DESENVOLVIMENTO DE MATERIAIS ODONTOLÓGICOS DE ALTO VALOR AGREGADO CONTENDO PRÓPOLIS VERMELHA DE ALAGOAS
Própolis Vermelha de Alagoas, ionômero de vidro, flavonóides, cárie.
A tese em questão aborda tratamento alternativo à cárie dentária, uma das doenças endêmicas que afeta toda humanidade. Apresenta também uso de um produto natural da biodiversidade regional - a Própolis Vermelha de Alagoas (PVA) – como aditivo para insumos odontológicos que aprimora a qualidade do tratamento da cárie, com agregação de valor e aumento da eficiência do tratamento. A PVA obtida de fonte controlada foi elaborada de forma a obter o extrato hexânico, o qual foi devidamente qualificado por cromatografia líquida para determinação de teores de flavonóides e fenóis, cujos resultados alcançaram entre 7,35 % e 117,6 mg de fenóis totais por grama de extrato hexânico seco. Foi realizado estudo de sequestro de DPPH, onde a IC50 da capacidade de sequestro de radical DPPH do extrato hexânico de PVA foi 9,22 μg/mL enquanto a IC50 do trolox, usado como padrão, foi de 7,02 μg/mL. Após qualificação do extrato, foram formuladas 5 diferentes composições de ionômero de vidro com adição de extrato seco de PVA, que foram submetidos aos ensaios de atividade antibacteriana por difusão, que confirmou a capacidade de liberação de daidzeína, liquiritigenina, pinobanksina, isoliquiritigenina e formononetina. Foram realizados ensaios mecânicos de rugosidade de superfície, que revelaram valores semelhantes entre as superfícies do ionômero de vidro do grupo controle com a do ionômero com o extrato hexânico a 0,5%. A análise da microdureza de materiais (dureza Knoop), comprovou não haver diferença estatística significativa na microdureza dos aditivados em relação ao produto comercial do ionômero não aditivado. A determinação de perfil de liberação (qualitativa) de fluoreto foi realizada por RMN por procedimento inédito, revelando a viabilidade de liberação de fluoreto, independente da presença da PVA na mistura do ionômero. Foi também realizado estudo de liberação de flúor por fluorometria, sendo comprovada a liberação quantitativa de flúor, tanto na presença quanto na ausência da PVA. Os resultados de testes biológicos, químicos e mecânicos, realizados in vitro e aqui apresentados, são muito favoráveis à indicação do uso da PVA como aditivo em ionômero de vidro, permitindo recomendar o avanço para estudos in vivo.