Desenvolvimento de biomateriais nanotecnológicos a base de poli(ε-caprolactona) e própolis vermelha de Alagoas
Scaffold; Própolis Vermelha; Policaprolactona; Eletrofiação; Curativo; Nanomaterial
A utilização de biomateriais acompanha a civilização desde os tempos mais antigos, passando por diversos aprimoramentos tecnológicos durante os anos. O uso de duas ou mais substâncias visando a formação de um novo material, ganha destaque, devido a possibilidade sinérgica de suas propriedades, conduzindo, assim, à versatilidade da aplicação. Dessa forma, este trabalho busca sintetizar membranas nanoestruturadas inéditas, formadas por policaprolactona contendo policaprolactona juntamente com cera ou extrato de própolis vermelha de Alagoas. Para isso, utilizou-se a técnica de eletrofiação para garantir a nanoestrutura, e, ainda foi observada suas propriedades físicas, químicas, estruturais, vibracionais, térmicas e mecânicas. Para tanto, a cromatografia líquida de alta eficiência mostrou uma diversidade de flavonoides existente na própolis vermelha, no qual o maior percentual é encontrado no extrato quando comparado à cera. A morfologia das membranas, reveladas pela microscopia eletrônica de varredura, demonstrou diâmetro médio abaixo de 1 μm, cujo a porosidade média é ~52%. O espectro vibracional das amostras indicam que as interações existentes são estritamente física não ocorrendo a formação de novas ligações químicas. O perfil térmico demonstrou uma boa miscibilidade das amostras, no qual tende a possuir decréscimo na cristalinidade a medida que a cera/extrato de própolis é adicionado na estrutura fibrosa, tal fato confirmado pela técnica de difração de raios X. A molhabilidade revela que as amostras contendo extrato de própolis possuem maior grau de intumescimento, cujo o ângulo de contato é menor que 90º, sendo as amostras com concentração igual ou superior à 5% são molháveis. A membrana formada por 10% de própolis demonstrou melhores valores de tensão máxima, elongação na ruptura e o módulo elástico, quando comparado as demais amostras. Os resultados corroboram para o êxito na formação de um material nanoestruturado com potencial aplicabilidade no setor da engenharia de tecidos, especificamente como curativos bioativos.