial poluidor. Estudos que buscam soluções alternativas, como a biorremediação, têm sido administrados para reduzir a contaminação do meio ambiente. Nos últimos anos, muitos pesquisadores tem utilizado microalgas de forma eficiente para biorremediar os contaminantes presentes no soro do leite, devido ao baixo custo, viabilidade de aplicação e eficiência na remoção de nutrientes, além de reduzir a concentração de Demanda Química de Oxigênio (DQO). Nessa circunstância, este estudo teve como objetivo avaliar o tratamento do soro do leite por meio da simbiose entre a levedura Saccharomyces cerevisiae e a microalga Tetradesmus Obliquus em um reator coluna de bolhas. O experimento foi controlado em batelada, com diferentes concentrações de cargas orgânicas (400, 815, 1610 e 3240) e condições de iluminação (100 µmol m-2 s-1) e aeração constantes de (0.5 vvm). Os resultados apreciados que o consórcio apresentou maior eficiência de remoção, alcançando taxas de remoção de 94,07% para DQO, 95,18% para fósforo total (FT) e 83,61% para nitrogênio total (NT). Quando a levedura foi utilizada de forma compulsiva, as eficiências de remoção foram de 78,22%, 77,56% e 58,09% para DQO, NT e FT, respectivamente. O crescimento da biomassa no consórcio alimentado seu máximo após 96 horas de experimento para todas as concentrações, enquanto no sistema com leveduras foram observadas variações, com o valor máximo sendo alcançado após 72 horas para 60 mg L-1, 96 horas para 100 mg L-1 e 168 horas para 300 mg L-1 e 380 mg L-1. Portanto, a biorremediação utilizando o consórcio microalga-levedura mostra-se uma possibilidade viável para reduzir a carga orgânica e satisfazer o soro do leite aos padrões exigidos antes do seu lançamento em corpos hídricos.